terça-feira, novembro 12, 2013

Cenas violentas triplicam em filmes para adolescentes desde 1985 nos EUA

A notícia foi publicada pela agência France-Presse: a violência com armas de fogo que pode ser vista em filmes por crianças menores de 13 anos triplicou desde 1985 nos Estados Unidos, o ano em que começou a ser aplicado um sistema de classificação etária, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira.
Estes filmes, classificados como "PG-13" (guia para pais 13), continham em 2011 e 2012 muito mais cenas violentas com armas de fogo que aqueles destinados aos adultos e classificados como "R" (restrito) durante o mesmo período, lamentam os autores do estudo.
Além disso, esses filmes foram os mais populares nos últimos anos.
"É surpreendente ver esta explosão de violência com armas em filmes que são, na maior parte, dirigidos diretamente a um público adolescente", considera Brad Bushman, professor de comunicação e psicologia da Universidade de Ohio, principal coautor do estudo publicado online pela revista americana Pediatrics.
Esta tendência nos filmes dirigidos a adolescentes é preocupante, porque múltiplas pesquisas demonstraram que a presença de uma imagem ou de uma arma aumenta a agressividade de uma pessoa em relação às outras.
A classificação PG-13 nos Estados Unidos adverte os pais para o fato de que certas cenas podem ser desaconselháveis a melhores de 13 anos, mas não devem nunca conter a violência própria dos filmes catalogados como "R" e reservados aos adultos (de mais de 17 anos), segundo revela Brad Bushman.
"Parece que os filmes que contêm cenas de sexo caem com mais frequência na categoria (de filmes) restritos aos adultos que os que contêm violência", acrescenta.
Os pesquisadores analisaram 915 filmes que estrearam entre 1950 e 2012 e que estavam entre os 30 mais populares a cada ano neste período de 62 anos.
Encontraram cenas de cinco minutos de violência interpretadas por cada um dos personagens e determinaram se utilizavam armas de fogo.
De modo geral, descobriram que as cenas de violência quase quadruplicaram entre 1950 e 2010. Desde 1985, ano em que começaram as classificações de filmes nos Estados Unidos, 94% dos 367 filmes continham ao menos uma sequência de mais de cinco minutos de violência, determinou o estudo.
No total, estes filmes continham 700 cenas de violência com armas de fogo.
Nos filmes reservados a adultos, o número médio de cenas de violência com armas de fogo permaneceu quase igual (1,54 cena por hora) de 1985 a 2010.
No entanto, os filmes classificados como PG-13 não continham quase nenhuma cena de violência com armas em 1985. Mas a partir deste período a frequência das cenas violentas começou a aumentar e se acelera desde 2005.

domingo, novembro 10, 2013

As 3 leis para se tornar um redator publicitário incrível

Houve um tempo em que as mídias eram três: impressa, televisionada e radiofônica. Hoje praticamente tudo é mídia. Até você. Então a luta para chamar a atenção do cliente em potencial precisa ser decidida nos primeiros cinco segundos em que a publicidade encontra o alvo. Uma das razões pelas quais a publicidade no YouTube é um fiasco (93% das pessoas pulam a publicidade que aparece no começo da exibição dos vídeos) é porque as agências que usam este tipo de mídia ainda não entenderam que só tem 5 segundos - e não mais 30 - para vender algo. É por isso que o título, a chamada, se tornou o bem mais precioso da publicidade. É como se você estivesse pedindo "por favor, me dê cinco segundos de sua atenção?"
Então, quais são as 3 leis para se tornar um redator publicitário incrível?

1. Ler muito! Ler dezenas de centenas de milhares de títulos (isso quer dizer: leia quantos você puder), se possível em muitas fontes. Anote. Analise a estrutura narrativa ali contida. Então, concentre-se nos bons – encontrados em anuários e premiações – mas leia alguns comuns também; nem toda campanha vendedora é premiada e vice-versa e você não está no negócio da criação literária. Redatores de publicidade são vendedores.
2. Saiba sobre tudo. Exercite sua curiosidade. De culinária árabe à invasão mongol. Se você não é curioso, mude de profissão. Joseph Sugarman disse que os melhores redatores do mundo têm sede de conhecimento, são curiosos e não têm medo do trabalho; se trabalho matasse redatores eles já estariam extintos.
3. Pratique! Oswaldo Mendes, decano da publicidade no Brasil, ensina que é preciso criar dezenas de títulos (para uma única campanha) para ter uma peça premiada. No caso de títulos publicitários, a quantidade gera mais qualidade do que você pode imaginar. Ou, repetindo Mendes: "90% de transpiração e 10% de inspiração é a única formula que funciona".

Afinal, títulos vendem? Sim, vendem. O que é um título poderoso? É aquele que prende a atenção do leitor ou de telespectador. Um título tem que ser mais criativo ou mais vendedor? Tem que ser mais pertinente porque a publicidade é uma atividade centrada na pertinência e a criatividade só serve se produzir pertinência vendedora. É possível medir sua eficiência? Sim, mas essa não é uma função do redator de publicidade.
John Caples (a pessoa mais importante para a publicidade mundial segundo a AdAge) catalogou 119 títulos comprovadamente eficientes em seu livro Tested Advertising Methods.
O livro que completou uma década é uma das raras ocasiões onde a publicidade se encontra
com a ciência (embora essa distância parece estar diminuindo nos últimos anos com a introdução do neuromarketing e de outras ferramentas de mensuração em tempo real).
Caples não revela seu método, mas segundo o famoso redator muitos títulos alcançaram o seu objetivo. Os catalogados foram os que funcionaram dentre centenas de outros que não.
De todos os 119 títulos, 24 falam em dinheiro, 22 em começam com “Como”, 20 prometem algo rápido (ex: “perca peso em 3 dias”) e 4 possuem a palavra “agora” no meio. Ou seja, a maioria faz uma promessa direta, tangível, mensurável. O cliente não gosta de ler anúncios. Ele os lê em busca de solução concreta para um problema concreto, ainda que isso não se expresse me modo consciente.
Bons títulos chamam a atenção das pessoas. Mas isso é o bastante pra dizermos que funcionam? Não. Mas não importa. A sua função, redator, não é fazer funcionar; é levar o cliente a se interessar pelo produto. É obter a segunda atenção. É colocar o produto em sua mão. Se ele comprar ou não isso vai depender de outras tantas variáveis.
A publicidade é apenas um dos canais de marketing e não é nem o único responsável pelo sucesso de vendas de um produto nem o único responsável pelo seu fracasso.
Não se deixe enganar pela imagem. A mágica está na chamada. Ou o título captura a atenção do leitor ou a bela imagem servirá apenas como papel reciclado no dia seguinte.

sábado, outubro 26, 2013

Como desligar o Windows 8?

Pode parecer estranho de depois de tanto tempo sem postar nada no blog eu retorne com um tema aparentemente pueril, mas que penso ser importante porque manifesta, de modo eloquente, o desprezo que as grandes corporações têm pelo usuário-cidadão.
Eu tenho sobre minha mesa dois computadores. De um lado, um Mac Pro e de outro, um PC. Isso se dá não por boçalidade ou exibicionismo, mas por dever de ofício já que eu recebo do departamento de arte de minha agência muitos arquivos para avaliar que foram gerados diretamente nos Mac Pro utilizados na criação e, por outro lado, ainda recebo muita coisa de outras fontes geradas em programas nativos de PC, o que me obriga a ter as duas possibilidades disponíveis.
Meu PC de mesa usa Windows 7, um programa que é menos instável que a versão anterior e tem um ambiente amigável.
Consumido à exaustão em viagens por anos a fio, meu velho laptop de guerra envelheceu comigo e precisou ser substituído.
Foi então que entrou na minha vida uma excrescência compulsória chamada Windows 8.
Como tudo o que é híbrido, o Windows 8 fica no meio do caminho entre o que era e o que gostaria de ser. É o problema dos carros que voam. São mais ou menos como patos: nadam, andam, voam mas fazem tudo isso muito mal.
O Windows 8 nem tem a interatividade de um programa originário para smartphone - como pretendia - nem tem a praticidade do Windows 7, que funcionava, além de ter um design de jardim de infância, com quadradinhos coloridos que se movem quando os tocamos.
Quando digo que o Windows 7 funcionava não falo em estabilidade e confiabilidade porque quem quer isso compra um Mac. Falo em usabilidade.
O sintoma mais evidente dos defeitos de origem do Windows 8 é que ele não tem, na tela, um botão para desligar o computador. É isso. Imagine você ter que procurar em seu carro o lugar onde pode desligá-lo? É mais ou menos isso. Você liga e precisa de um tutorial para encontrar onde desligar.
Deveria parecer estranho ter um tutorial para esse fim, mas acredite, ele é fundamental.
Coloridinho e engraçadinho, o Windows 8 está pior em muitos sentidos, inclusive em relação a como tarefas corriqueiras devem ser executadas.
O sistema eliminou o Menu Iniciar da Barra de tarefas; com isso, o caminho para desligar, reiniciar e hibernar o computador se tornou oculto, uma espécie de Ponto G da informática.
Pretensioso e estranho, o novo ambiente Metro é completamente diferente do que se está acostumado com as versões anteriores do Windows, não produzindo no usuário nenhuma sensação de familiaridade com o sistema.
Exemplo? Para desligar o Windows 8 é necessário abrir a Charms Bar, a barra que se abre no canto direito da tela e com a qual é possível acessar diferentes áreas do sistema. Com ela aberta, você deve clicar em “Settings”.
Em seguida, clique em “Power” e você verá as opções para hibernar, desligar e reiniciar em um menu pop-up. Então você arrasta o mouse e clica em desligar.
Em matérias pagas na imprensa, a Microsoft informa que a proposta do Windows 8 era "integrar experiências de desktops com as de portáteis". O problema é que o resultado não é esse e quem está acostumado à maneira como os desktops funcionam se sente desconfortável com as idiossincrasias do programa e terá muitas dificuldades na adaptação em um sistema que não é simples, não é bom e não é interativo e é compulsório - se você comprar um PC, ele estará lá mesmo que você o odeie.
Os usuários ficaram perdidos. Tanto que no Google, quando você digita "como desligar o Windows 8" surgem nada menos que 1,5 milhões de postagens de resposta.
Um sistema operacional que não consegue ser autoexplicativo em suas funções básicas como "liga e desliga" para 1,5 milhão de usuários deveria ser jogado fora ou repensado de cima abaixo, com envio gratuito da nova versão para os usuários e um pedido de desculpas ilustrado com a foto do CEO da Microsoft usando um "chapéu de burro".
E de pensar que porcarias como essa dominam 90% dos computadores do mundo.
Na história humana, nunca consumimos tanto lixo quanto na atualidade. E ainda pagamos caro por isso.

quarta-feira, maio 29, 2013

Institutos e novos hábitos no consumo de mídia

O crescimento do digital, da mesma forma que desafia a indústria de mídia, não tem deixado as empresas de pesquisa em situação confortável. Confrontados com novos hábitos de consumo de conteúdo, institutos têm estudado novas ferramentas e buscado desenvolver habilidades específicas para interpretar dados só agora passíveis de serem coletados. Em entrevista ao propmark, Andrew Green, CMO da Ipsos Media CT, fala sobre como as empresas têm se adaptado ao digital. Confira os principais trechos da conversa.

Digital pequeno

“Para muitos meios em regiões em desenvolvimento, e especialmente no Brasil, o digital ainda é uma parcela muito pequena da audiência. Você conversa com agências de mídia e tudo o que você ouve é ‘digital, digital, digital’. Na verdade, entre 70% e 80% da audiência está ligada na televisão. Muitos dos leitores de jornais estão consumindo notícias no papel. Digital é a parte crescente, não a grande parte.”

Dilema

“Para os jornais, as coisas ficam mais e mais difíceis a cada ano. A receita com digital está crescendo e a receita com publicidade no papel está caindo, mas o que é faturado com digital não é suficiente para repor as perdas como um todo. Ou seja, o desempenho financeiro da mídia impressa está caindo ano a ano. Mas os jornais não estão tendo queda em todas as regiões. No Brasil, na China, na Índia, por exemplo, eles não estão retraindo. Na verdade, globalmente a indústria de jornais está em ascensão, mas somente por causa da alta nesses três países, que puxam os números para cima. O Brasil é o 11º país com maior crescimento em circulação, com alta moderada, 1,9% nos últimos cinco anos, entre 2007 e 2012.”

Leitura dinâmica

“Cerca de 60% de todos os eventos de leitura para os jornais no Reino Unido são feitos em papel, e o restante é digital. Cada um dos eventos de leitura em digital é mais curto que em papel. A média de tempo gasta para ler um jornal é de 20 minutos, mas quando você checa notícias online esse tempo pode ser de apenas um minuto. Parece que digital é muito grande, mas, nessas ocasiões de leitura, o tempo gasto é muito pequeno.”

Muitas perguntas

“As mudanças no cenário de mídia também afetam as empresas de pesquisa, que auferem audiência. As pesquisas tradicionais estão sendo muito desafiadas. Além disso, as pessoas estão confusas sobre onde viram determinado conteúdo: elas não conseguem diferenciar tão facilmente se leram o jornal no tablet ou se foi no smartphone. Nosso problema agora, porque há tantas formas de olhar para uma marca de mídia, é que temos que perguntar questões muito mais longas e complexas para entender um cenário.”

Queda global

“Temos outro problema em nossa indústria que é as pessoas estarem menos dispostas a participar de pesquisas. Isso significa que as respostas a estudos de mercado estão em queda em todo o mundo. As pessoas estão mais preocupadas com segurança, mais desconfiadas dos propósitos dos estudos. Há mais relutância. O que temos que fazer é encontrar novas e interessantes formas de coletar dados. Em pesquisas na França sobre leitura de jornais e revistas, por exemplo, não batemos mais na porta das pessoas, mas pedimos que respondam online algumas questões. Percebemos que essa forma engaja as pessoas a participarem. É mais eficiente, atrativa e fácil para o respondente. É uma mudança muito simples, mas traz resultados significativos.”

Mobile em cena

“Em áreas como rádio e TV, estamos estudando formas passivas de obter dados. Desenvolvemos uma nova técnica chamada MediaCell. Todos carregam hoje um smartphone. Quem recrutamos para os painéis não precisa fazer nada, apenas carregar o próprio smartphone, mantendo-o ligado e com bateria. Por meio de um aplicativo instalado nos aparelhos e de um código implantado na rede de transmissão das estações de rádio, reconhecemos quem está exposto àquele sinal específico. Não é algo simples, passamos quatro anos e meio desenvolvendo a ferramenta. Ipsos e outras companhias do segmento de pesquisa estão estudando tecnologias passivas, com as quais o respondente não precisa exatamente fazer muito esforço.”

Telefones espiados

“Essas novas ferramentas trazem respondentes que não teríamos no método tradicional, mas ainda estamos nos estágios iniciais dessa forma de fazer pesquisa. Quando fizemos os pilotos de nossa ferramenta mobile e começamos a recrutar pessoas na Austrália e nos Estados Unidos, muitas disseram que não se importariam em ter os telefones espiados, mas outras desistiram da ideia de compartilhar suas informações de uso. Isso é o tipo de coisa que se aprende em pilotos. O processo é muito mais natural agora. Temos um número maior de respostas hoje do que quando começamos, então acreditamos estar na direção certa.”

Sem mudança radical

“As publicações hoje são marcas dispostas em cinco plataformas e, porque nossos clientes mudaram, nós, como pesquisadores, temos que mudar também, para captar os hábitos da nova audiência. Ao mesmo tempo, precisamos ter certeza de que nossos métodos são confiáveis para a indústria, que gasta muito dinheiro nesses estudos e baliza seu negócio por eles. Por isso, continuamos em parte com métodos tradicionais, recrutando pessoas por telefone, por exemplo.”

Big data

“No momento não há uma fonte comparável à tradicional para pesquisa no mundo online. No futuro, talvez tenhamos um sistema mais organizado para amostras puramente coletadas na internet, mas não agora. Certamente podemos captar mais informações hoje, mas um outro fato é que precisamos saber o que fazer com tantos dados. Já imaginou a montanha de informações que aparece quando você rastreia um dispositivo segundo a segundo? Como se classifica e se organiza isso para transformá-lo em algo útil? Há uma nova série de habilidades que precisamos aprender para dar conta da tal ‘big data’.”

Técnicas passivas

“Estamos discutindo trazer técnicas passivas para o Brasil, como a mensuração online de hábitos de leitura. A MediaCell está disponível no Reino Unido, estamos prestes a lançá-la no Quênia e, até o final do ano, começaremos no México. No próximo ano traremos para o país, se houver mercado para isso. Fizemos piloto de um serviço chamado Mobile+ [para mensurar hábitos de consumo de mídia em smartphones utilizando um app espião] na Austrália e nos EUA, mas a ferramenta ainda está em fase de testes. Gastamos muito dinheiro nesses estudos. Mobile é o assunto quente para a indústria de pesquisa hoje.”

Fonte: PropMark

quinta-feira, maio 23, 2013

Milward Brown: as marcas mais valiosas 2013

Realizada pela Milward Brown por encomenda do WPP Group, foram divulgados os resultados do 8º estudo BrandZ – que refere 2013. A Apple, valendo USD 185 bilhoes, continua sendo a nº 1 entre as 100 Marcas Mais Valiosas do Mundo e o setor de tecnologia continua dominando os 1ºs lugares.
A Apple cresceu apenas +1% no ano passado comparado com um crescimento de 51% do seu concorrente mais próximo, a Samsung, que agora é nº 30 no ranking mundial, com um valor de marca de USD 21 bilhoes. Assim mesmo, ninguem chega ao menos perto. 2º colocado, embora tenha revertido os maus resultados do ano passado, o Google nao soma mais de USD 114 bilhoes.
As marcas brasileiras Bradesco e Itaú que ainda em 2011 faziam parte, continuam fora. Tambem nao aparece este ano a Petrobras, que era a 75a marca no ranking global e a marca brasileira mais valiosa entre as 100 Marcas Mais da América Latina. Este ano, ela foi para o 4º lugar no continente. Mas Skol tornou-se a mais valiosa br e Bradesco, Claro e Itaú também figuram entre as 10 mais na AL.
De acordo com Valkiria Garré, Diretora Executiva da Millward Brown no Brasil, a queda da Petrobras é explicada pela politica do governo de segurar o preço dos combustíveis como forma de deter a inflaçao. Por outro lado, “políticas governamentais para criar empregos e estimular consumo impulsionaram vendas em categorias de consumo como alimentos, cervejas e varejo. A marca brasileira mais valiosa – Skol – cresceu 39% em valor de marca, por exemplo”, registra.

Aqui, o quadro das marcas mais valiosas.


terça-feira, maio 07, 2013

"A publicidade precisa contar boas histórias"

A realidade imposta pelas novas mídias está fazendo as empresas de comunicação deixarem de olhar para o próprio umbigo. As inúmeras possibilidades de escolha - dos sites de transmissão instantânea de vídeo aos 750 mil aplicativos para smartphone - deram ao consumidor um poder que há poucos anos não existia. "Saímos de um modelo de distribuição para um modelo de demanda", afirma o presidente mundial da BBDO, Andrew Robertson. Para ele, esse cenário em que o usuário decide como e quando quer consumir o conteúdo, criou um desafio para o setor de comunicação: entregar ao consumidor algo que seja útil para ele. Robertson esteve em São Paulo ontem para anunciar uma mudança na estrutura societária da agência brasileira AlmapBBDO e conversou com o Estado. A seguir, os principais trechos:

Quais desafios a era digital trouxe para a publicidade?

As novas tecnologias estão, basicamente, permitindo aos consumidores fazer o que eles sempre quiseram, mas de forma mais rápida, mais fácil e mais frequente. Além da imensa possibilidade de escolha, e de compartilhamento, existem hoje ferramentas, como os aplicativos para celular, por exemplo, cuja finalidade é ajudar os consumidores. Levando isso ao extremo, o Facebook é basicamente o retrato do comportamento humano, onde você compartilha e interage rapidamente. Isso significa que temos de tratar as mídias não como meros distribuidores de mensagens, mas como locais que os consumidores escolhem para se engajar com o nosso trabalho ou não. A grande habilidade está em criar algo com o qual os consumidores queiram gastar seu tempo - e acreditem que vale a pena.

Como atrair o consumidor que tem a chance de pular anúncios em poucos segundos?

Ele sempre teve essa capacidade. Isso se tornou mais rápido e mais fácil agora, mas as pessoas sempre foram capazes de olhar para as páginas de um jornal e decidir se leriam aquele anúncio ou não. O que está ocorrendo hoje é que as pessoas podem fazer isso numa velocidade maior. E aí, novamente, vem o desafio de criar algo convincente - que pode ser uma informação de que ele precisa, algo que demonstre utilidade ou uma experiência empolgante. De qualquer forma, as mídias digitais têm nos ajudado muito a alcançar o público de maneira mais precisa e num contexto mais apropriado. Para tirar proveito disso, é preciso saber qual história contar e contá-la de forma brilhante.

Você sempre defendeu a arte de contar histórias.

A arte de contar histórias está por aí há milhares de anos. Ela faz as pessoas criarem ordem em suas mentes em meio à confusão e ao caos. Boas histórias são passadas de uma geração para outra, de uma pessoa para outra. Quando marcas contam uma boa história, assim como políticos, padres, seu pai ou sua mãe, essas coisas grudam no seu cérebro e ficam guardadas lá. E o nosso trabalho é encontrar boas histórias para contar e contá-las brilhantemente.

Em que medida os anunciantes perderam interesse na mídia tradicional?

Eu não acredito em nenhuma forma de inevitabilidade de que um ou outro meio vai sobreviver. Eu acredito no poder do bom conteúdo na mídia. Acho que os consumidores vão acabar encontrando esse conteúdo e continuar a comprar e usar aquele conteúdo no formato que for mais conveniente para ele. A posição mais sensata a tomar é observar o que os seus consumidores estão fazendo. Se você é um anunciante, não precisa tirar conclusões baseado nos seus instintos. Você tem de observar o comportamento da sua audiência. Se eles movem, você se move. Aonde ele vai, você vai.

No festival de Cannes do ano passado, o Brasil ficou na 4ª posição em número de leões. O que falta para que a publicidade brasileira ganhe mais destaque mundial?

Não importa de onde vem a produção. Quando você mede a contribuição para um negócio em particular, o tamanho do mercado ou da agência faz a diferença, mas, quando um trabalho está sendo avaliado em Cannes, não importa de onde veio. É muito interessante quando você vê agências com poucas pessoas, de países menores, ganhando muitos leões. O ponto é que não há nenhuma correlação entre brilhantismo e excelência.

Por Nayara Fraga - O Estado de S.Paulo

quarta-feira, abril 17, 2013

Anúncios no Youtube são "chatos", diz usuário


Estudo realizado pela agência de mídia online Hi-Mídia em parceria com a empresa de pesquisa digital M.Sense mostra que 65% das pessoas que assistem a vídeos online pulam as propagandas e somente 38% procuram o site do anunciante após ver o filme. O trabalho investigou hábitos de consumo audiovisual na web e entrevistou 300 usuários de internet em diversas regiões brasileiras entre janeiro e fevereiro.
O YouTube é o portal mais citado, com 94% dos respondentes declarando o site como principal destino para ver vídeos. Essa porcentagem está muito à frente do segundo lugar, o Google Videos, mecanismo de busca da própria empresa dona do YouTube, com 28%. Cerca de 27% afirmaram assistir a vídeos de redes sociais, 20% no Yahoo!, 18% na MSN e só 2% afirmaram não ver vídeos na internet.
Clipes musicais e vídeos de shows são os campeões de audiência, com 72% procurando por esse tipo de conteúdo, seguidos de vídeos engraçados, com 64%; filmes, com 47%; noticiário, com 42%; trailers e documentários, ambos com 41%; entrevistas, com 37%; e tutoriais, com 36%. O curioso é que 60% desconhecem a existência de canais de conteúdo produzidos especificamente para o YouTube.
Antes de realizar uma compra, 58% dos entrevistados procuram por informações do produto em vídeos. Por outro lado, a relação com anúncios não é das melhores. Além dos 65% que pulam a propaganda, 60% consideram chatas as peças que antecedem os vídeos. Cerca de 18% dos entrevistados desistem de assistir ao vídeo que aguardavam por causa de anúncios.
Estados Unidos - A Nielsen publicou nessa terça 16 resultados de uma pesquisa sobre consumo de mídia por jovens americanos com dados sobre a audiência de TV e vídeos online. Adolescentes entre 12 e 17 anos assistem mensalmente uma média de sete horas e 48 minutos de vídeos em smartphones – 18% a mais que a faixa de 18 a 24 anos e 46% a mais que 25 a 34 anos. A faixa de 18 a 24 ganha no tempo dedicadas a vídeos em computador (15 horas e oito minutos) e a de 25 a 34 ganha em TV (136 horas e dez minutos).
Televisão ainda é, em todas as faixas, a campeã, com cerca de cem horas de audiência mensal, mesmo entre os mais jovens. Mas smartphones é o aparelho com maior crescimento entre os jovens, com aumento de penetração em 45% no ano passado.

Fonte: Meio&Mensagem.

terça-feira, abril 16, 2013

Margaret Thatcher, o “melhor cliente que já tivemos”

Poucos sabem, mas a fabricação de Margareth Thatcher foi um dos maiores cases de marketing político da história. Forjada como antagonista conservadora ao governo trabalhista que se desgastara no poder, a "dama de ferro" ergueu-se como a antítese do modelo estatista e liberal do Labour Party. Por trás dessa construção de imagem, a agência de publicidade M&C Saatchi, que agora prestou tributo a Margaret Thatcher com um anúncio de página inteira no Sunday Times em que descreve a ex-primeira-ministra como “O melhor cliente que já tivemos”. A agência fundada por Maurice e Charles Saatchi foi a responsável pela campanha ‘Labour isn’t working’ (o trabalhismo não está trabalhando, em tradução livre) que ajudou a líder dos conservadores a ganhar as eleições de 1979. O cartaz da campanha foi eleito o melhor do século XX no Reino Unido.

quinta-feira, abril 11, 2013

47% não sabem ou não lembram marcas parceiras da Copa do Mundo


Associar seu nome ao principal torneio de futebol do planeta é para poucos.
Mas não é garantia de reconhecimento. Segundo pesquisa feita pela Hello Research, 47% dos brasileiros não sabem ou não lembram o nome de alguma marca ou empresa patrocinadora oficial da Copa do Mundo de 2014. Já entre as mulheres esse número sobe para 58%, enquanto que na população acima de 60 anos o índice vai para 67%.
Da lista das 10 marcas mais lembradas (veja abaixo), apenas três são parceiras da Fifa: a líder Coca-Cola, com 32%, o Itaú (sexto, com 11%) e a Adidas (oitava, com 10%).
A Nike, parceira da seleção brasileira, é a segunda marca mais lembrada, com 18%. Na sequencia aparecem Caixa Econômica Federal e Bradesco com 13% cada. O Banco do Brasil (12%) é o quarto banco presente no rol dos 10 mais lembrados.
A pesquisa, realizada entre 22 de fevereiro e 7 de março pela agência de pesquisa de mercado, ouviu cerca de 1000 pessoas em mais de 70 cidades das cinco regiões do País. O estudo entrevistou indivíduos de ambos os sexos, de todos os graus de escolaridade, com idade entre 16 e 70 anos.

Marca/ Lembrança

1) Coca-Cola: 32%
2) Nike: 18%
3) Caixa: 13%
4) Bradesco: 13%
5) Banco do Brasil: 12%
6) Itaú: 11%
7) Petrobras: 10%
8) Adidas: 10%
9) Vivo: 9%
10) Brahma: 9%

Fonte: Meio&Mensagem.

85% dos brasileiros não sabem o que é Copa das Confederações

Estudo da Hello Research, realizado entre os dias 22 de fevereiro e 07 de março, aponta que 85% dos brasileiros não sabem o que é Copa das Confederações.
Foram realizadas entrevistas com cerca de 1000 pessoas em mais de 70 cidades brasileiras, espalhadas pelas cinco regiões do país.
O objetivo da pesquisa era apurar o que os brasileiros entendem sobre a Copa das Confederações, torneio que será sediado no Brasil no próximo mês de junho, onde estarão disputando os seis atuais campeões continentais, a equipe campeã mundial e o time do país-sede da Copa do Mundo.
A todos os entrevistados foi feita a seguinte pergunta: “Sobre a Copa das Confederações, você sabe o que é?”. 72% das pessoas disseram que não.
Apesar do crescimento do número de mulheres conhecedoras do universo do futebol, o público feminino representa a maior parcela das pessoas que não estão muito informadas sobre o assunto (88%), contra 54% de homens que desconhecem o significado da Copa das Confederações.
A pesquisa constatou ainda que os jovens são os mais “antenados”. Entre indivíduos de 16 a 25 anos apareceu o melhor resultado, com 35% deles declarando saber do que se trata o evento. Na faixa entre 25 e 34 anos, este número baixou para 33%. E a redução prosseguiu nas faixas de idades mais avançadas.
Entretanto, aos 28% que responderam saber realmente sobre o evento foi realizada a seguinte pergunta: “Qual a melhor definição para a Copa das Confederações?”. Destes, apenas 53% deram a resposta correta.
"Ou seja, na verdade apenas 15% dos brasileiros sabem exatamente o que é a Copa das Confederações, nos dando a surpreendente realidade de que 85% das pessoas simplesmente desconhecem o evento, ou ainda fazem muitas confusões sobre seu significado e importância", declara Davi Bertoncello, diretor executivo da Hello Research.
"É evidente que, por conta dos interesses comerciais de grandes marcas e instituições, vai haver muita comunicação sobre o evento que, a cada dia, vai melhorar seu índice de conhecimento até o início da competição. Mas, de qualquer forma, é surpreendente perceber que a maioria dos brasileiros não sabe ao certo o que é a Copa das Confederações, mesmo estando a pouquíssimo tempo de seu início, no Brasil", complementa Bertoncello.

terça-feira, abril 09, 2013

5 infalíveis dicas de marketing político para campanha de baixo custo

Quando se tem dinheiro e tempo de TV, tornar viável um candidato é uma tarefa possível mesmo em condições desfavoráveis. Mas para candidatos com baixo orçamento e sem mídia, o investimento em marketing torna-se ainda mais crucial. Se não investir nada, não há como pensar em fazer sua campanha decolar. Um dilema recorrente em um país que vive, a cada dois anos, a vertigem das urnas.
O vital para uma campanha exitosa é que os candidatos entendam seu produto e seu mercado consumidor, ou seja, as propostas que vai apresentar e o eleitor que ele precisa cativar para obter a delegação e o voto. Veja abaixo cinco dicas simples de marketing político que escrevi para ajudar a aumentar as possibilidades de êxito de sua campanha.

1. Para começar, invista

Não há como esperar resultados sem investir em marketing. Isso vale para as grandes empresas e para as pequenas, para os grandes candidatos e para os menores. E isso não pode ser feito, a não de maneira periférica, sem recursos. Há duas formas de obter recursos para uma campanha que não tem ao seu lado um grande investidor. O candidato pode fazer uma poupança específica para isso dois anos antes do pleito ou fazer, ao longo do ano que antecede o pleito, eventos como jantares ou almoços que reúnam os amigos e onde se possam fazer atividades que monetarizem o encontro, como bingos, sorteios ou coleta direta de recursos visando à campanha. O importante é não deixar de dar atenção a esta necessidade.

2. Monte uma boa equipe

Reúna amigos e colaboradores voluntários e dê a eles tarefas de acordo com a aptidão de cada um. Escolha dentre elas uma pessoa dinâmica e de sua confiança para assumir a coordenação. Entre as funções fundamentais estão o controle administrativo-financeiro, o comando de mobilização e o de inteligência, que colete informações e pesquisas de comportamento do eleitor. Se você não tiver dinheiro para contratar pesquisas com um instituto estruturado, monte seu próprio time de pesquisadores e adquira um software de tabulação de dados. Funciona. O próximo passo é ter por perto um bom profissional de marketing ou uma agência de publicidade experiente que oriente a equipe, ordene a fala e ajuste a mira do posicionamento. A partir de um planejamento estratégico, defina quais são seus objetivos eleitorais (quantos votos precisa para se eleger), qual o território (geográfico e/ou conceitual) que irá ocupar e como a equipe irá trabalhar.

3. Não erre no corpo a corpo

Se você não pode investir rios de dinheiro, dê atenção ao corpo a corpo. Um aperto de mão e um sorriso podem valer um voto. Eleitores são pessoas e pessoas cobram atenção. Quanto menos estrutura você tem, mais atenção pessoal deve dispesar ao eleitor. Ande, converse, exponha suas ideias, seja paciente e compreensivo com a angústia dos eleitores e a desilusão de muitos deles com os políticos. Olhe as pessoas nos olhos e pegue com firmeza em sua mão. Preste atenção no que eles dizem. Quando o eleitor é ouvido, ele sai satisfeito, e pode virar um instrumento de propaganda da sua campanha. Por isso, treine bem os seus ativistas e colaboradores para que o primeiro contato com o eleitor seja impecável.

4. Não copie a concorrência

Na hora de fazer sua campanha não caia na tentação de copiar o que o concorrente faz. O eleitor percebe o efeito "eco" que essa prática produz e tende a não dar atenção ao eco e sim ao som original. Outro erro é usar fórmulas desgastadas, chavões; cansado de ouvir mais do mesmo, o eleitor para de prestar atenção e todo o seu investimento será desperdiçado. As campanhas devem ser pensadas com objetivo de retorno. Há candidato a vereador que pensa que se colocar cavaletes em todas as esquinas e aparecer na TV por dez segundos garante a eleição, mas isso é uma ilusão. Visibilidade na TV dura alguns segundos. Caminhada nos bairros, reuniões com as comunidades, visita a obras sociais, plenárias temáticas para debater problemas específicos (saúde, segurança, educação) podem resultar em adesões e adesões viram voto.

5. Acerte na comunicação.

Outro ponto comum é o erro na comunicação. Ao fazer seu material de campanha seja simples e direto. O nome, o número, o rosto ou o gesto adequado e a cor predominante tem que estar em tudo o que for feito para vender o candidato. O resumo biográfico deve ter três ou quatro linhas e o eixo tematico deve ser imutável. Você será mais persuasivo se disser que luta para resolver um problema específico do que se disser que vai mudar o mundo. Não engane o eleitor nem ofereça aquilo que não possa garantir. Não atraia o eleitor oferecendo algo que ele não deseja ou rejeita ou para ações ilegais, como oferecer vantagens pecuniárias em troca de votos. Isso é crime e as autoridades estão cada vez mais atentas a essa prática. Amplos setores da sociedade não toleram mais candidatos que praticam o tudo o nada e a Lei da Ficha Limpa está aí para provar isso. Lembre-se de que o contato direto com o eleitor é uma ótima oportunidade de mostrar seu rosto, seu nome e sua ideia força e que qualquer deslize nesse momento pode repercutir rapidamente e produzir dano em sua imagem. Não desperdice essa oportunidade de causar uma boa impressão. 

sábado, abril 06, 2013

Mais tablets, mais TV

A cada dia, mais pessoas têm acesso a novos smartphones, tablets e outros devices, em todos os lugares do mundo. Com tantas “novas mídias” ao alcance das mãos, qual é a mais corriqueira atitude delas? Ligar a televisão.
A atitude, aparentemente contraditória, foi comprovada mais uma vez, naquele considerado o maior estudo sobre consumo de mídia e informações em múltiplas telas, realizado pela BBC em parceria com o instituto Insights Consulting. A pesquisa foi realizada com 3600 pessoas - de nove diferentes países - que possuem e fazem uso de, no mínio, três aparelhos, entre televisão, smartphones, computadores, tablets, etc.
A principal conclusão extraída da pesquisa é a de que não há competitividade, mas sim, complemento entre o uso de todas essas mídias. Em seu cotidiano, as pessoas foram incorporando as diferentes telas e não excluíram uma para fazer uso de outra. Pelo contrário: 83% dos donos de tablets, por exemplo, relatam que fazem uso dele enquanto estão assistindo televisão.
O hábito de acompanhar os programas de TV enquanto se conecta à internet via tablet ou smartphone já vem sendo apontado há algum tempo por institutos de todo o mundo e, agora, foi reforçado neste estudo. Segundo a pesquisa, 43% dos usuários de tablets declaram que, atualmente, assistem mais televisão do que há cinco anos, quando não possuíam o dispositivo. Em comunicado, o CEO global da BBC, Jim Egan, disse que o estudo comprova que as novas mídias não canibalizaram, mas sim complementaram o uso da televisão e que as pessoas conseguiram harmonizar a utilização das diferentes telas sem ignorar a TV.
A televisão, inclusive, continua sendo a mídia que mais ganha atenção do público. Considerando os devices mais comuns (tablets, smartphones e laptops), a TV continua ganhando o maior tempo dos usuários (42%). Na sequência, aparece o laptop (29%), os smartphones (18%) e os tablets (10%).
Esse uso conjunto das mídias é mais comum, segundo a pesquisa, entre os jovens adultos de 25 a 34 anos, geração que melhor conseguiu equilibrar e inserir as múltiplas telas em seu cotidiano. Os resultados do estudo também mostraram que, assim como foram acostumadas a ver publicidade na tela da TV, as pessoas também estão dispostas a aceitar as inserções publicitárias em dispositivos móveis – e, até mesmo, a interagir com eles.
A pesquisa foi realizada com espectadores e usuários das mídias móveis da Austrália, Cingapura, Índia, Emirados Árabes, África do Sul, Polônia, Alemanha, França e Estados Unidos.

Fonte: Meio & Mensagem.

quarta-feira, abril 03, 2013

O marketing invadiu o jornalismo

Era de ouro do jornalismo? Ledo engano. Há tempos a integridade editorial está comprometida pelo marketing, afirma Bob Garfield em matéria no Guardian - traduzida por Jô Amado para o Observatório da Imprensa. “Bem vindo à Economia do Jornalismo 101”, onde os anúncios classificados lucrativos desapareceram, onde a indústria enfrenta uma situaçao amplamente deficitária e a receita já nao sustenta organizaçoes de mídia sólidas – que dirá organizaçoes de mídia fracas. E isso significa que “uma porçao de gente esperta e desesperada vem procurando dinheiro, de maneira esperta e desesperada, em outros lugares. Até agora, o resultado tem sido pífio”. Garfield aponta para os releases disfarçados de reportagem, um caso fracassado de publicidade mascarada de editorial na The Atlantic, um programa do Washington Post – que também nao deu em nada – que cobrava das pessoas pelo acesso a seus repórteres em jantares “em off”, além dos pay-per-post, pay-per-tweet, pay-per-review.
Nada é o que parece ser, e “leitores e espectadores nao têm como saber que sao vítimas de marketing, ou que o conteúdo, de forma inerente, nao é confiável”. E nessa hora nem adianta tentar separar as indústrias pelo meio, defende Garfield, porque as marcas do jornalismo estao cada vez mais parecidas umas com as outras e, com isso, “vemos sinais inequívocos dos publishers caminhando encurvados rumo a um mínimo denominador comum da ética”. E segue – “Alguém que se preocupe, em profundidade, com um jornalismo de qualidade e independente, deveria rezar para que paywalls e outros modelos de assinaturas prevaleçam. Isso porque no mundo dos espertos e dos desesperados, os desesperados sempre ficam com a última palavra” Leia a matéria original em inglês aqui e a traduçao na íntegra no site do Observatório da Imprensa.

sexta-feira, março 22, 2013

94,2 milhões no Brasil acessam internet


O número de usuários de internet no Brasil atingiu recorde de 94,2 milhões no Brasil, informa o Ibope, considerando-se tanto os que acessam a rede em casa, no trabalho, escolas e postos públicos como lan-houses. Esses dados gerais foram consolidados no terceiro trimestre de 2012.
A quantidade de usuários ativos em casa ou no local de trabalho cresceu 5,8% em fevereiro de 2013 em comparação ao mesmo período em 2012. Em fevereiro deste ano, o número foi de 51,5 milhões e, no ano passado, foi 48,7 milhões, de acordo com a pesquisa NetView, do IBOPE Media.
Destaques
Os sites pertencentes à subcategoria Ferramentas de Finanças cresceram 36% entre fevereiro de 2012 e fevereiro de 2013, alcançando 7,6 milhões de usuários únicos, ou dois milhões a mais que um ano atrás, informa o instituto. Em fevereiro de 2010, os sites atingiram 3,6 milhões de usuários e, no mesmo período do ano seguinte, 4,8 milhões.
Entre os portais mais acessados estão os de pagamento digital online, de cálculos financeiros e de consultas de consumidores a informações sobre restrição de crédito. Além de finanças pessoais, os usuários únicos também têm consultado sites de previsão do tempo de ONGs, particularmente páginas de petição online, cuja audiência foi impulsionada pelas redes sociais.

Publicidade na internet cresceu 21% no último ano


De acordo com o AdRelevance, serviço que monitora a publicidade online, ao longo de 2012, foram publicados mais de 20 mil banners por mês, de cerca de 2,5 mil diferentes anunciantes.
Em volume de investimentos, a internet foi o meio que apresentou maior crescimento proporcional em investimentos publicitários no Brasil, na comparação entre os valores obtidos em 2012 e 2011.
Segundo dados do Monitor Evolution do IBOPE Media, no total do último ano, foram investidos cerca de R$ 6,5 bilhões na web, valor 21% superior aos 5,4 bilhões consolidados em 2011.

terça-feira, março 19, 2013

Neuromarketing versus focus group


Martin Lindstrom faz uma palestra exclusiva na HSM ExpoManagement. Apontado como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela Time, em 2009, o autor dinamarquês não é o único guru do neuromarketing a colocar o País em sua agenda, recentemente. Em outubro, o indiano A.K. Pradeep, CEO da Neurofocus, visitou empresas em São Paulo e no Rio de Janeiro, para apresentar o trabalho de sua empresa, comprada pela Nielsen neste ano.

Se a nata do neuromarketing está de olho no mercado brasileiro, o mercado brasileiro também está de olho no neuromarketing. Ambev, Unilever e Kraft estão entre as gigantes de seus setores que usam os estudos neurológicos para a criação de anúncios ou o desenvolvimento de embalagens para seus produtos. O laboratório de neuromarketing da Fundação Getúlio Vargas realizou pesquisas que geraram insights para campanhas da Prefeitura de São Paulo (sobre o respeito à faixa de pedestre, que entra em breve na sua segunda fase) e do Governo Federal (para o combate à dengue, a ser lançada).

Para Eileen Campbel, CEO da MIlward Brown, o debate sobre se devemos parar de fazer perguntas para pessoas em grupos, e passar a apenas medir cada indivíduo pelas reações de seu cérebro, o suor das palmas das mãos ou o aceleramento das batidas cardíacas é válido e atual. “Ambas têm o seu espaço. É certo que há algo de emocional em cada decisão de compra, mas, para mim, quando se trata de relações humanas, perguntar é a melhor maneira de saber ao certo porque uma pessoa gosta ou não da sua marca ou o que você deveria mudar nela”, opina Eileen, um dos quatro profissionais entrevistados pelo Meio & Mensagem para este Em Perspectiva.

O neuromarketing é uma tendência para as pesquisas do futuro ou uma ferramenta a ser aplicada para fins específicos? Seriam as pesquisas por meio da atividade cerebral dos consumidores mais eficientes do que métodos tradicionais, como os grupos de discussões (focus group), também chamados de "pesquisa qualitativa"? Quais as vantagens e desvantagens de cada uma?

Agência

"Ambos os tipos de pesquisas têm seu espaço, mas para medir coisas diferentes. A neurociência pode dizer o que está acontecendo no cérebro de uma pessoa, mas não pode explicar o porquê . É um meio muito solitário para a mensuração. Por outro lado, ajuda as pessoas a articular ideias que não seriam capazes de organizar verbalmente. Assuntos que deixam as pessoas temerosas ou ansiosas, ao falar em público, como finanças pessoais, podem ser melhores entendidas por meio da neurociência. Como em tudo o que envolve grandes novidades, há pessoas que aderem como se fossem evangelistas e fazem afirmações como “você nunca fará uma pesquisa novamente”. Isto não é verdade. Não se pode prometer além do que a neurociência pode fazer: é um método para compor o mix de pesquisas. Entre as desvantagens do neuromarketing em relação às pesquisas com interação, não há as pessoas se confrontando e motivando o resto do grupo. Nas Focus Group, o debate às vezes é tão interessante que o moderador apenas senta-se e presta atenção no debate do grupo."

"Não dá para generalizar dizendo que um tipo de pesquisa substitui a outra. Elas podem ser complementares, dependendo do que se busca. Usamos a neurociência para avaliar a exposição do produto em gôndola no ponto de venda, por meio de ferramentas como o eye tracking, e no desenvolvimento de embalagem, para descobrir quais elementos que realmente comunicam melhor. Mas, para avaliar se o conceito e o mix correspondem àquilo que você desenvolveu, é importante ouvir a opinião da dona de casa. Às vezes é preciso fazer testes de produtos ou ouvir a opinião de um grupo – aí partimos para as pesquisas mais tradicionais. As vantagens de cada uma dependem do objetivo. As Focus Group continuam sendo importantes em validações. Para fins mais específicos, a neurociência ajuda. O ideal é uma combinação de metodologias."

Pesquisador

"Por ser declarada, a Focus Group tem limitações: as pessoas acabam se posicionando levando em conta o ambiente em que estão inseridas. É possível simular. Já a neurociência aprofunda o entendimento do subconsciente e consegue ser mais precisa sob o ponto de vista de estar avaliando a emoção. Contem uma quantidade de variáveis sutis impossíveis de serem detectadas em uma declaração. Para a campanha pelo respeito à faixa de pedestre, feita pela agência Nova SB para a Prefeitura de São Paulo, fizemos um estudo de neuromarketing. O resultado mostrou que a faixa não gerava envolvimento emocional: os motoristas viam os outros carros, os pedestres e os semáforos, mas simplesmente não enxergavam a faixa, era como se essa sinalização não existisse. Esse insight direcionou toda a campanha. Em uma pesquisa em grupo, os motoristas participantes provavelmente diriam que respeitavam a faixa. Mas não consigo imaginar a pesquisa em marketing sem os procedimentos qualitativos e quantitativos. Vejo as Focus Group e a neurometria como pesquisas complementares."

"Algumas pessoas pensem que o neuromarketing é a resposta para tudo e há outros que pensam exatamente o contrário. Para mim, a resposta está no meio. O neuromarketing pode trazer bons insights, mas os testes são necessários para comprovar o que descobrimos numa mensuração emocional. As pessoas encontram tantas opções de produtos nas lojas: há muito para o que se olhar e, como resultado, os consumidores não compram de uma maneira racional. Quando perguntamos as pessoas o que é importante para ela ou porque ela comprou tal marca, as respostas podem não ser necessariamente bem conectadas ao que realmente acontece. O eyetracking ajuda a entender o que se destaca no ponto de venda. A neurociência nos ajuda a entender os pontos emocionais da experiência, mas é preciso observá-las no ponto de venda na hora da tomada de decisões, para saber se, quando está na mão de uma pessoa, a embalagem estabelece alguma relação emocional com este consumidor. E apenas fazer perguntas não nos dá essa resposta. Perguntar é bom nos estágios iniciais do processo do design, mas não para os ajustes finais."


Leia Mais em Meio & Mensagem: http://www.meioemensagem.com.br/home/marketing/em_perspectiva/2011/11/08/Neuromarketing-vs-Focus-Group.html#.UUjYIyo4qUk#ixzz2O1WDh8KD

segunda-feira, março 04, 2013

Viciados em internet


Podemos dizer assim ou falar de modo mais ameno: "os brasileiros são os campeões mundiais quando o assunto é o tempo gasto na web".
Segundo o Net Insight, estudo sobre internet do Ibope Media, em dezembro de 2012 os brasileiros gastaram em média 43 horas e 57 minutos navegando na web. Os dados levam em consideração, além do Brasil, EUA, Japão Alemanha, França, Itália, Espanha e Suíça.
“O aumento do número de usuários na internet e do tempo gasto na navegação refletem um cenário positivo para o e-commerce, que deve manter o seu forte ritmo de crescimento este ano”, afirma Pedro Eugenio, CEO do Busca Descontos site que reúne cupons de descontos grátis e responsável pelo BlackFriday.com.br.
Dentre os países incluídos na pesquisa, o Brasil já é o terceiro em quantidade de usuários ativos na internet. Em dezembro do ano passado, o país contava com 52,5 milhões de usuários. A frente do Brasil estão os Estados Unidos, com 198 milhões de usuários ativos, e o Japão, com 60 milhões.
O segundo país em tempo gasto na internet é a França, que no último mês de dezembro gastou em média 39 horas e 23 minutos. Na terceira colocação está a Alemanha, com 37 horas e 23 minutos gastos por usuário.
Segundo dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), as vendas no comércio eletrônico brasileiro cresceram 29% em 2012, movimentando R$ 24,12 bilhões.

Direto de Barcelona: mobile is a tool. Not a toy


Enquanto TNS, comScore, inMobi e outras consultorias e institutos de pesquisa apresentavam dados sobre a forma como o consumidor global usa o celular no Mobile World Congress (MWC), em Barcelona, um elemento se destacou entre os demais: a forma secundária como o consumidor encara o celular.
Não estou dizendo que o uso comum do aparelho não é fundamental para ele, mas, sim, que o aparelho pode ser fundamental para potencializar a experiência dele com outras categorias, atividades, acessórios etc. Basta considerar que não existe uma "hora de usar o celular", como existe a de ver TV, a de ir à academia, tomar banho, jantar. O celular é um excelente companheiro das atividades diárias. Em comunicação, isso muda tudo; muda porque não deveríamos nos centrar em "falar sobre ele" (como "toy"), mas em como ele potencializa as coisas (como "tool").

Para se ter uma ideia, a inMobi apresentou um estudo global sobre momentos de uso, e os resultados impressionam:
85% enquanto esperam por algo ou alguém
82% enquanto estão deitados na cama
62% enquanto assistem a TV
60% enquanto estão no transporte público
43% enquanto compram
30% enquanto estão no banho (!!!!!!!)
Agora, considerando um uso complementar tão grande, não deveríamos, em vez de vender megapixels, dimensões e resolução, vender soluções para o que fazer com isso enquanto se praticam atividades corriqueiras? Essa foi a grande provocação do dia.

Por Tiago Lara, diretor de planejamento estratégico da Leo Burnett Tailor e acompanha o MWC em Barcelona. Ele escreve como colaborador para Meio & Mensagem.

Leia Mais: http://www.meioemensagem.com.br/home/marketing/noticias/2013/02/28/Mobile-is-a-tool--Not-a-toy.html#.UTSrDyo4qUl#ixzz2Ma1yeLbO 
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terça-feira, janeiro 08, 2013

Publicidade e marketing: o que esperar em 2013

By AdAge*

Feliz Ano Novo. Agora mãos à obra: Nós traçamos 13 desafios para 2013 e apontamos algumas previsões.

1) Agências: Extensão dos prazos de pagamento às agências é a nova realidade

Circula no mercado que alguns clientes com problema de caixa estão pedindo prorrogação para os prazos de pagamento de 30 para 60 dias, ou até mesmo para 90 dias, e em alguns casos raros de 120 dias. Isso já é uma realidade para o mercado publicitário em um momento que os anunciantes estão escolhendo suas agências. Hoje em dia a escolha não depende mais do calibre criativo do trabalho, ou do pensamento estratégico. Entretanto, com as atuais circunstâncias financeiras, uma agência está disposta a aceitar. Não é bom para elas, mas é a realidade em 2013.

Previsão: O experimento de algumas holdings de publicidade a fim de construir alguma identidade para o cliente, como a General Motors, podem sofrer algumas dificuldades mais para frente. A GM, por exemplo, continuará a lidar com a pressão para atender as demandas do seu departamento de marketing. Alguns executivos acreditam que a montadora não foi capaz de sustentar o importante lançamento dos caminhões Silverado e mudou o trabalho para a Leo Burnett, do Publicis Groupe. Além disso, a montadora está há muito tempo adiando uma decisão sobre a possibilidade de manter o slogan "Chevy Runs Deep". O AdAge acredita que ele provavelmente vai ser trocado por um novo ainda este ano.

2) Bebidas: Quão baixo você consegue ir? Calorias contam na categoria

Graças a um foco crescente na obesidade epidêmica e no papel das bebidas não alcóolicas no debate, os principais players devem promover fortemente as opções low e no-calorie este ano. A Pepsico lançou PepsiNext, com menos de 60% de açúcar do que a Pepsi normal, e está planejando um grande impulso para a Diet Pepsi no início de janeiro. Enquanto isso, a Dr Pepper Snaple Group encontrou sucesso com suas extensões de marca em produtos de 10 calorias. A Dr Pepper Ten foi lançada nacionalmente no ano passado. E em janeiro, versões “dez” de 7-Up, Sunkist, Canada Dry, RC Cola e A&W Root Beer serão lançadas em todo o país com uma grande campanha publicitária planejada para março. A Coca-Cola não introduziu nenhum produto com percentual reduzido de caloria, mas isso faz parte de um esforço da indústria para lançar um programa Calories Count Vending. As máquinas de venda de refrigerante do programa encorajam escolhas por bebidas de baixa caloria, segundo a American Beverage Association. As máquinas serão introduzidas em Chicago e San Antonio este ano.

Previsão: A divisão de bebidas da PepsiCo América do Norte continuará a fazer ajustes em suas relações com agências – 65% de suas parceiras foram trocadas há um ano –, enquanto a marca Pepsi vai tentar deter as quedas de participação de mercado com alto orçamento em marketing, ofertas de tempo limitado e novos designs de embalagem.

3) China: Compre esta ideia: China está para ultrapassar EUA no e-commerce

A China está no caminho para superar os EUA e se tornar o maior mercado e-commerce do mundo em 2015. A vasta maioria de vendas ainda vem das transações dos consumidores finais, mas o B2C está direcionando o crescimento na China, onde compradores ficam online para comprar tudo, de carros a manteiga. No início do ano, a versão chinesa da Cyber Monday trouxe US$ 3 bilhões para comerciantes nas duas principais plataformas de e-commerce da empresa, Taobao e Tmail, realizando o maior dia de compras online do mundo. As empresas que aderiram à ação incluem o Walmart, que assumiu o controle de ações da varejista online local Yihaodian no final de 2012. De acordo com um relatório da Boston Consulting Group, a internet na China é similar à televisão nos anos 1960 e 1970 – o lugar onde consumidores se reúnem e no qual as empresas precisam se situar.

Previsão: aflições em relação ao trabalho criativo nada inspirado da China continuarão, mas alguém virá para mudar o jogo. (Talvez isto seja um pensamento otimista?)

4) CMOS: Pode a diretoria resolver a equação do valor?

Nos últimos anos, anunciantes lutaram pela melhor maneira de comunicar o valor para os consumidores, e é um desafio que persistirá em 2013. Qual é a definição de valor e o que ela significa para os consumidores? Varejistas da fast-fashion como H&M, Zara e Forever 21 definiram a paisagem das indumentárias, mas alguns preveem que o desejo dos compradores pela moda descartável está diminuindo. Seth Farbman, CMO da Gap, contou recentemente ao Ad Age que consumidores estão famintos por peças de qualidade e a um bom preço. JC Penney e McDonald’s continuam a focar no preço como um jeito de transmitir valor. Nesta temporada de férias, a JC Penney publicou preços em seus anúncios para a TV, uma abordagem que foi disseminada nas profundezas da recessão, mas tem sido menos popular ultimamente. Os Arcos Dourados creditaram à promoção de itens de valor, em parte, o surpreendente aumento 2,5% das vendas nos EUA em novembro. Mas o Tide Pods da Procter & Gamble foi bem-sucedido ao redefinir valor para transmitir mais eficiência do que preço – eles são o produto mais caro da categoria lavanderia.

Previsão: Mais outisiders na diretoria. O papel do marketing se tornou mais integral para a organização – e mais complicado. Isso forçou as companhias a olhar para além de suas categorias em busca de ideias arejadas e um novo conjunto de habilidades.

5) Produtos de bens de consumo: Preço de guerra à vista

Não há duvidas de que as gigantes dos bens de consumo embalados continuarão a se reestruturar. A questão é se elas usarão as economias colhidas com a redução de seus postos. “Eles vão investir em publicidade e inovação ou vai ser um banho de sangue sob uma perspectiva de preço?”, perguntou Ali Dibadj, analista da Sanford C. Bernstein. Ele espera a segunda opção. Até agora, a P&G gastou sua poupança em marketing. Mas com o crescimento lento e uma classe média encolhida nos EUA, não parece mais que a P&G, que deteve o portfólio de marca mais caro da indústria, possa manter as lacunas de preço do passado. Se procurar estreitar as lacunas de preço ou tomar medidas mais agressivas nas linhas de preço/valor, os concorrentes podem cortar os preços na mesma proporção. Com a mesma pressão desde 2008, a indústria tem evitado a guerra de preços. Agora está menos claro que a paz vá vigorar.

Previsão: Os EUA, tendo perdido seu esplendor nos anos recentes em comparação aos mercados em desenvolvimento, ganhará foco renovado dos anunciantes de bens de consumo.

6) Criatividade: O aumento das experiências de marca

Experiências de marca e dublês vão ficar ainda mais ambiciosos e significativos. O meio digital aumentou o apetite das marcas pelo comando da atenção no mundo real, provendo combustível para bugigangas de mídia social. A Chipotle capturou a audiência do Grammy com a cativante animação “Back to the Start”, e então trouxe de volta a mensagem formando a Cultivate Foundation e patrocinando uma série de concertos e eventos em apoio à agricultura sustentável. A Anheuser-Busch ressuscitou a Budweiser Superfest por meio de uma nova parceria com o rapper Jay-Z, que divulgou e curou um festival musical de verão, o “Made in America”, na Philadelphia, para virar um filme de Hollywood.

Previsão: Imitadores do Red Bull à beça. “Red Bull Stratos” marcou uma conquista de marca de proporções que não víamos desde “BMW Films”. Muitos tentarão replicar. Muitos poucos irão decolar.

7) Informação: Problemas com big-data: poucos cientistas

Mais e mais empresas precisam ou querem uma quantidade de dados, mas simplesmente não há um número suficiente de cientistas de computador, matemáticos e engenheiros. Não é de se admirar que as corporações começassem a investir em educar os cientistas em dados de amanhã. A firma de consultoria Comrise está patrocinando sessões de treinamento em big-data em universidades incluindo a Syracuse University e a Cornell University. A IBM, outra firma desesperadamente procurando geeks de informação, abriu recentemente uma fábrica em Columbus, Ohio, que irá abrigar centenas de membros do staff. Na esperança de preparar as pessoas para essas excursões de alta demanda, a IBM fez parceria com a Ohio State para desenvolver educação curricular. Atividades semelhantes estão em andamento na Rutgers University de Nova Jersey. A escola está à procura de um professor para dar aulas de big-data.

Previsão: o Facebook finalmente vai ingressar no programa de privacidade da indústria. Quase todos os grandes players participam da Digital Advertising Alliance, uma iniciativa de auto-regulamentação, mas o Facebook é uma omissão flagrante. Embora a empresa afirme que suas configurações de anúncios permitam que os usuários possam optar por não receber anúncios indesejados, novas ofertas, incluindo segmentação comportamental para de anúncios terceiros, torna a omissão do Facebook ainda mais evidente. Esperamos que isso mude.

8) Digital: Publicidade local terá mais rigor

Campanhas locais causaram furor em 2012 com editores de conteúdo e distribuidores de todos os tipos se apropriando do termo para descrever publicidade que não é tipicamente um anúncio display. As agências seguiram uma regra para provar que elas trabalhavam a “estratégia de conteúdo”. Entretanto, quanto mais os anunciantes reservaram porções maiores das suas verbas de marketing para as campanhas que privilegiavam o conteúdo em 2012, mais eles começaram a buscar maneiras mais sofisticadas de medir o retorno de seus investimentos. Afinal, um blog mostrando 17 imagens de animais vestidos de humanos (não importa quantas vezes compartilhado nas redes sociais) pode realmente impulsionar a percepção de uma marca? Editoras que dispensarem tempo para ajudar os anunciantes a analisar as campanhas de conteúdo, além das métricas da “vaidade”, assim como produzirem conteúdo que realmente incorpore valor de marca de um jeito esperto e sútil, devem ganhar um pedaço maior do bolo. O restante verá os seus projetos locais se revertendo em projetos customizados.

Previsão: A competição na web começa a prejudicar a TV a cabo. Ninguém espera que o pacote a cabo seja quebrado durante a calada da noite, mas os chamados de “cable nevers” devem passar a ser contados, pois o conteúdo da web é realmente muito bom para um determinado conjunto.

9) Comida: Você quer salada ou fritas com isso?

Embora uma salada com cerais possa não estar no menu do McDonald’s este ano (ou em qualquer ano, a propósito), as cadeias menores de comida saudável, rápida e casual estão surgindo aos montes. É provável que esses tipos de cadeias levarão anos para expandir, mas alguns lugares já têm feito ondas. Lyfe Kitchen, ideia original de Mike Roberts, ex-chefe executivo e presidente do McDonald’s, teve início na Califórnia e oferece cardápio local, orgânico e saudável. Pret A Manger, que é especializada em itens frescos livres de conservantes e química, continua a expandir nos EUA.

Previsão: Uma grande empresa de alimentos como a PepsiCo ou a Kraft Foods Group vai adquirir a fabricante de iogurte grego Argo farma, que faz Chobani.

10) Mídia: Redes de TV devem buscar quadro total através da medição

A TV manteve o seu domínio sobre as verbas de publicidade mesmo com fragmentos de audiência se deslocando para canais digitais como o YouTube. Mas algumas verbas para a TV sofrerão mudanças em 2013. Com o relógio correndo e mais dólares provenientes da publicidade para a TV prestes a mudarem para outros meios de comunicação, uma das quatro grandes redes de radiodifusão pode, finalmente, chegar a um plano de medição total, dando aos anunciantes a oportunidade de verificar qual público assiste shows em TVs, acessa dispositivos móveis e computadores. As redes, por sua vez, devem manter a agitação para o padrão de classificação C7 (que contaria o número de pessoas que assistem TV semanalmente). Como anunciantes e veículos ainda resistem, questionando porque eles deveriam sair do padrão C3, seria interessante que alguma rede investisse no C7.

Previsão: Fim dos canais de TV a cabo de nicho? O cabo transformou a TV em uma infinidade de programação de nicho, mas hoje em dia é na web que está a maioria dos vídeos de nicho. Os distribuidores de televisão via cabo e satélite rugem sob uma exorbitante quantidade de taxas de distribuição. A Time Warner Cable, por exemplo, disse em dezembro que vai parar de carregar Ovation, o qual descreve como a de mais pobre desempenho. Espere outras redes de enfrentarem a mesma crise.

11) Regulamentação: Anunciantes contra o ataque das taxas

A dedução fiscal de despesas de publicidade poderia estar em jogo num momento em que Congresso tenta reformar o código tributário. A dedução está nos livros desde que o Congresso sancionou a Lei das taxas em 1913 e por muitos anos os líderes da indústria tiveram medo de que poderiam estar sob ataque. Agora, porém, a ameaça parece ser mais real em 2013. Como políticos buscam soluções para eliminar o déficit orçamentário do país, as agências temem que, se isso acontecer, os anunciantes optem por reduzir seus orçamentos e, consequentemente, diminuir o trabalho das agências. Os investimentos em publicidade nos EUA chegam a US$ 5,8 trilhões, ou 19% da produção econômica total do país, como reportou o Advertising Age no ano passado. Em Nova York, por exemplo, a publicidade gera US$ 423 bilhões. As empresas farmacêuticas, incluindo a indústria nacional de fabricação de produtos químicos, reivindicam maiores deduções em suas despesas, com base em dados fiscais de 2008.

Previsão: Jon Leibowitz, presidente da FTC, vai deixar o cargo e será substituído pelo comissário Julie Brill, ex-vice-procurador-geral sênior e chefe de defesa do consumidor e defesa da concorrência no Departamento de Justiça da Carolina do Norte.

12) Varejo: Mídia “comprável” mira estimular vendas

Com a mobilidade e o consumo de vídeo a todo vapor, varejistas estão procurando novas maneiras de agir. “Shoppable media” (mídia comprável), por meio de vídeos ou veículos estampados que encorajam consumidores a imediatamente comprar produtos usando várias tecnologias, se tornarão um jeito cada vez mais popular de se fazer isso. Jeff Jones, CMO da Target, disse que acredita que essa é a direção do vídeo, e citou a série de três capítulos “Falling for you”, ação recente da marca com a atriz Kristen Bell e 110 produtos. Os experimentos com o QR code e text-to-buy (realizar a compra através do envio de mensagem de um dispositivo móvel) também vão continuar. Na última temporada de férias, os anúncios de TV da Target encorajaram os compradores a mandar mensagens para comprar os brinquedos divulgados em um dos pontos.

Previsão: JC Penney será forçada a inserir um número maior de promoções – uma estratégia que o CEO Ron Johnson tinha evitado – a fim de sossegar analistas preocupados e atrair consumidores inativos.

13) Social: Mais startups irão sozinhas

Consolidação foi a palavra de ordem para uma geração de startups de marketing social que entraram em cena nos últimos anos. O grande marco foi a aquisição da Buddy Media pela Salesforce por US$689 milhões. Com os principais compradores como a Oracle (que devorou a Involver e a Vitrue) e o Google (que comprou a Wildfire) presumivelmente não mais no mercado e o financiamento secando, as startups terão que se virar sozinhas. Os desenvolvedores de marketing preferenciais do Facebook podem procurar fazer negócios entre si. E é possível que Facebook e Twitter façam uma aquisição ou duas empresas menores de social-ad e análises possam atrair os melhores talentos.

Previsão: O Foursquare será comprado. Enquanto tem rebatido ofertas de aquisição de empresas como o Yahoo no passado, em 2013 o CEO Dennis Crowley estará em uma posição para entretê-los mais seriamente. O crescimento da plataforma está diminuindo (compare os 25 milhões de usuários registrados com mais de 100 milhões do Instagram).

Tradução: Isabella Lessa e Beatriz Almodova Lorente, para Meio & Mensagem