quarta-feira, novembro 21, 2012

Crise européia induz aumento do investimento em propaganda

As fabricantes europeias de automóveis vêm aumentando o investimento em publicidade enquanto a crise insiste em assombrar o continente. A movimentação segue o caminho oposto das marcas da maioria dos segmentos que atuam na Europa, que cortam deliberadamente os recursos para as campanhas na tentativa de economizar. Em países como Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Espanha - principais centros do setor automobilístico -, o aumento chega a 3,9%, segundo a Nielsen, empresa especializada em pesquisas de consumo.
Além do incremento no investimento, as marcas usam outras estratégias, que muitas vezes se chocam, como o anúncio durante grandes eventos esportivos. No último dia 17 de novembro, por exemplo, os telespectadores que acompanharam a partida de futebol entre Juventus e Lazio viram no intervalo um show de confrontos internacionais envolvendo, entre outros, alemães, franceses, italianos. Ou Volkswagen, Renault e Fiat, que estão entre as sete montadoras que pagaram para anunciar durante os 15 minutos de pausa do jogo.
Nas páginas dos principais jornais e revistas do continente, a história é a mesma. Em 2011, as fabricantes investiram mais de 8,2 bilhões de euros - ou R$ 21 bilhões - em publicidade, cerca de 14% a mais que dois anos atrás. Até mesmo a PSA Peugeot Citroën, que planeja cortar cerca de 8 mil empregos, manteve o investimento na publicidade, alegando que quer mesmo é preservar a visibilidade.
Em meio à crise, os astros principais nem sempre são celebridades. Durante o clássico italiano do sábado passado os preços foram o foco das campanhas. A Fiat chega a oferecer descontos de até cinco mil euros nos modelos 500 e Panda movidos a GNV. Já a Opel se vale da garantia de 30 dias para avaliação com direito a devolução do dinheiro caso o cliente não aprove o carro - desde que não ultrapasse os 3.000 km.
A publicidade também ajuda quem não é da Europa. A Hyundai, por exemplo, investiu para divulgar itens como o design e recursos tecnológicos a um preço razoável e já soma 3,4% de market share na Europa nos primeiros dez meses do ano. Um ano atrás detinha 2,9%. A marca optou pelo patrocínio dos principais torneios de futebol do continente. Apesar disso, a marca reconhece que a crise obriga a publicidade a se focar muito mais diretamente na venda do que em qualquer outro aspecto.