sábado, novembro 10, 2012

2012: o voto custou R$ 60


Os nove prefeitos eleitos no 1.º turno das eleições deste ano gastaram de R$ 4 a R$ 60 por voto para se eleger. O que mais desembolsou, proporcionalmente, foi o futuro mandatário de Palmas, Carlos Amastha (PP): R$ 60 por voto obtido.
O levantamento foi feito com base na prestação de contas das campanhas divulgada pelo Tribunal Superior Eleitoral anteontem. As informações das cidades que tiveram 2.º turno ainda não foram entregues ao TSE.
Dos R$ 3,5 milhões gastos por Amastha na campanha, ele próprio doou cerca de R$ 3,1 milhões. O empresário colombiano do ramo de shoppings que se naturalizou brasileiro declarou à Justiça Eleitoral que tem um patrimônio de R$ 18 milhões.
O empresário foi o quarto candidato mais rico a concorrer nas eleições municipais deste ano.
O montante total gasto pela campanha do prefeito eleito de Palmas é bem inferior, por exemplo, aos mais de R$ 28 milhões usados por Marcio Lacerda (PSB), reeleito em Belo Horizonte. Mas, proporcionalmente, o prefeito mineiro gastou menos: foram R$ 42 por voto obtido.
Lacerda também foi um dos candidatos milionários dessas eleições. Liderando o ranking de bens declarados, ele disse ser dono de uma fortuna que ultrapassa os R$ 58 milhões.
A reeleição de Eduardo Paes (PMDB) no Rio de Janeiro foi, proporcionalmente, uma das mais baratas, pagando R$ 4 para cada eleitor conquistado. O peemedebista obteve 64% dos votos válidos no dia 7 de outubro.
Os mesmos R$ 4 foram gastos por José Fortunati (PDT) em Porto Alegre. Ele também disputava a reeleição.
Uma proposta de financiamento público de campanhas eleitorais que tramita no Congresso sugere que o gasto por eleitor não supere o valor de R$ 7 por voto.
A maioria das campanhas, no entanto, gastou mais do que isso. Em Boa Vista, a prefeita eleita Teresa Surita (PMDB) desembolsou R$ 34 por voto. João Alves Filho (DEM), que venceu em Aracaju, gastou R$ 24, e Rui Palmeira (PSDB), prefeito eleito de Maceió, R$ 21.
Os eleitos de Goiânia, Paulo Garcia (PT), e Recife, Geraldo Julio (PSB), tiveram a mesma despesa por voto: R$ 15.
As informações foram publicadas pelo jornal O Estado de São Paulo que ignorou olimpicamente as eleições em Belém e Manaus, ambas vencidas pelo PSDB.