Em todas as manifestações, em qualquer lugar do mundo onde existe um enfrentamento previsível entre policiais e manifestantes, ele está presente.
Alguém enche uma garrafa de vidro até a metade com gasolina; enfia um pedaço de pano ou estopa na boca da garrafa, de modo a vedar bem a entrada de ar.
O pano ou estopa funciona como pavio e estopim quando aceso.
Ao se estilhaçar contra o alvo, a garrafa libera o conteúdo inflamável que é tocado pela chama produzindo a explosão.
Simples e eficiente como o clip, como a caneta Bic ou como Bombril. Uma invenção eterna.
Alguns pensam que a denominação "Coquetel Molotov" foi cunhada pelos russos em homenagem ao presidente de Conselho de Ministros da União Soviética, Viacheslav Molotov.
Ledo engano. Na verdade a denominação nasceu de uma ironia.
Foram os finlandeses os primeiros a usar o artefato incendiário, em 1939, justamente contra o exército russo durante a chamada Guerra de Inverno.
A combinação de gasolina, ácido sulfúrico e cloreto de potássio foi batizada assim porque o general Molotov afirmara, em transmissões radiofônicas, que os soviéticos não estavam jogando bombas sobre os finlandeses e sim "alimentos".
Então os finlandeses retribuíram dizendo que suas bombas eram "o acompanhamento líquido", servido a Molotov.
Preparados para o enfrentamento os finlandeses grafitavam nas paredes: "Que venham os russos, vamos lhes servir coquetéis para Molotov".