Um estudo do instituto americano Pew informa: “Um número crescente de executivos prevê que dentro de cinco anos muitos jornais circularão em papel somente aos domingos.”
Nos outros dias servirão aos leitores em edições eletrônicas.
É impossível prever o futuro dos meios impressos, mas talvez esteja aí uma boa pista. Em 2007, Arthur Sulzberger, dono do “The New York Times”, disse o seguinte: “Eu não sei se daqui a cinco anos estaremos imprimindo o ‘Times’. Quer saber? Não me importo com isso.”
Passaram-se os cinco anos, ele investiu na versão do jornal na internet, e hoje a empresa, que controla também o “Boston Globe” e o “Herald Tribune”, tem 406 mil assinantes eletrônicos.
Surpreendentemente, no ano passado a carteira de assinantes do “Times” dominical impresso subiu 0,2%, depois de cinco anos de queda. Está em 992 mil exemplares. Atribui-se esse movimento ao fato de a assinatura de papel da edição de domingo dar pleno direito à eletrônica, sem custo adicional.
Mais uma vez, o “Times” sinaliza o futuro. Seu conteúdo não está blindado. O público tem direito a dez artigos mensais, e, diariamente, suas principais notícias estão acessíveis na rede. Além disso, está aberto o acesso a textos cujos links foram colocados em redes sociais.
A má notícia vem da Pew: para cada US$ 10 que o mercado americano de publicidade no papel perdeu, só ganhou US$ 1 no mundo eletrônico. Como as edições dominicais são as mais gordas e versáteis para a publicidade, o gradual desaparecimento das edições impressas nos dias de semana não seria o fim do mundo.
Elio Gaspari, O Globo