terça-feira, novembro 12, 2013

Cenas violentas triplicam em filmes para adolescentes desde 1985 nos EUA

A notícia foi publicada pela agência France-Presse: a violência com armas de fogo que pode ser vista em filmes por crianças menores de 13 anos triplicou desde 1985 nos Estados Unidos, o ano em que começou a ser aplicado um sistema de classificação etária, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira.
Estes filmes, classificados como "PG-13" (guia para pais 13), continham em 2011 e 2012 muito mais cenas violentas com armas de fogo que aqueles destinados aos adultos e classificados como "R" (restrito) durante o mesmo período, lamentam os autores do estudo.
Além disso, esses filmes foram os mais populares nos últimos anos.
"É surpreendente ver esta explosão de violência com armas em filmes que são, na maior parte, dirigidos diretamente a um público adolescente", considera Brad Bushman, professor de comunicação e psicologia da Universidade de Ohio, principal coautor do estudo publicado online pela revista americana Pediatrics.
Esta tendência nos filmes dirigidos a adolescentes é preocupante, porque múltiplas pesquisas demonstraram que a presença de uma imagem ou de uma arma aumenta a agressividade de uma pessoa em relação às outras.
A classificação PG-13 nos Estados Unidos adverte os pais para o fato de que certas cenas podem ser desaconselháveis a melhores de 13 anos, mas não devem nunca conter a violência própria dos filmes catalogados como "R" e reservados aos adultos (de mais de 17 anos), segundo revela Brad Bushman.
"Parece que os filmes que contêm cenas de sexo caem com mais frequência na categoria (de filmes) restritos aos adultos que os que contêm violência", acrescenta.
Os pesquisadores analisaram 915 filmes que estrearam entre 1950 e 2012 e que estavam entre os 30 mais populares a cada ano neste período de 62 anos.
Encontraram cenas de cinco minutos de violência interpretadas por cada um dos personagens e determinaram se utilizavam armas de fogo.
De modo geral, descobriram que as cenas de violência quase quadruplicaram entre 1950 e 2010. Desde 1985, ano em que começaram as classificações de filmes nos Estados Unidos, 94% dos 367 filmes continham ao menos uma sequência de mais de cinco minutos de violência, determinou o estudo.
No total, estes filmes continham 700 cenas de violência com armas de fogo.
Nos filmes reservados a adultos, o número médio de cenas de violência com armas de fogo permaneceu quase igual (1,54 cena por hora) de 1985 a 2010.
No entanto, os filmes classificados como PG-13 não continham quase nenhuma cena de violência com armas em 1985. Mas a partir deste período a frequência das cenas violentas começou a aumentar e se acelera desde 2005.

domingo, novembro 10, 2013

As 3 leis para se tornar um redator publicitário incrível

Houve um tempo em que as mídias eram três: impressa, televisionada e radiofônica. Hoje praticamente tudo é mídia. Até você. Então a luta para chamar a atenção do cliente em potencial precisa ser decidida nos primeiros cinco segundos em que a publicidade encontra o alvo. Uma das razões pelas quais a publicidade no YouTube é um fiasco (93% das pessoas pulam a publicidade que aparece no começo da exibição dos vídeos) é porque as agências que usam este tipo de mídia ainda não entenderam que só tem 5 segundos - e não mais 30 - para vender algo. É por isso que o título, a chamada, se tornou o bem mais precioso da publicidade. É como se você estivesse pedindo "por favor, me dê cinco segundos de sua atenção?"
Então, quais são as 3 leis para se tornar um redator publicitário incrível?

1. Ler muito! Ler dezenas de centenas de milhares de títulos (isso quer dizer: leia quantos você puder), se possível em muitas fontes. Anote. Analise a estrutura narrativa ali contida. Então, concentre-se nos bons – encontrados em anuários e premiações – mas leia alguns comuns também; nem toda campanha vendedora é premiada e vice-versa e você não está no negócio da criação literária. Redatores de publicidade são vendedores.
2. Saiba sobre tudo. Exercite sua curiosidade. De culinária árabe à invasão mongol. Se você não é curioso, mude de profissão. Joseph Sugarman disse que os melhores redatores do mundo têm sede de conhecimento, são curiosos e não têm medo do trabalho; se trabalho matasse redatores eles já estariam extintos.
3. Pratique! Oswaldo Mendes, decano da publicidade no Brasil, ensina que é preciso criar dezenas de títulos (para uma única campanha) para ter uma peça premiada. No caso de títulos publicitários, a quantidade gera mais qualidade do que você pode imaginar. Ou, repetindo Mendes: "90% de transpiração e 10% de inspiração é a única formula que funciona".

Afinal, títulos vendem? Sim, vendem. O que é um título poderoso? É aquele que prende a atenção do leitor ou de telespectador. Um título tem que ser mais criativo ou mais vendedor? Tem que ser mais pertinente porque a publicidade é uma atividade centrada na pertinência e a criatividade só serve se produzir pertinência vendedora. É possível medir sua eficiência? Sim, mas essa não é uma função do redator de publicidade.
John Caples (a pessoa mais importante para a publicidade mundial segundo a AdAge) catalogou 119 títulos comprovadamente eficientes em seu livro Tested Advertising Methods.
O livro que completou uma década é uma das raras ocasiões onde a publicidade se encontra
com a ciência (embora essa distância parece estar diminuindo nos últimos anos com a introdução do neuromarketing e de outras ferramentas de mensuração em tempo real).
Caples não revela seu método, mas segundo o famoso redator muitos títulos alcançaram o seu objetivo. Os catalogados foram os que funcionaram dentre centenas de outros que não.
De todos os 119 títulos, 24 falam em dinheiro, 22 em começam com “Como”, 20 prometem algo rápido (ex: “perca peso em 3 dias”) e 4 possuem a palavra “agora” no meio. Ou seja, a maioria faz uma promessa direta, tangível, mensurável. O cliente não gosta de ler anúncios. Ele os lê em busca de solução concreta para um problema concreto, ainda que isso não se expresse me modo consciente.
Bons títulos chamam a atenção das pessoas. Mas isso é o bastante pra dizermos que funcionam? Não. Mas não importa. A sua função, redator, não é fazer funcionar; é levar o cliente a se interessar pelo produto. É obter a segunda atenção. É colocar o produto em sua mão. Se ele comprar ou não isso vai depender de outras tantas variáveis.
A publicidade é apenas um dos canais de marketing e não é nem o único responsável pelo sucesso de vendas de um produto nem o único responsável pelo seu fracasso.
Não se deixe enganar pela imagem. A mágica está na chamada. Ou o título captura a atenção do leitor ou a bela imagem servirá apenas como papel reciclado no dia seguinte.

sábado, outubro 26, 2013

Como desligar o Windows 8?

Pode parecer estranho de depois de tanto tempo sem postar nada no blog eu retorne com um tema aparentemente pueril, mas que penso ser importante porque manifesta, de modo eloquente, o desprezo que as grandes corporações têm pelo usuário-cidadão.
Eu tenho sobre minha mesa dois computadores. De um lado, um Mac Pro e de outro, um PC. Isso se dá não por boçalidade ou exibicionismo, mas por dever de ofício já que eu recebo do departamento de arte de minha agência muitos arquivos para avaliar que foram gerados diretamente nos Mac Pro utilizados na criação e, por outro lado, ainda recebo muita coisa de outras fontes geradas em programas nativos de PC, o que me obriga a ter as duas possibilidades disponíveis.
Meu PC de mesa usa Windows 7, um programa que é menos instável que a versão anterior e tem um ambiente amigável.
Consumido à exaustão em viagens por anos a fio, meu velho laptop de guerra envelheceu comigo e precisou ser substituído.
Foi então que entrou na minha vida uma excrescência compulsória chamada Windows 8.
Como tudo o que é híbrido, o Windows 8 fica no meio do caminho entre o que era e o que gostaria de ser. É o problema dos carros que voam. São mais ou menos como patos: nadam, andam, voam mas fazem tudo isso muito mal.
O Windows 8 nem tem a interatividade de um programa originário para smartphone - como pretendia - nem tem a praticidade do Windows 7, que funcionava, além de ter um design de jardim de infância, com quadradinhos coloridos que se movem quando os tocamos.
Quando digo que o Windows 7 funcionava não falo em estabilidade e confiabilidade porque quem quer isso compra um Mac. Falo em usabilidade.
O sintoma mais evidente dos defeitos de origem do Windows 8 é que ele não tem, na tela, um botão para desligar o computador. É isso. Imagine você ter que procurar em seu carro o lugar onde pode desligá-lo? É mais ou menos isso. Você liga e precisa de um tutorial para encontrar onde desligar.
Deveria parecer estranho ter um tutorial para esse fim, mas acredite, ele é fundamental.
Coloridinho e engraçadinho, o Windows 8 está pior em muitos sentidos, inclusive em relação a como tarefas corriqueiras devem ser executadas.
O sistema eliminou o Menu Iniciar da Barra de tarefas; com isso, o caminho para desligar, reiniciar e hibernar o computador se tornou oculto, uma espécie de Ponto G da informática.
Pretensioso e estranho, o novo ambiente Metro é completamente diferente do que se está acostumado com as versões anteriores do Windows, não produzindo no usuário nenhuma sensação de familiaridade com o sistema.
Exemplo? Para desligar o Windows 8 é necessário abrir a Charms Bar, a barra que se abre no canto direito da tela e com a qual é possível acessar diferentes áreas do sistema. Com ela aberta, você deve clicar em “Settings”.
Em seguida, clique em “Power” e você verá as opções para hibernar, desligar e reiniciar em um menu pop-up. Então você arrasta o mouse e clica em desligar.
Em matérias pagas na imprensa, a Microsoft informa que a proposta do Windows 8 era "integrar experiências de desktops com as de portáteis". O problema é que o resultado não é esse e quem está acostumado à maneira como os desktops funcionam se sente desconfortável com as idiossincrasias do programa e terá muitas dificuldades na adaptação em um sistema que não é simples, não é bom e não é interativo e é compulsório - se você comprar um PC, ele estará lá mesmo que você o odeie.
Os usuários ficaram perdidos. Tanto que no Google, quando você digita "como desligar o Windows 8" surgem nada menos que 1,5 milhões de postagens de resposta.
Um sistema operacional que não consegue ser autoexplicativo em suas funções básicas como "liga e desliga" para 1,5 milhão de usuários deveria ser jogado fora ou repensado de cima abaixo, com envio gratuito da nova versão para os usuários e um pedido de desculpas ilustrado com a foto do CEO da Microsoft usando um "chapéu de burro".
E de pensar que porcarias como essa dominam 90% dos computadores do mundo.
Na história humana, nunca consumimos tanto lixo quanto na atualidade. E ainda pagamos caro por isso.

quarta-feira, maio 29, 2013

Institutos e novos hábitos no consumo de mídia

O crescimento do digital, da mesma forma que desafia a indústria de mídia, não tem deixado as empresas de pesquisa em situação confortável. Confrontados com novos hábitos de consumo de conteúdo, institutos têm estudado novas ferramentas e buscado desenvolver habilidades específicas para interpretar dados só agora passíveis de serem coletados. Em entrevista ao propmark, Andrew Green, CMO da Ipsos Media CT, fala sobre como as empresas têm se adaptado ao digital. Confira os principais trechos da conversa.

Digital pequeno

“Para muitos meios em regiões em desenvolvimento, e especialmente no Brasil, o digital ainda é uma parcela muito pequena da audiência. Você conversa com agências de mídia e tudo o que você ouve é ‘digital, digital, digital’. Na verdade, entre 70% e 80% da audiência está ligada na televisão. Muitos dos leitores de jornais estão consumindo notícias no papel. Digital é a parte crescente, não a grande parte.”

Dilema

“Para os jornais, as coisas ficam mais e mais difíceis a cada ano. A receita com digital está crescendo e a receita com publicidade no papel está caindo, mas o que é faturado com digital não é suficiente para repor as perdas como um todo. Ou seja, o desempenho financeiro da mídia impressa está caindo ano a ano. Mas os jornais não estão tendo queda em todas as regiões. No Brasil, na China, na Índia, por exemplo, eles não estão retraindo. Na verdade, globalmente a indústria de jornais está em ascensão, mas somente por causa da alta nesses três países, que puxam os números para cima. O Brasil é o 11º país com maior crescimento em circulação, com alta moderada, 1,9% nos últimos cinco anos, entre 2007 e 2012.”

Leitura dinâmica

“Cerca de 60% de todos os eventos de leitura para os jornais no Reino Unido são feitos em papel, e o restante é digital. Cada um dos eventos de leitura em digital é mais curto que em papel. A média de tempo gasta para ler um jornal é de 20 minutos, mas quando você checa notícias online esse tempo pode ser de apenas um minuto. Parece que digital é muito grande, mas, nessas ocasiões de leitura, o tempo gasto é muito pequeno.”

Muitas perguntas

“As mudanças no cenário de mídia também afetam as empresas de pesquisa, que auferem audiência. As pesquisas tradicionais estão sendo muito desafiadas. Além disso, as pessoas estão confusas sobre onde viram determinado conteúdo: elas não conseguem diferenciar tão facilmente se leram o jornal no tablet ou se foi no smartphone. Nosso problema agora, porque há tantas formas de olhar para uma marca de mídia, é que temos que perguntar questões muito mais longas e complexas para entender um cenário.”

Queda global

“Temos outro problema em nossa indústria que é as pessoas estarem menos dispostas a participar de pesquisas. Isso significa que as respostas a estudos de mercado estão em queda em todo o mundo. As pessoas estão mais preocupadas com segurança, mais desconfiadas dos propósitos dos estudos. Há mais relutância. O que temos que fazer é encontrar novas e interessantes formas de coletar dados. Em pesquisas na França sobre leitura de jornais e revistas, por exemplo, não batemos mais na porta das pessoas, mas pedimos que respondam online algumas questões. Percebemos que essa forma engaja as pessoas a participarem. É mais eficiente, atrativa e fácil para o respondente. É uma mudança muito simples, mas traz resultados significativos.”

Mobile em cena

“Em áreas como rádio e TV, estamos estudando formas passivas de obter dados. Desenvolvemos uma nova técnica chamada MediaCell. Todos carregam hoje um smartphone. Quem recrutamos para os painéis não precisa fazer nada, apenas carregar o próprio smartphone, mantendo-o ligado e com bateria. Por meio de um aplicativo instalado nos aparelhos e de um código implantado na rede de transmissão das estações de rádio, reconhecemos quem está exposto àquele sinal específico. Não é algo simples, passamos quatro anos e meio desenvolvendo a ferramenta. Ipsos e outras companhias do segmento de pesquisa estão estudando tecnologias passivas, com as quais o respondente não precisa exatamente fazer muito esforço.”

Telefones espiados

“Essas novas ferramentas trazem respondentes que não teríamos no método tradicional, mas ainda estamos nos estágios iniciais dessa forma de fazer pesquisa. Quando fizemos os pilotos de nossa ferramenta mobile e começamos a recrutar pessoas na Austrália e nos Estados Unidos, muitas disseram que não se importariam em ter os telefones espiados, mas outras desistiram da ideia de compartilhar suas informações de uso. Isso é o tipo de coisa que se aprende em pilotos. O processo é muito mais natural agora. Temos um número maior de respostas hoje do que quando começamos, então acreditamos estar na direção certa.”

Sem mudança radical

“As publicações hoje são marcas dispostas em cinco plataformas e, porque nossos clientes mudaram, nós, como pesquisadores, temos que mudar também, para captar os hábitos da nova audiência. Ao mesmo tempo, precisamos ter certeza de que nossos métodos são confiáveis para a indústria, que gasta muito dinheiro nesses estudos e baliza seu negócio por eles. Por isso, continuamos em parte com métodos tradicionais, recrutando pessoas por telefone, por exemplo.”

Big data

“No momento não há uma fonte comparável à tradicional para pesquisa no mundo online. No futuro, talvez tenhamos um sistema mais organizado para amostras puramente coletadas na internet, mas não agora. Certamente podemos captar mais informações hoje, mas um outro fato é que precisamos saber o que fazer com tantos dados. Já imaginou a montanha de informações que aparece quando você rastreia um dispositivo segundo a segundo? Como se classifica e se organiza isso para transformá-lo em algo útil? Há uma nova série de habilidades que precisamos aprender para dar conta da tal ‘big data’.”

Técnicas passivas

“Estamos discutindo trazer técnicas passivas para o Brasil, como a mensuração online de hábitos de leitura. A MediaCell está disponível no Reino Unido, estamos prestes a lançá-la no Quênia e, até o final do ano, começaremos no México. No próximo ano traremos para o país, se houver mercado para isso. Fizemos piloto de um serviço chamado Mobile+ [para mensurar hábitos de consumo de mídia em smartphones utilizando um app espião] na Austrália e nos EUA, mas a ferramenta ainda está em fase de testes. Gastamos muito dinheiro nesses estudos. Mobile é o assunto quente para a indústria de pesquisa hoje.”

Fonte: PropMark

quinta-feira, maio 23, 2013

Milward Brown: as marcas mais valiosas 2013

Realizada pela Milward Brown por encomenda do WPP Group, foram divulgados os resultados do 8º estudo BrandZ – que refere 2013. A Apple, valendo USD 185 bilhoes, continua sendo a nº 1 entre as 100 Marcas Mais Valiosas do Mundo e o setor de tecnologia continua dominando os 1ºs lugares.
A Apple cresceu apenas +1% no ano passado comparado com um crescimento de 51% do seu concorrente mais próximo, a Samsung, que agora é nº 30 no ranking mundial, com um valor de marca de USD 21 bilhoes. Assim mesmo, ninguem chega ao menos perto. 2º colocado, embora tenha revertido os maus resultados do ano passado, o Google nao soma mais de USD 114 bilhoes.
As marcas brasileiras Bradesco e Itaú que ainda em 2011 faziam parte, continuam fora. Tambem nao aparece este ano a Petrobras, que era a 75a marca no ranking global e a marca brasileira mais valiosa entre as 100 Marcas Mais da América Latina. Este ano, ela foi para o 4º lugar no continente. Mas Skol tornou-se a mais valiosa br e Bradesco, Claro e Itaú também figuram entre as 10 mais na AL.
De acordo com Valkiria Garré, Diretora Executiva da Millward Brown no Brasil, a queda da Petrobras é explicada pela politica do governo de segurar o preço dos combustíveis como forma de deter a inflaçao. Por outro lado, “políticas governamentais para criar empregos e estimular consumo impulsionaram vendas em categorias de consumo como alimentos, cervejas e varejo. A marca brasileira mais valiosa – Skol – cresceu 39% em valor de marca, por exemplo”, registra.

Aqui, o quadro das marcas mais valiosas.


terça-feira, maio 07, 2013

"A publicidade precisa contar boas histórias"

A realidade imposta pelas novas mídias está fazendo as empresas de comunicação deixarem de olhar para o próprio umbigo. As inúmeras possibilidades de escolha - dos sites de transmissão instantânea de vídeo aos 750 mil aplicativos para smartphone - deram ao consumidor um poder que há poucos anos não existia. "Saímos de um modelo de distribuição para um modelo de demanda", afirma o presidente mundial da BBDO, Andrew Robertson. Para ele, esse cenário em que o usuário decide como e quando quer consumir o conteúdo, criou um desafio para o setor de comunicação: entregar ao consumidor algo que seja útil para ele. Robertson esteve em São Paulo ontem para anunciar uma mudança na estrutura societária da agência brasileira AlmapBBDO e conversou com o Estado. A seguir, os principais trechos:

Quais desafios a era digital trouxe para a publicidade?

As novas tecnologias estão, basicamente, permitindo aos consumidores fazer o que eles sempre quiseram, mas de forma mais rápida, mais fácil e mais frequente. Além da imensa possibilidade de escolha, e de compartilhamento, existem hoje ferramentas, como os aplicativos para celular, por exemplo, cuja finalidade é ajudar os consumidores. Levando isso ao extremo, o Facebook é basicamente o retrato do comportamento humano, onde você compartilha e interage rapidamente. Isso significa que temos de tratar as mídias não como meros distribuidores de mensagens, mas como locais que os consumidores escolhem para se engajar com o nosso trabalho ou não. A grande habilidade está em criar algo com o qual os consumidores queiram gastar seu tempo - e acreditem que vale a pena.

Como atrair o consumidor que tem a chance de pular anúncios em poucos segundos?

Ele sempre teve essa capacidade. Isso se tornou mais rápido e mais fácil agora, mas as pessoas sempre foram capazes de olhar para as páginas de um jornal e decidir se leriam aquele anúncio ou não. O que está ocorrendo hoje é que as pessoas podem fazer isso numa velocidade maior. E aí, novamente, vem o desafio de criar algo convincente - que pode ser uma informação de que ele precisa, algo que demonstre utilidade ou uma experiência empolgante. De qualquer forma, as mídias digitais têm nos ajudado muito a alcançar o público de maneira mais precisa e num contexto mais apropriado. Para tirar proveito disso, é preciso saber qual história contar e contá-la de forma brilhante.

Você sempre defendeu a arte de contar histórias.

A arte de contar histórias está por aí há milhares de anos. Ela faz as pessoas criarem ordem em suas mentes em meio à confusão e ao caos. Boas histórias são passadas de uma geração para outra, de uma pessoa para outra. Quando marcas contam uma boa história, assim como políticos, padres, seu pai ou sua mãe, essas coisas grudam no seu cérebro e ficam guardadas lá. E o nosso trabalho é encontrar boas histórias para contar e contá-las brilhantemente.

Em que medida os anunciantes perderam interesse na mídia tradicional?

Eu não acredito em nenhuma forma de inevitabilidade de que um ou outro meio vai sobreviver. Eu acredito no poder do bom conteúdo na mídia. Acho que os consumidores vão acabar encontrando esse conteúdo e continuar a comprar e usar aquele conteúdo no formato que for mais conveniente para ele. A posição mais sensata a tomar é observar o que os seus consumidores estão fazendo. Se você é um anunciante, não precisa tirar conclusões baseado nos seus instintos. Você tem de observar o comportamento da sua audiência. Se eles movem, você se move. Aonde ele vai, você vai.

No festival de Cannes do ano passado, o Brasil ficou na 4ª posição em número de leões. O que falta para que a publicidade brasileira ganhe mais destaque mundial?

Não importa de onde vem a produção. Quando você mede a contribuição para um negócio em particular, o tamanho do mercado ou da agência faz a diferença, mas, quando um trabalho está sendo avaliado em Cannes, não importa de onde veio. É muito interessante quando você vê agências com poucas pessoas, de países menores, ganhando muitos leões. O ponto é que não há nenhuma correlação entre brilhantismo e excelência.

Por Nayara Fraga - O Estado de S.Paulo

quarta-feira, abril 17, 2013

Anúncios no Youtube são "chatos", diz usuário


Estudo realizado pela agência de mídia online Hi-Mídia em parceria com a empresa de pesquisa digital M.Sense mostra que 65% das pessoas que assistem a vídeos online pulam as propagandas e somente 38% procuram o site do anunciante após ver o filme. O trabalho investigou hábitos de consumo audiovisual na web e entrevistou 300 usuários de internet em diversas regiões brasileiras entre janeiro e fevereiro.
O YouTube é o portal mais citado, com 94% dos respondentes declarando o site como principal destino para ver vídeos. Essa porcentagem está muito à frente do segundo lugar, o Google Videos, mecanismo de busca da própria empresa dona do YouTube, com 28%. Cerca de 27% afirmaram assistir a vídeos de redes sociais, 20% no Yahoo!, 18% na MSN e só 2% afirmaram não ver vídeos na internet.
Clipes musicais e vídeos de shows são os campeões de audiência, com 72% procurando por esse tipo de conteúdo, seguidos de vídeos engraçados, com 64%; filmes, com 47%; noticiário, com 42%; trailers e documentários, ambos com 41%; entrevistas, com 37%; e tutoriais, com 36%. O curioso é que 60% desconhecem a existência de canais de conteúdo produzidos especificamente para o YouTube.
Antes de realizar uma compra, 58% dos entrevistados procuram por informações do produto em vídeos. Por outro lado, a relação com anúncios não é das melhores. Além dos 65% que pulam a propaganda, 60% consideram chatas as peças que antecedem os vídeos. Cerca de 18% dos entrevistados desistem de assistir ao vídeo que aguardavam por causa de anúncios.
Estados Unidos - A Nielsen publicou nessa terça 16 resultados de uma pesquisa sobre consumo de mídia por jovens americanos com dados sobre a audiência de TV e vídeos online. Adolescentes entre 12 e 17 anos assistem mensalmente uma média de sete horas e 48 minutos de vídeos em smartphones – 18% a mais que a faixa de 18 a 24 anos e 46% a mais que 25 a 34 anos. A faixa de 18 a 24 ganha no tempo dedicadas a vídeos em computador (15 horas e oito minutos) e a de 25 a 34 ganha em TV (136 horas e dez minutos).
Televisão ainda é, em todas as faixas, a campeã, com cerca de cem horas de audiência mensal, mesmo entre os mais jovens. Mas smartphones é o aparelho com maior crescimento entre os jovens, com aumento de penetração em 45% no ano passado.

Fonte: Meio&Mensagem.