sexta-feira, dezembro 07, 2007

Eterno retorno

Eterno retorno é um conceito filosófico formulado por Friedrich Nietzche. Em alemão o termo é Ewige Wiederkunft. Uma síntese dessa teoria é encontrada no livro Gaia Ciência. O Eterno Retorno também diz respeito aos ciclos repetitivos da vida. Estamos sempre presos a um número limitado de fatos, fatos estes que se repetiram no passado, ocorrem no presente, e se repetirão no futuro, como por exemplo, guerras, epidemias, etc. O que é indispensável notar é que esta teoria, que parece insensata e totalmente inverossímil a muitos, não é uma forma de percepção do tempo: o Eterno Retorno não é um ciclo temporal que se repete indefinidamente ao longo da eternidade Quando no texto, acima transcrito, de A Gaia Ciência, o filósofo sugere a aparição do demônio portador da revelação do ciclo inexorável de repetições, ele não afirmou que aquilo seria exatamente o Eterno Retorno. (Temos que ter em mente o estilo artístico e um tanto quanto sibilino do autor - que se atreveu a usar poemas para difundir sua filosofia). Nos textos de Nietzsche sobre a História, vemos que sua noção do Tempo não é cíclica. Mas, então, o que quer dizer este tal Eterno Retorno? - Ele fala da ordem das coisas. Ele nos mostra como o mundo não é feito de pólos opostos e inconciliáveis, mas de faces complementares de uma mesma - múltipla, mas única - realidade. Logo, bem e mal, angústia e prazer, são instâncias complementares da realidade - instâncias que se alternam eternamente. Como a realidade não tem objetivo, ou finalidade (pois se tivesse já a teria alcançado), a alternância nunca finda. Assim, vemos sempre os mesmos fatos retornarem indefinidamente, que, segundo Marx, repetem-se apenas como farsa. A propaganda já fez bom uso de conhecimentos históricos e filosóficos e a história se repete outra vez… A Ogilvy da África do Sul (Johannesburgo) criou essa campanha para o canal de TV paga The History Channel tomando a idéia como referência e a campanha ficou muito boa, além de ter uma direção de arte impecável. Na assinatura dos anúncios, a sentença: “Desafortunadamente, mostramos repetições”.