quinta-feira, abril 19, 2007

Parlamento britânico veta comercial de comida

A suspensão teria como objetivo tirar do ar os anúncios de produtos que tenham uma alta concentração de sal, açúcar e gordura e que tenham como alvo crianças com menos de cinco anos. A medida seria introduzida para combater o problema da obesidade infantil. Uma pesquisa científica indica que um em cada seis adolescentes de 15 anos na Grã-Bretanha está acima do peso. O estudo concluiu que a propaganda contribui para esse problema, com anúncios televisivos que são dominados por produtos como doces e salgadinhos. Na última década, as principais cadeias de fast food aumentaram sua participação nos comerciais televisivos de programas infantis, segundo um relatório divulgado pelo Centro de Marketing Social da Universidade de Strathclyde. Os anúncios são veiculados durante as tardes dos dias de semana e nos sábados e domingos de manhã. A obesidade infantil está em ascensão, com 8,5% das crianças com seis anos e 15% dos adolescentes de 15, na Inglaterra, sendo classificados como obesos pelo Ministério da Saúde. Os que são contra essa proposta alegam que é responsabilidade dos pais decidir o que seus filhos comem.

quinta-feira, abril 12, 2007

Beleza natural

“Beleza é verdade, verdade da beleza – isto é tudo que sabemos aqui na Terra, e tudo o que precisamos saber” – John Keats – Ode em uma Urna Grega.
Um estudo global foi encarregado por Dove, uma das maiores marcas de beleza da Unilever, para um entendimento global sobre as mulheres, beleza, bem-estar e a relação entre os mesmos. A gênese deste trabalho se encontra na crescente preocupação de que as figuras da beleza feminina na cultura popular pepetuam a idéia de que esta mesma beleza não é autêntica e nem alcançável. Dove, uma marca global, pensou nesse aspecto a partir de uma perspectiva de marketing: se preocupou com o fato de que este retrato limitado da beleza estava privando mulheres de um reconhecimento e usufruto de suas próprias belezas. Publicamente, a empresa explica sua ação como um ato de consciência, afinal em um mundo onde a beleza feminina é altamente valorizada, esta situação pode afetar seriamente o bem-estar, a felicidade e a auto-estima destas mulheres, afetando, por essa via os seus negócios.
A partir desse estudo, a companhia desenvolveu o projeto de marketing "Beleza Natural". O video cujo link postamos aqui retrata de uma forma sucinta como conseguir uma beleza artificial com maquiagens e retoques em computador. Após muito trabalho no salão de beleza, a mulher consegue melhorar consideralmente a aparência. Neste estágio, a foto mostra uma mulher que ainda tem certa naturalidade.
O segundo estágio é criar a maquiagem no computador. Qualquer detalhe marcante nas características físicas da mulher desaparecem junto com sua personalidade e naturalidade. No final, podemos ver uma perfeita imagem sem personalidade nem emoção.
O vídeo faz parte da magnífica campanha de marketing da Dove, adaptada no mundo inteiro às realidades de cada país, buscando associar seus produtos a beleza natural das mulheres. Veja o vídeo: http://campaignforrealbeauty.com/. Não deixe também de ler o estudo completo sobre os estereótipos de beleza, a pesquisa foi feita com mais de 3 mil mulheres em diversos países, incluindo o Brasil.

segunda-feira, abril 09, 2007

Os novos espaços da propaganda

Há cinco anos, as ações de merchandising na programação da Rede Globo chegavam a, no máximo, 700 por ano. Este ano, esse número deve ficar em torno de 1,2 mil. E, segundo Marcelo Duarte, diretor da Central de Desenvolvimento Comercial da emissora, ainda há fôlego para o dobro disso. 'Nos últimos três anos, o aumento de demanda tem sido constante', diz. 'Nesse período, mantivemos um crescimento médio de 15% na utilização do recurso. 'O crescimento do merchandising - como é conhecida a propaganda que é inserida dentro do conteúdo de filmes ou programas de TV - é uma tendência global, já que, com as novas tecnologias, está perto o dia em que espectador poderá simplesmente eliminar o intervalo comercial da programação. 'Para se fixar na mente e no coração dos espectadores, as marcas terão cada vez mais de se misturar naturalmente ao conteúdo', diz Paula Barreto, sócia-gerente da Produção Cinematográfica LC Barreto.Há três anos, a LC Barreto começou a estabelecer parcerias para se profissionalizar na oferta de oportunidades de intervenções comerciais em meio aos filmes que produz. Procura agências de publicidade e expõe os conteúdos que vai trabalhar nas suas produções cinematográficas. Em Hollywood, esse já é um recurso usado há décadas (o modelo I-Robot, criado pela Audi para o filme I Robot e o BMW do último James Bond são exemplos eloquentes do uso desse mecanismo). Mas, no Brasil, nunca foi tratado como negócio efetivo. 'Vamos fechar este ano com cinco filmes. E pelo menos nos dois que estréiam no primeiro semestre, conseguimos bons merchandisings', diz Paula.Segundo os especialistas, a regra para uma ação de merchandising ser bem sucedida é conseguir passar a mensagem sutilmente. No entanto, nem sempre é o que se vê - às vezes, a exposição do produto é feita de forma mais que descarada.A Globo diz que, para evitar situações como essas, filtra as propostas apresentadas por agências e anunciantes e também apresenta alternativas, tentando interferir o mínimo possível no conteúdo dos programas. Eles dividem a categoria em merchandising puro e no que definem por 'comercial ao vivo', que também deve ser bem feito para impactar o telespectador em vez de irritá-lo.Um exemplo de comercial ao vivo são as ações feitas com o CrossFox , da Volkswagen, no programa Caldeirão do Huck. Nelas, o apresentador Luciano Huck assume o volante do carro em situações como se o CrossFox praticasse esportes radicais, do tipo rapel ou tirolesa. 'A idéia nasceu quase que acidentalmente durante uma convenção de varejo, no morro da Urca, no Rio', diz Marcelo Olival, gerente de propaganda da Volkswagen. 'Olhamos o Pão de Açúcar e pensamos em pendurar o carro lá para chamar a atenção para a sua valentia e agilidade.'O valor da ação é guardado a sete chaves, embora Olival diga que não supera dois ou três anúncios em uma revista de circulação nacional. O preço de tabela de uma página de anúncio nas revistas de primeira linha é de R$ 174.800,00. No mercado, comenta-se que, apenas para entrar no carro, Huck cobra R$ 100 mil por ação. Olival não confirma, nem desmente. Informa apenas que a Volks está satisfeita com os resultados alcançados.


Texto de Marili Ribeiro para o jornal O Estado de São Paulo.

quinta-feira, abril 05, 2007

PR Stunt com a Gisele

PR stunt é uma das principais ferramentas de guerrilha. Para o MST, Greenpeace e WWF, por exemplo, o PR Stunt é a forma de sobreviver: criar fatos para chamar atenção da imprensa. O bom é quando corporações fazem isso bem (contribuindo para o seu posicionamento). Tudo bem, contratar a modelo mais bem paga do mundo para uma campanha é o sonho de todo profissional de propaganda e até aí não é nada criativo. Mas Gisele, por mais óbvia que seja, é uma usina atômica de geração de PR Stunt. A imagem que ilustra este post é quase de conhecimento universal. Você já a viu. Sua vizinha também. Gisele é onipresente. Dependendo da época, é possível assistir a um break nobre da Globo apenas com comerciais dela. E ela vende tudo. E vende como ninguém. O difícil é lembrar se o último comercial foi de cartão, telefone, roupa ou produto de beleza. A W/Brasil saiu do conforto e conseguiu se destacar no meio dessa multidão. Veiculou anúncio no Meio & Mensagem mostrando que emplacou um super PR Stunt. Sua campanha com a modelo extrapolou a mídia paga e foi pauta com destaque em diversos veículos de comunicação.
E eles nem mensuraram blogs e boca-a-boca.

P&G quer parar de comprar mídia tradicional

A Procter & Gamble, segundo maior anunciante dos Estados Unidos, com investimento na casa dos US$ 4 bilhões em 2006, passou recentemente o seguinte briefing às suas agências globais: como construir marcas sem o uso da mídia tradicional. No início do mês, Jim Stengel, chief marketing officer da P&G, foi enfático em sua palestra na conferência da American Association of Advertising Agencies (4As) ao reforçar a necessidade de novas formas de aproximação com o consumidor.
Ele diz que o trabalho de comunicação realizado pelas quase 300 marcas da P&G da maneira tradicional ainda funciona muito bem, mas admite que não há como negar que as alterações no cenário impõem meios diferenciados de abordagens mercadológicas — o que demonstra que o ritmo das mudanças não é captado tão rapidamente como se deseja e se propala.
Além disso, está claro para companhias do porte da P&G que, quanto mais próximas estiverem de sua base de consumidores, mais terão de ceder o controle. Esse é um grande desafio para as marcas que historicamente, ao longo do século passado, comandaram essa relação.
Com o surgimento da internet e a proliferação dos blogs e das redes sociais, os indivíduos estabelecem uma teia de relacionamentos, independentemente do consentimento das empresas. E é justamente essa capacidade de trocar mensagens entre si com grande velocidade, em uma escala sem precedentes, que deslocará para os consumidores o eixo de domínio das ações de comunicação das marcas.
Na entrevista de Stengel fica evidente que a gigante mundial de bens de consumo ainda não sabe quais são os caminhos mais eficientes para alcançar o público nesse novo panorama. E passou a bola às suas agências, em uma nítida demonstração de que este é um jogo que necessita, mais do que nunca, de um trabalho a muitas mãos para obter soluções eficazes e surpreendentes, pois não há referências para isso.
A construção dessa estrada de relacionamento entre marcas e consumidores na era do colaborativismo tem como ponto de atração o fato de subverter algumas ordens e hierarquias das idéias.
Leia a cobertura do evento com Jim Stengel na Advertising Age (para cadastrados).

By Regina Augusto, Meio & Mensagem

Fera enjaulada

Acredito que o ambiente saturado de informações exige novos mecanismos para se atingir de uma forma diferente e eficiente o público-alvo da comunicação. Isso não quer dizer desprezar os meios de massas, mas usá-los com inteligência, focando nos segmentos desejados e o uso de alternativas de mídia para provocar impacto adicional.
O Marketing de Guerrilha é justamente isso: o uso inteligente da comunicaçao para que sua mensagem consiga se destacar no meio de tanta informação que todas as pessoas recebem diariamente.
Os criativos da agência Young & Rubicam de Estocolmo criaram esta ação de mídia externa para o lançamento do novo Jaguar X-Type. Guerrilha pura! Posicionando o veículo como uma fera, caminhões circulavam pelas rodovias e avenidas das principais cidades suecas com um Jaguar dentro de uma jaula em suas carrocerias. A frase “Soon To Be Released” (Libertado em breve) reforçava ainda mais o lançamento do novo produto e posicionamento adotado.

Criatividade contra o fumo

Os malefícios do tabaco são provenientes, em grande parte, das minúsculas partículas de alcatrão nele incluídas. O cigarro contém substâncias cancerígenas e co/cancerígenas, portanto causadoras de câncer. A fumaça do cigarro é composta ainda de 2% a 6% de monóxido de carbono, um gás tóxico que dificulta o transporte e utilização do oxigênio. Esses compostos também alteram o funcionamento dos microscópicos cílios do sistema respiratório. Como esses cílios têm a função de limpar as vias respiratórias e livrar os pulmões de partículas indesejáveis, tais como bactérias e compostos químicos nocivos, o fumante também é mais propenso a adoecer de doenças respiratórias. Metade dos seis tipos de câncer que mais matam no Brasil tem o cigarro como fator de risco. O fumo é responsável por 90% dos casos de câncer de pulmão, causador de 12 mil mortes por ano no país. No pulmão, além de câncer, o uso do cigarro promove várias outras doenças graves. O enfisema e a bronquite, doenças pulmonares obstrutivas crônicas, são doenças graves causadas, na grande maioria das vezes, pelo hábito de fumar. Além disso, o cigarro está relacionado à causa de tumores malignos em vários outros órgãos como: a boca, laringe, pâncreas, rins e bexiga. Das mortes causadas pelo fumo 25% são decorrentes de doenças coronarianas, como infarto do coração. Os fumantes correm quase o dobro do risco dos não fumantes de sofrer um infarto do miocárdio ou morte por doenças coronarianas. O cigarro causa lesões nos vasos sanguíneos de todo o corpo, propicia acidentes vasculares cerebrais, mais conhecidos como "derrames", e aumenta a concentração de LDL (colesterol "mau") e diminui a concentração de HDL (colesterol "bom") no sangue. O fumante passivo é aquele que não fuma, porém respira a fumaça do cigarro de outras pessoas. As crianças são as maiores vítimas do fumo passivo. Os filhos de mães que fumaram durante a gravidez tendem a nascer com peso e altura inferiores aos filhos de mães não fumantes. A criança que convive com fumantes, está mais sujeita a se tornar um fumante e a fumar mais precocemente.
Na raia com combate ao fumo oferecendo compensações orgânicas para o vício, a indústria farmacêutica está avançando. Esta fantástica ação que postamos aqui foi criada pela agência AMV BBDO de Londres para a marca Nicorette, única terapia de reposição de nicotina (TRN) apresentada em goma de mascar, e que pertence a Johnson & Johnson. Pick-ups circulavam por cidades inglesas com uma pessoa fantasiada de cigarro dentro de uma jaula. O veículo, identificado como “Cravings Control Crew” (algo como equipe de controle de vícios), tinha um adesivo que dizia: Get Your Cravings Under Control. Call 0800 244 838.

quarta-feira, abril 04, 2007

Vermelho

A tradicional e conceituada revista britânica The Economist foi fundada em 1843 na cidade de Londres pelo escocês James Wilson, um fabricante de chapéu da pequena cidade escocesa de Hawick. Era uma revista, na época também chamada de Journal, que abordava assuntos políticos, comerciais e agrícolas, com a proposta de estimular todo homem que tivesse dinheiro no país a investigar e aprender um pouco mais onde aplicá-lo.
A revista, verdadeira “Bíblia” para administradores e economistas, tem uma das comunicações mais laureadas do meio publicitário. Sua indefectível cor vermelha se tornou um ícone da marca. Para quem tem alguma aversão ao uso do vermelho uma lição de marketing e do uso da cor: somente a cor vermelha já identifica a The Economist em seu segmento e perante seus consumidores, pessoas com alto poder aquisitivo.
Um bom exemplo dessa aplicação foi esta peça de mídia impressa criada pela agência Ogilvy & Mather de Cingapura. Uma simples página vermelha com um pequeno retângulo para ser raspado. Uma “raspadinha” para burgueses, por assim dizer. Ao ser raspado, adivinhe o que aparece: a palavra The Economist. Uma peça objetiva e pertinente.

Marketing nas alturas

Ao invés de uma simples campanha de mídia de massas, a Chrysler, fabricante do Wrangler, o utilitário compacto da Jeep, decidiu colocar à prova seu produto, quebrar um record mundial de escalada com veículo automotivo e fazer com que essa prova se tornasse, espontaneamente, notícia.
Para isso escalou uma equipe alemã de 15 pessoas, liderada pelo aventureiro Matthias Jeschke, que finalmente bateu o novo récorde mundial de condução de um veículo em altura. Utilizando dois Jeep Wrangler Unlimited 3.8 V6 de serie, ou seja, que não sofreram qualquer adaptação, o grupo atingiu 6.642 metros de altitude nas encostas do Vulcão Ojos del Salado, no Atacama, Chile.
Durante mais de dez dias, o grupo enfrentou ventos fortes, temperaturas de até 40 graus negativos, precipícios e a temida falta de oxigênio típica das alturas da Cordilheira dos Andes. Com esta notícia, a marca Jeep anunciou o início das vendas do Jeep Wrangler Unlimited no Chile. O modelo estará disponível naquele mercado nas versões de duas ou quatro portas, equipados com motor diesel de 2.8 litros Common Rail de 177 cavalos de potência (a 3.800 rpm) e torque máximo de 410 Nm (a 1.800 rpm).
A notícia da façanha ultrapassou as fronteiras do Chile, virou mídia gratuita e ajudou a colocar um tijolo a mais na parede sólida que é a imagem dos veículos Jeep.