segunda-feira, dezembro 15, 2008

Subversão na parede

Banksy é um artista de rua britânico. Mais que isso, é um provocador. De pensamentos, de reações, de emoções. Agarra em muros, realidades, quadros e animais (sim, animais) e usa o stencil para alterar o sentido original, dando-lhes muitas vezes uma riqueza acrescentada, que claro, nem todos apreciam ou encaram bem. Anti-marca, anti-governo, anti-convenções. Este livro retrata as diversas facetas do personagem que é Banksy, um jovem que praticamente ninguém sabe quem é, mas que conseguiu, através da sua obra, criar significado e ligação entre pessoas de todos os lugares. Pelo caminho ainda conquistou a apreciação de estrelas de Hollywood como Brad Pitt (que pagou alegadamente 2 milhões de dólares por uma obra de Bansky e com isso retirando-lhe todo o significado que o artista quis dar). Este livro é um achado visual. Tem muito pouco para ler, mas diz muito através de frases mínimas e generosas fotografias. Consegue provocar a reflexão; desperta o subversivo que há em cada um (ou o reacionário que há em cada um); e, no final, faz-nos acreditar que o mundo nem sempre é bem aquilo que nós pensamos que é - não devia ser este o objetivo da arte? Um livro fantástico quer se goste de arte urbana ou não e um bom ponto de partida para a compreensão da arte subversiva das ruas, diferente da sujeira grafiteira, demencial e melancólica, que emporcalha nossas cidade. Não há versão em português de Wall And Piece, mas pode-se comprar a inglesa pelo Amazon.co.uk por uns meros €10. Grande investimento.