quinta-feira, janeiro 31, 2008

O ano I da Revolução Russa

A editora Boitempo, claramente identificada com o pensamento de esquerda, vem sendo alvo de ataques por parte de veículos da mídia conservadora. Certos jornalistas não entendem, e seus chefes não toleram, uma editora que sobrevive e cresce com um catálogo coerente e de qualidade, não pautado pela tábula rasa do mercado.
Um exemplo é a publicação do explendidamente escrito O ano I da Revolução Russa, que coincide com o aniversário de noventa anos da revolução soviética. Escrito pelo jornalista e revolucionário belga Victor Serge, é um vibrante e engajado relato da revolução que mudou os rumos da história mundial. Os antecedentes, a luta e os conflitos revolucionários, a relação entre o Partido Bolchevique e o povo russo, a tomada de poder pelos sovietes, todos esses eventos são narrados por Serge poucos anos após terem acontecido. Publicado em 1930, impressiona a abordagem completa feita por Serge dos vários aspectos do período entre 7 de novembro de 1917 e 7 de novembro de 1918. As batalhas, os debates políticos, os desafios de organização econômica e militar (como o abastecimento das cidades e a montagem do Exército Vermelho) e perfis dos principais líderes da revolução (Lenin e Trotski, entre outros) dão vida à aventura revolucionária empreendida nove décadas atrás. Dos conflitos armados até questões prosaicas, como o alcoolismo entre as tropas, Serge se desdobra para, a partir da vida cotidiana, das decisões políticas e dos conflitos de classe, registrar a experiência da primeira revolução comunista bem-sucedida no mundo. Para melhor situar o leitor, a edição da Boitempo traz uma cronologia da revolução de 1917, e um glossário que explica e contextualiza os termos usados por Serge no livro. O ano I da Revolução Russa é o relato da odisséia real da construção de uma nova sociedade, narrado com uma combinação de rigor, riqueza de dados e um grande entusiasmo pela aventura de mudar o mundo. Leia a apresentação do livro escrita por David Renton (arquivo pdf): O marxismo dissidente de Victor Serge no site da própria Boitempo.
Vale muito a pena também ler a entrevista de Ivana Jinkings, concedida a Arturo Hartmann, do site do Instituto da Cultura Árabe (Icarabe). Ivana, paraense, filha do saudoso comunista Raimundo Jinkings, define sua editora como “independente, comprometida com a qualidade dos textos que publica e com o desenvolvimento da cultura e do pensamento crítico”. Ela fala, com propriedade, das dificuldades de manter uma editora pequena que foca sua atenção em obras de pensamento crítico em tempos de grandes editoras e campanhas publicitárias de massa.

segunda-feira, janeiro 28, 2008

Para quem acredita em políticos

O disseminado conceito popular de que "ninguém acredita em políticos" ganhou medição científica: pesquisa global do instituto Gallup International para o Fórum Econômico Mundial mostra que apenas 8% dos consultados confiam nos políticos. A reportagem é de Clóvis Rossi e publicada pelo jornal Folha de São Paulo, 18-01-2008. Na média mundial, 60% dizem que eles são desonestos, mas, na América Latina, a porcentagem sobe para 77%. Mesmo em países cujos presidentes gozam de alta popularidade (Colômbia, Venezuela e Bolívia), os que dizem que os políticos são desonestos chegam a 79% (Venezuela), 88% (Bolívia) e ao recorde (90%) na Colômbia. O Brasil não entrou na pesquisa, que ouviu 61.600 pessoas em 60 países, e é batizada de "A Voz do Povo". Segundo o Gallup, o levantamento representa o ponto de vista de cerca de 1,5 bilhão de cidadãos. A desonestidade atribuída aos políticos é uma característica habitual na "Voz do Povo", feita há cinco anos, mas subiu o número dos que desconfiam dos políticos: eram 48% em 2006, contra os 60% agora (a pesquisa foi realizada entre outubro e dezembro passados). A clientela básica do Fórum Econômico Mundial também se sai bastante mal na pesquisa: 43% dos pesquisados acham que os homens de negócio são desonestos, 42% acham que eles têm poder demais (e responsabilidade também) e 39% dizem que se comportam de maneira não-ética. Embora feita em um período em que a crise financeira global ainda não atingira o patamar inquietante do início de 2008, a maioria relativa dos consultados (36%) revelava pessimismo: acreditam que a próxima geração viverá em um mundo "muito" ou "um pouco" menos próspero. Um terço dos consultados acredita no contrário. O resultado é significativo se se considera que o mundo está vivendo cinco anos de inédito crescimento econômico, o que deveria levar a mais otimismo do que pessimismo. Na América Latina, os mais otimistas, disparadamente, são os venezuelanos: 55% crêem em mais prosperidade ("muito" mais ou "um pouco" mais) contra 20% de pessimistas. Na Argentina, ao contrário, só 26% esperam mais prosperidade, contra 31% que esperam piora. Também no quesito segurança predominam os pessimistas, neste caso com muito maior margem sobre os otimistas. Para apenas um quarto dos entrevistados a próxima geração viverá em um mundo mais seguro, ao passo que quase a metade (48% exatamente) acha que o mundo será muito menos ou um pouco menos seguro. A sensação de insegurança é mais disseminada justamente nas regiões mais ricas do mundo, Europa Ocidental e América do Norte. Mais de dois terços dos europeus ouvidos (69%) acham que o mundo será menos seguro, contra magros 11% que confiam em mais segurança. Nos EUA/Canadá, 62% são pessimistas a respeito da segurança e 13%, otimistas. Os resultados em ambos os quesitos (prosperidade e segurança) são bastante similares aos de anos anteriores. O temor quanto à segurança explica por que temas a ela ligados subiram na lista de prioridades que os pesquisados querem que seus líderes focalizem. Antes, ganhavam, ainda que por pequena margem, objetivos econômicos como eliminar a pobreza, promover o crescimento econômico e fechar a brecha ricos/pobres. Agora, somam-se a redução das guerras, o combate ao terrorismo e a proteção do ambiente. Ao contrário dos políticos, os professores merecem o mais alto nível global de confiança (34% acreditam neles). Mas, na África, são superados pelos líderes religiosos e, no Oriente Médio, por militares/policiais. Na América Latina, também, professores e líderes religiosos aparecem como os mais confiáveis, com, respectivamente, 20% e 17%, seguidos pelos jornalistas (11%). Os menos confiáveis na região são os advogados (apenas 3%), abaixo até dos políticos e dos sindicalistas, ambos com 4%.

sexta-feira, janeiro 25, 2008

Realidade e simulacro na era da hipercomunicação

Na Era da Informação por demanda (a hipercomunicação), manter-se bem informado não é tarefa difícil para aqueles que dispõem de mínimos recursos e conseqüente acesso aos distintos e tão variados meios de comunicação. Mas, afinal, o que é exatamente estar bem informado?
Tomar ciência dos acontecimentos é, certamente, o primeiro passo. Ocorre, no entanto, que até mesmo por hora dessa tomada de conhecimento já se está diante de um arcabouço interpretativo que, na grande maioria das vezes, é parcial e tendencioso. Pior: parcial e com clara predominância de uma das partes em jogo, geralmente aquela que representa interesses mais poderosos, mas nem por isso com maior representatividade social.
As atuais análises quanto ao cenário político colombiano, em função das negociações para a liberação dos reféns em poder das FARCs, dão uma demonstração cabal dessa situação. Expõe-se Chávez, o presidente venezuelano, como defensor do terrorismo, na medida em que advoga a atuação do movimento como insurgente, e não terrorista; e o presidente colombiano Álvaro Uribe como intransigente na defesa da ordem.
Nem é preciso ideologizar essa discussão para extrair-lhe o caráter primário. São muito poucas, pra não dizer praticamente inexistentes, as situações da vida que levam a extremos do tipo `cara ou coroa´.
Ademais, para os observadores que buscam, ou ao menos não se recusam, aprofundar seu olhar, salta à vista a) a ausência de alusões quanto à origem e sentido histórico da atuação da `guerrilha´ ou `movimento insurgente´; b) a extensa cobertura jornalística sobre o tratamento dispensado às vítimas de seqüestro das FARCs, enquanto não se profere palavra quanto às ações de paramilitares e à ligação desses com o governo Uribe, que para muitos estudiosos configuraria um verdadeiro terrorismo de Estado na Colômbia; c) e, `last but not least´, a completa indiferença frente ao tema da interferência dos EUA na pacificação da região, cujos interesses em patrocinar o Plano Colômbia passam obviamente ao largo dos direitos humanitários.
Tentando entender autenticamente a explosiva situação que atravessa o vizinho latino-americano - no qual uma grave crise humanitária reforça as históricas contradições sociais, políticas e econômicas de nossos países da América Latina -, divulgo aqui as análises de Altamiro Borges, Hugo Paternina Espinosa e Emir Sader.

Atrás das grades

Muita gente fala em saturação das mídias, que as opções estão esgotadas e para os anunciantes a saída é continuar investindo nas tradicionais mesmo. Porém, vez ou outra aparecem soluções de mídia absolutamente geniais, inusitadas e curiosas. É o caso desta premiadíssima campanha da Anistia Internacional pelos direitos humanos. Criada pela TBWA de Paris, as peças aproveitam o ambiente externo para criar o conceito. Placas que mostram rostos foram colocadas atrás de grades para representar a prisão dessas pessoas. Ao lado das fotos, uma outra placa traz a mensagem: "Em mais de 50 países, os defensores dos direitos humanos são privados de sua liberdade."Cada rosto procura representar um país que desrespeita os diretos humanos. Na imagem que ilustra este post, vemos Indonésia, mas também há peças para Congo, Turquia, Síria e Colômbia. Simples e fantástico. Quando você pensaria nisso simplesmente observando o portão da sua casa? Confesso que eu nunca pensei. A campanha foi premiada com Leão de Prata do Festival de Cannes, Ouro no Eurobest, Ouro pelo Clube de Diretores de Arte da França e menções honrosas no Grand Prix Stratégies de la Publicité, Andy Awards e The Gunn Report.

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Crise acentua desemprego global

A crise nos mercados mundiais e a desaceleração do crescimento econômico colocarão, no mínimo, mais 5 milhões de pessoas na fila do desemprego no mundo em 2008. A projeção é da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que divulgou ontem seu relatório sobre a situação do emprego no mundo. Ao contrário de outras crises, o maior número de desempregados adicionais deve ser visto nos países ricos. Mas, se a turbulência se transformar em recessão, a América Latina pode ser a próxima vítima em termos de criação de postos de trabalho. Para o diretor da OIT Juan Somavia, 2008 será o "ano das incertezas".
Segundo a organização, o mundo criou em 2007 45 milhões de novos empregos. Neste ano, serão 40 milhões. No total, o número de desempregados deve chegar ao fim do ano em 195 milhões de pessoas. Em 2007, eram 189,9 milhões de desempregados, ante 189,6 milhões em 2005.
A OIT alerta que essa nova onda de desemprego pode ser apenas o começo. As estimativas da organização para 2008 foram baseadas na revisão do Produto Interno Bruto (PIB) mundial feito pela Fundo Monetário Internacional (FMI), em setembro do ano passado.
Na revisão, o FMI reduziu a perspectiva de crescimento em 2008 de 4,9% para 4,8%. O resultado dessa queda seria 5 milhões de novos desempregados. Em termos porcentuais, o crescimento é pequeno, passando de 6% para 6,1% de desemprego. "Esse aumento pode parecer marginal, mas o incremento de 0,1% na taxa do desemprego mundial é algo de substantivo. Nas piores crises a taxa foi de 6,5%", explicou Dorothy Schmidt, autora do levantamento.
"Já estamos vendo a possibilidade de uma revisão do crescimento do PIB europeu, o que teria um impacto ainda mais sério na taxa de desemprego", disse o diretor-executivo da organização, José Manuel Salazar.
O que a OIT teme é que o próximo impacto seja sentido nos países em desenvolvimento, afetados por uma recessão nas economias ricas. Nos últimos anos, os emergentes têm compensado o baixo crescimento na Europa e nos Estados Unidos. Em 2007, um em cada quatro postos de trabalho foi criado na Ásia, o que compensou a crise no mercado de trabalho em outras regiões. Os países ricos, só no ano passado, ficaram com mais 600 mil desempregados.
Para os técnicos, uma recessão nos países ricos não vai poupar a América Latina. "Uma mínima revisão do crescimento econômico americano já afeta a América Latina. Neste ano, vimos a estagnação na criação de empregos na região e o impacto em 2008 pode ser importante", disse Dorothy.
Para a OIT, muitos países podem ter perdido os últimos cinco anos de forte crescimento econômico para melhorar sua situação no que se refere ao desemprego. "A partir de agora, o cenário será mais difícil. Não criamos um número de trabalhos decentes suficiente enquanto a situação econômica era favorável. Agora, a turbulência pode significar um limite para as políticas de desenvolvimento ", afirmou a autora do levantamento.
Em 2007, o número de desempregados aumentou em 3 milhões de pessoas em comparação a 2006, mesmo com um crescimento do PIB mundial de 5,2%. A OIT ainda destaca que cerca de 3 bilhões de pessoas (61,7% da população mundial) fizeram parte do mercado de trabalho em todo o mundo, uma cifra recorde.
"Crescimento econômico não gera empregos se não for sustentável. Por isso é que vemos que a eventual crise em 2008 pode ser perigosa. A esperança é que Ásia não seja atingida, continue a demonstrar crescimento e seja o motor da geração de empregos no mundo", afirmou Salazar.
Entre as regiões que tiveram maior desemprego no ano passado estão Oriente Médio e norte da África, com taxas de 11,8% e 10,9%, respectivamente. A América Latina divide a terceira posição com Leste Europeu e ex-repúblicas soviéticas com 8,5%.

sexta-feira, janeiro 18, 2008

Luz, câmera... mas cadê o roteiro?

Esqueça o tapete vermelho, os longos discursos e os comentários sobre os vestidos das celebridades que fizeram da cerimônia do Oscar um sucesso de audiência e um evento milionário para estúdios de cinema, emissoras de TV e estilistas de todo o mundo. Este ano, o maior prêmio da indústria cinematográfica pode ser muito, muito diferente. Motivo: a greve do sindicato dos roteiristas americanos (Writers Guild of America ou WGA), que há onze semanas vem causando muita dor de cabeça em Hollywood.

Com a solidariedade do sindicato dos atores, os escritores conseguiram transformar o Globo de Ouro, evento conhecido como uma prévia do Oscar, em uma constrangedora coletiva de imprensa. Nenhuma estrela de cinema apareceu para buscar os prêmios, anunciados em apenas 35 minutos por apresentadores de TV.
Se não houver acordo, a próxima vítima pode ser a cerimônia do Oscar, marcada para o dia 24 de Fevereiro. Em sua 80ª edição, o prêmio é o segundo evento televisivo mais importante dos Estados Unidos, perdendo apenas para o campeonato de futebol americano, conhecido como Superbowl. Os mais de 12 mil membros do WGA, que incluem roteiristas de filmes e programas de televisão, pararam de trabalhar no dia 5 de novembro de 2007 depois de três meses de negociações frustradas com o sindicato dos produtores (Alliance of Motion Picture and Television Producers, a AMPTP).
Os roteiristas querem mudar alguns itens do contrato entre as duas entidades, e os principais deles têm a ver com as novas mídias. Para não ficarem de fora do provável futuro digital da indústria do entretenimento, os escritores exigem uma maior participação no lucro que os produtores têm com a venda de DVDs e com os downloads de programas de TV e filmes feitos pela internet. Do outro lado, empresas como a Fox, a NBC e a Universal argumentam que esse mercado está engatinhando e que, por isso, a venda de DVDs e downloads ainda custa muito dinheiro. Os lucros, portanto, estariam sendo usados para cobrir os gastos.

Tapa-buracos - A última greve dos roteiristas, em 1988, durou cinco meses e fez com que a indústria perdesse cerca de 500 milhões de dólares. Por hora, não há estimativa de quanto está custando essa nova greve, mas seu impacto na programação da TV americana é indiscutível.
Os primeiros a serem afetados foram os programas de entrevistas como The Daily Show With John Stewart e The Tonight Show With Jay Leno. Gravadas diariamente, essas atrações ficaram fora do ar por dois meses. Hoje, os apresentadores estão de volta ao trabalho, mas contam apenas com o seu próprio talento para fazer as piadas e os tradicionais monólogos de abertura.
David Letterman, apresentador do Late Show da CBS, foi o único que voltou ao ar com seus roteiristas, porque sua produtora, a Worldwide Pants, estabeleceu um acordo com o sindicato.
A produtora United Artists, dirigida por Tom Cruise e Paula Wagner, também entrou em acordo com os escritores, mas grandes estúdios e emissoras ainda não se entenderam com o WGA. A longa duração da greve já traz problemas para os seriados de TV: sem novos roteiros, a maioria das séries está com a produção parada.
Com todas essas dificuldades, as emissoras tiveram que reprisar episódios antigos dos seriados e investir em atrações que não precisam de roteiristas. É o caso dos reality shows, que já ocupam mais espaço na programação.
Um dos novos programas é American Gladiators, da NBC, cujos participantes se enfrentam em modalidades esportivas inusitadas (em um episódio, por exemplo, os competidores lutavam com enormes bastões em cima de uma piscina). A audiência da estréia foi surpreendente: mais de 12 milhões de espectadores, índice 60% mais alto que o da série Chuck, atração que ocupava a mesma faixa de horário antes da greve.
Para John Rash, vice-presidente da agência de publicidade Campbell Mithun, o dado é significativo. "Os roteiristas deveriam se preocupar com o poder dos reality shows", avaliou. "Ao mesmo tempo, as emissoras precisam se preocupar com o seu modelo de negócios. Grande parte das boas coisas da televisão ainda vem da caneta."

Personagens fascinantes - O repórter David Carr, do New York Times, notou uma outra situação decorrente da greve dos roteiristas: o crescente interesse dos americanos pelas eleições desse ano. A corrida dos candidatos, que já começou com as primárias dos partidos democrata e republicano, está especialmente quente com a possibilidade de os Estados Unidos terem, pela primeira vez, uma mulher ou um negro ocupando a presidência.
Sem novidades entre as séries e em meio às férias dos campeonatos esportivos, a eleição americana ganha destaque na TV. A cobertura da CNN, por exemplo, chegou a atrair mais de 3 milhões de pessoas no dia da primária de New Hampshire - o dobro do índice de audiência registrado na votação de 2004.
Bill Keller, editor-executivo do Times, acha que o maior interesse do público se deve mais aos candidatos que à greve. "Acho que o interesse pela corrida presidencial seria intenso mesmo se os roteiristas ainda estivessem escrevendo episódios de 24 Horas e Grey's Anatomy", opinou ele. "É um momento definitivo para os dois partidos, com participantes fascinantes, e em uma época em que parece existir uma vontade nacional de virar a página."
Já Brian Grazer, um dos mais famosos produtores de Hollywood, que esteve por trás de sucessos como Uma Mente Brilhante e O Código Da Vinci, acha que a greve dos roteiristas ajuda a aumentar o interesse nas eleições. "Todas as noites há um novo episódio político", disse ele. "É algo humano estar constantemente em busca de novas histórias e, agora que as vitrines tradicionais dessas histórias estão fechadas, as pessoas encontram drama no noticiário."
Produtor de O Gânsgter, filme dirigido por Ridley Scott que recebeu indicações ao Globo de Ouro, Brian Grazer é um dos que aguarda ansiosamente uma definição sobre o futuro do Oscar. Nesse momento, em que o sindicato dos diretores também começa a negociar reajustes salariais, é impossível saber ao certo se a cerimônia vai ou não acontecer.
Walter F. Parkes, produtor de Sweeney Tood - O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet, filme de Tim Burton que está bem cotado em diversas categorias, oferece o seguinte palpite: "Se houver um acordo rápido dos produtores com os diretores, se esse acordo ajudar nas negociações com os roteiristas, e se isso fizer com que as pessoas voltem para a mesa de discussões, talvez a cerimônia do Oscar aconteça", afirmou. "Mas há muitos 'se' nessa frase", completou. "Eu esperaria mais um pouco antes de comprar um terno novo."

Com informações do The New York Times

quinta-feira, janeiro 17, 2008

Para sempre Allende

Hoje cerca de 40% dos chilenos se identifica com a figura do ex-presidente socialista Salvador Allende entre as principais figuras políticas do século XX, segundo uma pesquisa realizada pelo jornal estatal La Nación-Eknos. A filha do ex-presidente, a deputada Isabel Allende, declarou à ANSA sentir-se "profundamente emocionada, orgulhosa" ao mesmo tempo que considerou "uma espécie de reivindicação histórica" o resultado da pesquisa.
O ex-ditador Augusto Pinochet, que liderou o golpe que destituiu e matou Allende, apareceu contraditoriamente em segundo lugar, com 18,3%. Em terceiro lugar, com 17,8% das preferências, está o ex-presidente democrata-cristão Eduardo Frei Montalva (1964-1970), que foi antecessor de Allende. Mais abaixo figuram os ex-presidentes Jorge Alessandir (1958-1964) e Pedro Aguirre Cerda (1936-1939).
A alta adesão a Allende coincide com o centenário do seu nascimento (26 de julho de 1908), cujas comemorações começam em 10 de janeiro com a inauguração em Santiago de uma exposição fotográfica no Museu da Solidariedade que leva seu nome.
No link abaixo, veja um belo e atual documentário sobre a vida e a morte de Salvador Allende, militante socialista e exemplo de homem público comprometido com seu povo.

http://www.youtube.com/watch?v=P9e9anUYesM

Com esta postagem, reinicio as atividades rotineiras do blog.

domingo, janeiro 06, 2008

Números demenciais

US$ 57,5 bilhões
é o quanto a indústria farmacêutica nos Estados Unidos gastou em 2007 com propaganda de medicamentos, de acordo com dados do IMS Health e do CAM.

US$ 31,5 bilhões
é o quanto foi gasto pelas empresas farmacêuticas, no mesmo período, para pesquisar e desenvolver novos remédios, segundo informações coletadas pela Fundação Nacional de Ciência.