O relatório do deputado Odair Cunha (PT-MG) conseguiu demonstrar o poder de fogo dos grandes meios de comunicação brasileiros ao mesmo tempo em que revelou o odioso corporativismo dos donos da informação. Em menos de 24 horas, os principais jornais do País enfileiraram suas tropas e apontaram os canhões na direção do relator da CPI do Cachoeira. Motivo: o deputado Odair ultrapassou uma linha perigosa, ao propor o indiciamento de cinco jornalistas e investigações a respeito da conduta de outros seis profissionais de imprensa. No Brasil a imprensa se acha acima do bem e do mal e acredita poder investigar a todos mas nunca ser investigada. Quando comete um erro, pensa poder acobertá-lo numa retórica cínica, que atribui qualquer crítica feita a ela como um ato de censura. Justo a grande imprensa brasileira, cúmplice silente da ditadura militar e dos desmandos seculares.
No episódio Cachoeira, o caso emblemático é o do jornalista Policarpo Júnior. O deputado Odair demonstra que o diretor de Veja tinha ciência de estar servindo a interesses privados do bicheiro Carlinho Cachoeira (que quase sempre não coincidiam com interesses públicos), valendo-se muitas vezes de munição para suas denúncias obtida por meio de gravações clandestinas ou compradas ilegalmente (como no caso do Hotel Naoum, em Brasília).
O relator também cita exemplos de profissionais que receberam dinheiro, champanhes e outros presentes de Cachoeira para produzir reportagens e passaram como recibo matérias de grande visibilidade. Mas, na visão dos grandes grupos privados de comunicação, investigá-los representa "uma ameaça à liberdade de expressão", como se a bandidagem praticada pela imprensa fosse uma bandidagem de alto nível e portanto acima da lei.
Tanto a Folha de S. Paulo como o jornal Estado de São Paulo produziram editoriais a respeito, como colunistas de renome, vide Ricardo Noblat, também condenaram o relatório de Odair Cunha.
Foi como se proclamassem, em uníssono: "Somos todos Policarpos". Ou, de outra maneira, "mexeu com ele, mexeu comigo".
No episódio Cachoeira, o caso emblemático é o do jornalista Policarpo Júnior. O deputado Odair demonstra que o diretor de Veja tinha ciência de estar servindo a interesses privados do bicheiro Carlinho Cachoeira (que quase sempre não coincidiam com interesses públicos), valendo-se muitas vezes de munição para suas denúncias obtida por meio de gravações clandestinas ou compradas ilegalmente (como no caso do Hotel Naoum, em Brasília).
O relator também cita exemplos de profissionais que receberam dinheiro, champanhes e outros presentes de Cachoeira para produzir reportagens e passaram como recibo matérias de grande visibilidade. Mas, na visão dos grandes grupos privados de comunicação, investigá-los representa "uma ameaça à liberdade de expressão", como se a bandidagem praticada pela imprensa fosse uma bandidagem de alto nível e portanto acima da lei.
Tanto a Folha de S. Paulo como o jornal Estado de São Paulo produziram editoriais a respeito, como colunistas de renome, vide Ricardo Noblat, também condenaram o relatório de Odair Cunha.
Foi como se proclamassem, em uníssono: "Somos todos Policarpos". Ou, de outra maneira, "mexeu com ele, mexeu comigo".