quinta-feira, dezembro 20, 2012

As tendências tecnológicas de consumo para 2013

Enquanto 2012 se aproxima do fim, a Ericsson ConsumerLab identificou as tendências mais quentes de consumo para 2013. Por mais de 15 anos, a ConsumerLab realiza uma pesquisa baseada nos valores das pessoas, comportamentos e modos de utilização de produtos e serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).

O chefe de pesquisas da ConsumerLab, Michael Björn, disse que o "nosso programa é baseado em entrevistas anuais com mais de 100 mil pessoas em mais de 40 países e 15 megacidades. Ao longo dos anos, acumulamos uma enorme base de dados de tendência de consumidores - e vemos que o ritmo da mudança está mais rápido do que nunca."

Aqui estão as 10 maiores tendências para o consumidor para o ano que vem:

1. A confiança na computação em nuvem remodela as necessidades dos dispositivos
Mais de 50% dos usuários de tablets e bem acima dos 40% dos usuários de smartphones nos EUA, Japão, Austrália e Suécia apreciam a simplicidade de ter os mesmos aplicativos e dados perfeitamente disponíveis em diversos dispositivos por meio da nuvem.

2. Computação para uma mente dispersa
De desktops, arquivos e pastas para superfícies planas, aplicativos e serviços em nuvem, os consumidores estão cada vez mais virando as costas para o paradigma da computação para a mente focada. As tarefas são manipuladas no calor do momento - da mesma forma que acontece quando estamos em uma fila de compras ou conversando com alguém em uma cafeteria. A intenção de compra é maior para tablets - em comparação com PCs - e smartphones, em comparação com laptops.

3. Traga sua própria banda larga para trabalhar
Um total de 57% dos usuários de smartphones usam seus dispositivos pessoais no trabalho. Os smartphones pessoais estão cada vez mais sendo utilizados em ambientes corporativos, para enviar e-mails, planejar viagens de negócios, encontrar locais e muito mais.

4. Cidadãos serão absolutamente móveis
Por acessar a internet sempre e em toda parte, os consumidores já estão tornando a Internet inegavelmente móvel. O total de smartphones irá atingir 3,3 bilhões em 2018 e a cobertura da rede móvel é um dos fatores mais importantes para a satisfação de vida da metrópole.

5. Redes Sociais de Segurança Pessoal
Como resultado da turbulência econômica, a confiança nas estruturas e autoridades tradicionais está diminuindo e os consumidores acreditam cada vez mais em suas comunidades pessoais. Redes pessoais online servem como meio de redes de segurança social e são sérias candidatas a substituir a tradicional agência de emprego.

6. Mulheres lideram o mercado de smartphones
Novos dados mostram claramente que as mulheres lideram a maior parte do mercado de adoção de smartphones. Nada menos do que 97 % das proprietárias de smartphones usam SMS. Um total de 77% envia e recebe fotos, 59% usa redes sociais, 24% faz check-ins nos locais que frequentam e 17% resgata cupons. Os valores para os homens são mais baixos nestas áreas.

7. Cidades tornam-se centros de criatividade social
Moradores do centro da cidade têm significativamente mais amigos online do que pessoas em áreas suburbanas. Aproximadamente 12% daqueles que vivem em grandes cidades dizem que a principal razão para a utilização de redes sociais é a de conectar e trocar ideias com outros, tornando-se a terceira razão mais comum para a rede social, depois de manter contato com amigos e mantê-los atualizados.

8. Compras online
Um total de 32% dos usuários de smartphones já fazem compras com seus aparelhos, e agora começam a combinar os aspectos de compras nas lojas físicas e online. Eles querem ver seus produtos, obter informações e comparar preços, bem como comprar imediatamente, sem ter que passar pelo caixa.

9. A TV se torna social
Um total de 62% dos telespectadores usam fóruns sociais enquanto assistem vídeo e TV - e 42% daqueles que usavam fóruns sociais ou chats enquanto assistiam, discutiam coisas que viram durante a semana. Mais de 30% são mais propensos a pagar por conteúdo visto em contextos sociais. A maioria parte do consumo de vídeo e TV em dispositivos móveis acontece em casa.

10. Aprendizagem em transformação
A aprendizagem é transformada por meio de forças internas e externas: os jovens trazem sua experiência em tecnologia pessoal em sala de aula. Simultaneamente, governos e instituições procuram novas soluções de Tecnologias de Comunicação e Informação, a fim de ser mais eficientes. A conectividade muda as perspectivas das crianças em uma escala global. Na Índia, cerca de 30 dos 69 milhões de crianças que vivem em cidades, de 9 a 18 anos, possuem seus próprios celulares.

domingo, dezembro 16, 2012

As urnas eletrônicas são invioláveis?


A Polícia Federal apura acusação de que houve fraude nas eleições municipais no Estado do Rio de Janeiro a partir da violação na transmissão dos votos pelo sistema on-line do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Segundo afirmações de um hacker que pediu para não ter o nome publicado, colegas alterariam a pedido de políticos e partidos o resultado das eleições antes da totalização dos votos pela Justiça Eleitoral.
Isso ocorreria, segundo ele, por meio da obtenção fraudulenta de login e senha de acesso ao sistema. As investigações começaram a partir de suas declarações.
Ele diz que a invasão ocorreria depois da transmissão de 50% dos dados das urnas eletrônicas para o Tribunal Regional Eleitoral.
Segundo o hacker, a invasão teria sido feita por meio do sistema de transmissão de dados on-line da Oi Telecomunicação.
A Oi informou, por meio de sua assessoria, que o sistema é seguro. O TSE, que também já manifestou várias vezes em ocasiões anteriores que o sistema é seguro, disse que só se pronunciará caso o resultado de alguma votação seja questionado judicialmente.
Não há queixas de partidos sobre diferenças entre o resultado impresso no boletim (feito após o encerramento da eleição, sem transmissão on-line) e a totalização, a cargo da Justiça Federal.
O inquérito para apurar o caso foi aberto pela PF antes do segundo turno. No dia das eleições (28 de outubro), a corporação acompanhou a "invasão" junto com o hacker delator, mas afirma que nada foi comprovado.
O monitoramento foi feito a partir do laptop em Vitória (ES) sobre as eleições de três cidades fluminenses. Após a operação, o equipamento foi apreendido para perícia.
Ao jornal Folha de S. Paulo, o hacker disse que resolveu falar sobre a suposta fraude após testemunhar um grupo manipular a apuração de votos de Saquarema (RJ) a favor da prefeita reeleita Franciane Motta (PMDB), mulher do presidente da Assembleia Legislativa do Rio, deputado Paulo Melo (PMDB). Em nota, ele afirmou que "nunca trabalhou com esta pessoa, e jamais o contratou para trabalhar em campanhas".
Se confirmada a fraude, todo o sistema visto até aqui como seguro e à prova de fraude, estaria em questão. "Se possível é fazer em um lugar, é possível fazer em qualquer lugar", alertou o hacker.

Frase

"Me preocupa se, na presidência do STF, Joaquim Barbosa imprimirá ritmo de showman, como fez quando era só ministro." Cid Gomes, Governador do Ceará

quarta-feira, dezembro 12, 2012

Coquetel Molotov


Em todas as manifestações, em qualquer lugar do mundo onde existe um enfrentamento previsível entre policiais e manifestantes, ele está presente.
Alguém enche uma garrafa de vidro até a metade com gasolina; enfia um pedaço de pano ou estopa na boca da garrafa, de modo a vedar bem a entrada de ar.
O pano ou estopa funciona como pavio e estopim quando aceso.
Ao se estilhaçar contra o alvo, a garrafa libera o conteúdo inflamável que é tocado pela chama produzindo a explosão.
Simples e eficiente como o clip, como a caneta Bic ou como Bombril. Uma invenção eterna.
Alguns pensam que a denominação "Coquetel Molotov" foi cunhada pelos russos em homenagem ao presidente de Conselho de Ministros da União Soviética, Viacheslav Molotov.
Ledo engano. Na verdade a denominação nasceu de uma ironia.
Foram os finlandeses os primeiros a usar o artefato incendiário, em 1939, justamente contra o exército russo durante a chamada Guerra de Inverno.
A combinação de gasolina, ácido sulfúrico e cloreto de potássio foi batizada assim porque o general Molotov afirmara, em transmissões radiofônicas, que os soviéticos não estavam jogando bombas sobre os finlandeses e sim "alimentos".
Então os finlandeses retribuíram dizendo que suas bombas eram "o acompanhamento líquido", servido a Molotov.
Preparados para o enfrentamento  os finlandeses grafitavam nas paredes: "Que venham os russos, vamos lhes servir coquetéis para Molotov".

terça-feira, novembro 27, 2012

Por livre e espontânea pressão


O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), admitiu retirar de seu parecer o pedido de indiciamento de cinco jornalistas e a sugestão para que o Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, seja investigado pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
Segundo Cunha, esses dois itens são "secundários" e poderão sair se houver compromisso de aprovação de seu relatório final.
A verdade é que não é fácil enfrentar a imprensa mesmo quando esta está errada e diretamente envolvida na prática criminosa, como os denunciados pela CPI em questão.
A imprensa é um poder paralelo e age como tal. Com direito a quebrar os ossos de quem ousar enfrentá-la.

segunda-feira, novembro 26, 2012

Brasil supera o consumo de mercados online maduros


O estudo global “Digital Shoppers Relevancy”, feito pela Capgemini, aponta mudanças significativas e a rápida inovação dos canais de varejo tradicionais e eletrônicos, de acordo com a preferência dos consumidores. A pesquisa ouviu 16 mil consumidores digitais em 16 mercados, entre países maduros, como Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos, e em desenvolvimento, incluindo Brasil, China, Índia, Rússia e México.
O relatório mostra que os consumidores não são fiéis a um único canal e esperam uma integração entre lojas online, mídias sociais, soluções móveis e lojas físicas. 60% dos respondentes declararam que esperam que a convergência dos canais se torne uma regra até 2014, quando a experiência de compra unificada será comum. No entanto, isso será um desafio, já que mais da metade dos consumidores disseram que a forma como os varejistas, em sua maioria, posicionam-se atualmente nos diversos canais não é consistente.
O Brasil está na lista dos países que detêm uma evolução mais significativa em consumo por meio de canais digitais, junto com China, Índia, México, Turquia e Rússia, confirmando que os países em desenvolvimento têm avançado mais rápido nesses processos do que em economias tradicionais.
Os consumidores estão mais inclinados a usar canais digitais ao comprar produtos eletrônicos de alto valor, em comparação com outras categorias (eletrônicos comuns, moda, alimentação, materiais de construção, saúde e cuidados pessoais). Em todos os países, 54% dos entrevistados realizaram compras online de eletrônicos nos últimos seis meses. Essa categoria é dominada por viciados em compras digitais e compradores digitais sociais, e 59% dos consumidores digitais nessa categoria são homens.
“Mais de 2/3 dos clientes digitais no Brasil, Índia, México, China e Turquia disseram que estão interessados em conhecer novos produtos nas redes sociais e blogs. Isso significa também que existem grandes oportunidades para os investimentos no mercado de varejo e empresas de bens de consumo no Brasil”, comenta o CEO da Capgemini no Brasil, José Luiz Rossi.

Dentre as principais conclusões do estudo, destacam-se:

A internet continua sendo o canal dominante. Para os consumidores digitais, o website é o canal mais importante em um processo de compra, sendo que 80% deles, nos países em desenvolvimento e 63%, em países desenvolvidos, declararam que a internet é importante ou muito importante. No entanto, canais como mídias sociais, aplicativos de celulares e quiosques dentro das lojas estão se tornando mais populares como canais de varejo alternativos.

Mercados maduros e em desenvolvimento se diferenciam. Os compradores digitais aumentam significativamente em países em desenvolvimento. A tendência é que esse modelo de compra supere rapidamente a infraestrutura do varejo tradicional de mercados maduros. A maioria dos consumidores da Índia (72%) e da China (69%) compram mais produtos em uma única transação online do que em uma loja física, contra apenas 31% dos americanos (EUA).

O varejo como conhecemos vai mudar. Mais da metade dos consumidores em mercados maduros e em desenvolvimento disseram acreditar que, até 2020, as lojas físicas se tornarão apenas showrooms de produtos que poderão ser selecionados e encomendados.

Os compradores digitais gastarão mais. Ainda que 73% dos consumidores acreditem que os preços sejam mais baixos em lojas virtuais do que nas físicas, 56% deles gastam mais em uma loja física se tiverem realizado pesquisas prévias sobre o produto em canais digitais.

Não existe um perfil de comprador digital, mas as mulheres são mais comprometidas. Padrões de comportamento estão ligados a diversos fatores, como idade, sexo, categoria de produto, estágio do processo e maturidade do mercado. Pelo estudo, 55% das mulheres são mais comprometidas quando fazem compras em meios digitais do que os homens (44%).

Experiências (não muito) personalizadas podem ajudar as vendas. 61% dos consumidores disseram que querem que as lojas on-line se lembrem de seus históricos para agilizar as compras, mas só 41% querem ser identificados via smartphone ao entrar em uma loja física.

A pesquisa da Capgemini identifica seis perfis de consumidores que usam canais digitais de diferentes formas durante o processo de compra:

Compradores digitais sociais (25%). Têm menos de 35 anos, são fortes usuários de mídias sociais e querem compartilhar opiniões e experiências em canais digitais. Também são usuários ativos de celulares e aplicativos para pagar produtos, procurar itens e identificarem-se.

Viciados em compras digitais (18%). Pioneiros e experimentadores são os maiores compradores entre os seis perfis e usam ativamente canais digitais, tais como aplicativos de smartphones e tecnologias dentro da loja. Os homens compram muito usando canais digitais, mas se preocupam menos que as mulheres em estabelecer um diálogo com as empresas.

Compradores virtuais ocasionais (16%). 56% do grupo têm mais de 45 anos. Fazem compras online com pouca frequência, mas, quando o fazem, usam os canais digitais principalmente para escolher e comparar produtos e rastrear as entregas.

Compradores virtuais racionais (15%). Formam o segundo perfil mais ativo de compradores online, sendo a internet o canal preferencial durante o processo de compra, mas não se interessam muito por mídias sociais nem por aplicativos de compra para celulares.

Interessados em preço (13%). Importam-se com o preço, não gostam muito de fazer compras na internet e são, na maioria, mulheres (63%). Fazem compras online principalmente para encontrar o melhor preço para produtos que já sabem que querem.

Compradores tecnologicamente inseguros (13%). Na maioria jovens e adultos, sentem-se inseguros no uso de canais e aparelhos digitais, não os considerando relevantes para a compra.

Por [Webinsider]

sexta-feira, novembro 23, 2012

Financial Times alemão deixa de circular


O Financial Times Deutschland, o sétimo maior jornal alemão em termos de tiragem, vai deixar de circular a partir do dia 7 de dezembro, anunciou hoje a editora Gruner + Jahr.
A publicação, versão alemã do jornal britânico Financial Times, nunca deu lucro desde sua criação em 2000, segundo a G+J. Tanto a versão impressa quanto a da internet serão fechadas após o fracasso da editora de encontrar um possível comprador.
"Os jornais diários estão sob pressão, principalmente no setor financeiro", comentou Julia Jaekel, membro da diretoria da G+J. "Não vemos como manter as operações."
A G+J, com sede em Hamburgo e controlada pelo grupo de mídia Bertelsmann, também publica revistas de esportes, femininas e de comportamento.
As informações são da Dow Jones e do jornal O Estado de São Paulo.

Brasil está mais otimista do que os outros Brics


O Brasil aparece como o país com o melhor clima econômico entre os emergentes que compõem o grupo dos Brics (Brasil, Rússia, Índia e China), revelou a Sondagem Econômica, feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em parceria com o instituto alemão Info.
O Indicador de Clima Econômico (ICE) do Brasil, no trimestre de agosto a outubro deste ano, avançou para 6,1 pontos, em comparação ao índice de 5,2 pontos registrado no trimestre anterior. Já o resultado da Rússia foi de 4,3 pontos; o da China, de 4,7 pontos, e o da Índia, de 5,4 pontos.
"A China teve desaceleração do crescimento. Como as perguntas da sondagem são muito voltadas para o crescimento, o indicador acaba captando esse cenário. No Brasil, as projeções eram muito piores do que a realidade demonstrou, o que favoreceu o indicador", destacou Lia Valls, coordenadora de estudos do setor externo do Instituto Brasileiro de Economia da FGV.
Diante de resultados mais favoráveis do que o esperado, o ICE da América Latina avançou 5,2 pontos, acima do resto do mundo, onde prevalece o cenário de recessão. No Brasil e em países vizinhos, o clima está sendo favorecido pelas expectativas de crescimento do consumo nos próximos meses.
O Índice de Expectativa (IE) na América Latina, que junto do Índice de Situação Atual (ISA) formam a sondagem, alcançou 5,3 pontos, o maior nível desde janeiro de 2011 (5,7 pontos). Já a avaliação da economia no momento da pesquisa não é tão otimista. No trimestre até outubro, o ISA subiu, mas continua num nível relativamente baixo, de 5,1 pontos, segundo a FGV. No trimestre imediatamente anterior, o índice havia sido de 4,9 pontos.
A análise da FGV é que um ciclo vigoroso de expansão na América Latina depende da solução de entraves à economia mundial. "Os resultados da sondagem de outubro de 2012 mostram que o cenário ainda é muito nebuloso", diz o relatório.
Sem uniformidade. Os resultados dos 11 países destacados para a análise não são uniformes. O clima melhorou na Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia e Paraguai. No Peru e no Uruguai, o ICE desacelerou, mas o clima continua favorável. Nos demais países, apesar do aumento do ICE, o clima continua desfavorável, como na Argentina, ou ficou estável, como no México, Equador e Venezuela.
A percepção de que, nos próximos meses, a economia vai finalmente decolar opõe-se ao cenário nos EUA e na Europa, onde a demanda insuficiente é considerada o maior entrave ao desenvolvimento, mostra a pesquisa. O principal problema apontado pelos entrevistados é a falta de competitividade internacional e de mão de obra qualificada.

Por Fernanda Nunes / O Estado de S Paulo

As marcas de mídia mais lembradas no Brasil


Ouvindo mais de 2.000 pessoas, a Associação Brasileira de Anunciantes e a TopBrands Consultoria de Branding concluíram quais são as marcas de mídia mais lembradas pelos brasileiros.
Entre as revistas, a reacionária Veja teve a pontuação mais alta, 44%, enquanto a Rede Globo de Televisão foi a que se saiu melhor entre as de emissoras de TV, com pontuação de 62%.
Ambas foram incluídas entre as 14 marcas mais importantes de todas as categorias em termos de lembrança por parte dos consumidores, pontuando mais do que Visa (40%), Volkswagen (32%) e Itaú (28%), por exemplo.
Quanto ao nível de confiança em diferentes tipos de produtos e mídias, 87% responderam que o rádio é a mídia na qual mais confiam, seguida pela TV aberta (83%), internet (82%), jornais (79%) e revistas (78%). Considerando ainda que 61% dos entrevistados são usuários ativos das redes sociais, a pesquisa determinou também quais são as marcas de mídia mais discutidas nesses sites – Superinteressante (93%), Jovem Pan (87%), Globo.com (85%), Folha de São Paulo (75%) e TV Globo (58%).

A CPMI de Cachoeira e o papel da mídia

O papel moderno da imprensa, no mundo, tem dois divisores de água.
O primeiro, legítimo, o episódio Watergate, no qual um jornal (The Washington Post), com um jornalismo rigoroso e corajoso, logrou derrubar o presidente da República da maior Nação democrática do planeta.
O segundo, tenebroso, o processo ao qual foi submetido o magnata da mídia, Rupert Murdoch, depois de revelados os métodos criminosos do seu tabloide, "The Sun", para obter reportagens sensacionalistas.
O crime do The Sun foi ter se envolvido com baixos e médios escalões da polícia para atentar contra o direito à privacidade de cidadãos ingleses.

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O relatório da CPMI de Cachoeira, traz dados muito mais graves do que os crimes do "The Sun". Mostra ligações diretas entre jornalistas e o crime organizado.
A acusação maior é contra a revista Veja e seu diretor em Brasília, Policarpo Jr. O relatório mostra, com abundância de detalhes, como Policarpo era acionado para derrubar autoridades e servidores públicos que incomodassem Carlinhos Cachoeira, atacar concorrentes do marginal e como encomendava dossiês a ele, muitos obtidos por métodos criminosos.

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Já em 2008, a série "O caso de Veja" - que publiquei na Internet - mostrava os resultados dessa parceria.
Um esquema aliado de Cachoeira havia sido afastado dos Correios pelo esquema Roberto Jefferson. Jairo (o araponga de Cachoeira) armou um grampo em cima de um diretor, Maurício Marinho, recebendo propina de R$ 3 mil. A gravação foi entregue a Policarpo, que a considerou insuficiente. Providenciou-se outra gravação, aprovada por Policarpo.
Divulgado o grampo, caiu toda a estrutura montada por Jefferson e entrou a de Cachoeira. Veja compactuou com o novo grupo, mesmo sendo Policarpo conhecedor íntimo do esquema criminoso por trás dele.
Dois anos depois, a Polícia Federal implodiu o novo esquema. E a revista manteve-se em silêncio, preservando Cachoeira.

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Nos estudos sobre as chamadas OrgCrim (organizações criminosas), em nível global, identificam-se braços nos três poderes - Executivo, Legislativo e Judiciário - e também na mídia. O relatório descreve bem as funções da organização de Cachoeira no país.
Cachoeira ajudou a eleger o ex-senador Demóstenes Torres. Veja transformou-o em uma figura política poderosa, com sucessivas matérias apontando-o como o paladino da luta contra a corrupção. Com o poder que se viu revestido por Veja, Demóstenes transitava em repartições, junto a Ministros do Supremo, aumentando o poder de lobby da quadrilha de Cachoeira.

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Veja é um ponto fora da curva no jornalismo brasileiro. Mas não ficou sozinha nessa parceria com o crime.
Um levantamento sobre as premiações do jornalismo investigativo nas últimas décadas vai revelar como fontes, em muitos casos, lobistas e criminosos da pior espécie.
Não apenas isso. Poderiam ser utilizados como fonte e suas informações servirem de ponto de partida para investigações mais aprofundadas. Mas eram utilizadas a seco, sem passar sequer pelo teste da verossimilhança, sem nenhum filtro, fuzilando reputações e, principalmente, atentando contra o próprio exercício do jornalismo.


Por Luis Nassif, jornalista e blogueiro

quinta-feira, novembro 22, 2012

Uma imprensa acima da lei?

O relatório do deputado Odair Cunha (PT-MG) conseguiu demonstrar o poder de fogo dos grandes meios de comunicação brasileiros ao mesmo tempo em que revelou o odioso corporativismo dos donos da informação. Em menos de 24 horas, os principais jornais do País enfileiraram suas tropas e apontaram os canhões na direção do relator da CPI do Cachoeira. Motivo: o deputado Odair ultrapassou uma linha perigosa, ao propor o indiciamento de cinco jornalistas e investigações a respeito da conduta de outros seis profissionais de imprensa. No Brasil a imprensa se acha acima do bem e do mal e acredita poder investigar a todos mas nunca ser investigada. Quando comete um erro, pensa poder acobertá-lo numa retórica cínica, que atribui qualquer crítica feita a ela como um ato de censura. Justo a grande imprensa brasileira, cúmplice silente da ditadura militar e dos desmandos seculares.
No episódio Cachoeira, o caso emblemático é o do jornalista Policarpo Júnior. O deputado Odair demonstra que o diretor de Veja tinha ciência de estar servindo a interesses privados do bicheiro Carlinho Cachoeira (que quase sempre não coincidiam com interesses públicos), valendo-se muitas vezes de munição para suas denúncias obtida por meio de gravações clandestinas ou compradas ilegalmente (como no caso do Hotel Naoum, em Brasília).
O relator também cita exemplos de profissionais que receberam dinheiro, champanhes e outros presentes de Cachoeira para produzir reportagens e passaram como recibo matérias de grande visibilidade. Mas, na visão dos grandes grupos privados de comunicação, investigá-los representa "uma ameaça à liberdade de expressão", como se a bandidagem praticada pela imprensa fosse uma bandidagem de alto nível e portanto acima da lei.
Tanto a Folha de S. Paulo como o jornal Estado de São Paulo produziram editoriais a respeito, como colunistas de renome, vide Ricardo Noblat, também condenaram o relatório de Odair Cunha.
Foi como se proclamassem, em uníssono: "Somos todos Policarpos". Ou, de outra maneira, "mexeu com ele, mexeu comigo".

Hereditariedade global

Manchete de um dos blogs de notícias mais lidos do país: "Filha de Renato Aragão estréia em novela em 2013". Está provado. A Globo é uma Capitania Hereditária.

Devassa faz guerrilha

Fugindo da mídia de massa e aproveitando o público cativo da marca, a cerveja Devassa realiza uma ação interativa em suas 30 unidades espalhadas pelas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. As lojas receberão a visita de três promotoras, uma loura, uma negra e uma ruiva, representando as cervejas da marca.
Durante a atividade, os clientes serão convidados a participar de um jogo da memória feito com peças personalizadas dos chopes comercializados pela empresa.
Os clientes que encontrarem o maior número de pares receberão brindes personalizados como chaveiros, jogos da memória e canetas estilizadas. A ação faz parte da comemoração dos 10 anos da marca.

Eleição aumenta audiência de sites de notícias

Os sites de notícias registraram um grande aumento no volume de acessos no mês de outubro. O número de usuários únicos, da subcategoria Eventos Correntes e Notícias Globais, cresceu 13% em outubro e chegou a 33,5 milhões. O tempo de uso por pessoa dos sites de notícias atingiu 47 minutos, um aumento de 17% no mês e de 22% no período de um ano. Os dados são da pesquisa NetView que o IBOPE Media realiza em parceria com a Nielsen.
Em domicílios, o tempo de uso dos sites de notícias registrou um crescimento ainda maior, com aumento de 19% no mês e de 24% em um ano, chegando a atingir mais de 32 minutos por pessoa.
Segundo o analista José Calazans, do IBOPE Media, esses números são resultado da maior procura por informações sobre o resultado das eleições neste período. “Os resultados eleitorais ainda são, de longe, o maior provocador de picos de consumo nas páginas de notícias da internet brasileira”, afirma o analista.

quarta-feira, novembro 21, 2012

Crise européia induz aumento do investimento em propaganda

As fabricantes europeias de automóveis vêm aumentando o investimento em publicidade enquanto a crise insiste em assombrar o continente. A movimentação segue o caminho oposto das marcas da maioria dos segmentos que atuam na Europa, que cortam deliberadamente os recursos para as campanhas na tentativa de economizar. Em países como Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Espanha - principais centros do setor automobilístico -, o aumento chega a 3,9%, segundo a Nielsen, empresa especializada em pesquisas de consumo.
Além do incremento no investimento, as marcas usam outras estratégias, que muitas vezes se chocam, como o anúncio durante grandes eventos esportivos. No último dia 17 de novembro, por exemplo, os telespectadores que acompanharam a partida de futebol entre Juventus e Lazio viram no intervalo um show de confrontos internacionais envolvendo, entre outros, alemães, franceses, italianos. Ou Volkswagen, Renault e Fiat, que estão entre as sete montadoras que pagaram para anunciar durante os 15 minutos de pausa do jogo.
Nas páginas dos principais jornais e revistas do continente, a história é a mesma. Em 2011, as fabricantes investiram mais de 8,2 bilhões de euros - ou R$ 21 bilhões - em publicidade, cerca de 14% a mais que dois anos atrás. Até mesmo a PSA Peugeot Citroën, que planeja cortar cerca de 8 mil empregos, manteve o investimento na publicidade, alegando que quer mesmo é preservar a visibilidade.
Em meio à crise, os astros principais nem sempre são celebridades. Durante o clássico italiano do sábado passado os preços foram o foco das campanhas. A Fiat chega a oferecer descontos de até cinco mil euros nos modelos 500 e Panda movidos a GNV. Já a Opel se vale da garantia de 30 dias para avaliação com direito a devolução do dinheiro caso o cliente não aprove o carro - desde que não ultrapasse os 3.000 km.
A publicidade também ajuda quem não é da Europa. A Hyundai, por exemplo, investiu para divulgar itens como o design e recursos tecnológicos a um preço razoável e já soma 3,4% de market share na Europa nos primeiros dez meses do ano. Um ano atrás detinha 2,9%. A marca optou pelo patrocínio dos principais torneios de futebol do continente. Apesar disso, a marca reconhece que a crise obriga a publicidade a se focar muito mais diretamente na venda do que em qualquer outro aspecto.

Brasil será o quinto maior mercado publicitário do mundo em 2014


Um levantamento da consultoria ZenithOptimedia  revelou que o Brasil se tornará o quinto maior mercado publicitário do mundo em 2014. Segundo a agência de mídia do Grupo Publicis, serão investidos US$ 22,2 bilhões no ano da Copa do Mundo no país. O montante supera as projeções de compra de espaço publicitário no Reino Unido, que ocupa a posição atualmente.
Os quatro primeiros mercados continuarão com Estados Unidos (US$ 174.593 bi), Japão (US$ 53.434 bi), China (48.755 bi), e Alemanha (27.548 bi).
No ranking mundial de mercados publicitários de 2011, o país classificou-se em sexto lugar, com investimentos de US$ 16,8 bilhões, de acordo com a consultoria.
Já o Projeto Inter-Meios calcula um panorama diferente. De acordo com o projeto, o Brasil já passou o Reino Unido em 2011 com a compra de espaço publicitário. Estudo coordenado por Meio & Mensagem e realizado pela PricewaterhouseCoopers, aponta que em 2011 o mercado publicitário brasileiro movimentou US$ 23,4 bilhões (incluindo as verbas investidas em mídia e na produção das peças publicitárias). O valor de 2011 é, inclusive, maior do que a previsão da Zenith para o Brasil em 2014.

quarta-feira, novembro 14, 2012

Brasil é a quinta economia criativa do mundo


Ao todo, o mercado formal de trabalho da indústria criativa era composto por 810 mil profissionais no ano passado - todos voltados a trabalhos que envolviam criatividade mesmo que empregados em empresas tradicionais, como projetistas de carros e diretores de marketing. A cifra representava 1,7% dos trabalhadores brasileiros.
Com base na massa de salários recebida por esses trabalhadores (aplicando a ela uma metodologia de projeção estatística), a Firjan (Federação das Indústria do Estado do Rio) estimou o PIB (Produto Interno Bruto) da economia criativa brasileira em R$ 110 bilhões (2,7% do total).
Tal valor coloca o país como o quinto maior produtor de atividades criativas, à frente de países como Itália e Espanha. Os líderes são EUA, Reino Unido e França.
A indústria criativa integra 14 segmentos como artes, música, pesquisa e desenvolvimento, design, engenharia e arquitetura (projetos), computação, mídia e outros, com 243 mil empresas cujo foco principal é produzir a partir da criatividade.
Considerando toda a cadeia de fornecedores, o número chega a 2 milhões de empresas, segundo a Firjan.

LÍDERES EM EMPREGO

Dentre os segmentos, os que mais empregavam eram arquitetura e engenharia (230,3 mil), publicidade (116,4 mil), design (103,2 mil), software, computação e telecomunicações (97,2 mil). Os números incluem profissionais dedicados apenas a atividades criativas, como, no caso de engenheiros e arquitetos, a elaboração de projetos e design, por exemplo.
Para Gabriel Pinto, da Firjan, o boom da construção civil fez aumentar a procura por engenheiros e arquitetos, assim como o crescimento da economia sustentando pelo consumo fez crescer a demanda por profissionais das áreas de marketing e publicidade. "Os profissionais da área de publicidade tiveram de pesquisar, lançar produtos e se comunicar como essa nova classe média emergente."

terça-feira, novembro 13, 2012

Jovens da periferia representam 31% da classe média brasileira


Dos mais de 100 milhões de brasileiros da classe média, 31%, o equivalente a 32 milhões de pessoas, são jovens moradores de periferias, aponta estudo divulgado nesta segunda-feira (12) pela Serasa Experian e publicado pelo portal de notícias G1.
Entre os demais, 18% são pessoas que estão envelhecendo na periferia e outros 11% aspirantes sociais. Os três grupos representam 60% dos 104 milhões de pessoas da classe média.
O levantamento foi feito a partir de uma metodologia estatística que cruza dados da Serasa Experian, do Censo Brasileiro e da Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar (Pnad), diz a Serasa.
Entre os jovens da periferia, 30% ou 10 milhões de pessoas estão no grupo chamado de trabalhadores de baixa qualificação e com empregos formais; 29% (9 milhões) são jovens trabalhadores de baixa renda, com a maioria formada por mulheres; 20% (6 milhões) são jovens na informalidade, onde destacam-se mulheres chefes de família com menos de 25 anos. O grupo chamado de famílias assistidas da periferia representa 13% (4 milhões), residentes principalmente no Norte e Nordeste, sem relação com bancos e sem atividades de crédito ou financeiras.
Dos 19 milhões integrantes do grupo envelhecendo na periferia, 9 milhões (45%) são operários aposentados e outros 6 milhões (30%) são classificados como maturidade difícil: sem renda nem aposentadoria formal. Outros 4 milhões (25%) são casais maduros de baixa renda.
Entre os aspirantes sociais, 4,5 milhões (40%) são consumidores indisciplinados, jovens adultos com alto consumo e renda modesta, e 3,3 milhões (30%) são profissionais em ascensão social, que buscam mobilidade e status social por meio do trabalho e do estudo.

sábado, novembro 10, 2012

2012: o voto custou R$ 60


Os nove prefeitos eleitos no 1.º turno das eleições deste ano gastaram de R$ 4 a R$ 60 por voto para se eleger. O que mais desembolsou, proporcionalmente, foi o futuro mandatário de Palmas, Carlos Amastha (PP): R$ 60 por voto obtido.
O levantamento foi feito com base na prestação de contas das campanhas divulgada pelo Tribunal Superior Eleitoral anteontem. As informações das cidades que tiveram 2.º turno ainda não foram entregues ao TSE.
Dos R$ 3,5 milhões gastos por Amastha na campanha, ele próprio doou cerca de R$ 3,1 milhões. O empresário colombiano do ramo de shoppings que se naturalizou brasileiro declarou à Justiça Eleitoral que tem um patrimônio de R$ 18 milhões.
O empresário foi o quarto candidato mais rico a concorrer nas eleições municipais deste ano.
O montante total gasto pela campanha do prefeito eleito de Palmas é bem inferior, por exemplo, aos mais de R$ 28 milhões usados por Marcio Lacerda (PSB), reeleito em Belo Horizonte. Mas, proporcionalmente, o prefeito mineiro gastou menos: foram R$ 42 por voto obtido.
Lacerda também foi um dos candidatos milionários dessas eleições. Liderando o ranking de bens declarados, ele disse ser dono de uma fortuna que ultrapassa os R$ 58 milhões.
A reeleição de Eduardo Paes (PMDB) no Rio de Janeiro foi, proporcionalmente, uma das mais baratas, pagando R$ 4 para cada eleitor conquistado. O peemedebista obteve 64% dos votos válidos no dia 7 de outubro.
Os mesmos R$ 4 foram gastos por José Fortunati (PDT) em Porto Alegre. Ele também disputava a reeleição.
Uma proposta de financiamento público de campanhas eleitorais que tramita no Congresso sugere que o gasto por eleitor não supere o valor de R$ 7 por voto.
A maioria das campanhas, no entanto, gastou mais do que isso. Em Boa Vista, a prefeita eleita Teresa Surita (PMDB) desembolsou R$ 34 por voto. João Alves Filho (DEM), que venceu em Aracaju, gastou R$ 24, e Rui Palmeira (PSDB), prefeito eleito de Maceió, R$ 21.
Os eleitos de Goiânia, Paulo Garcia (PT), e Recife, Geraldo Julio (PSB), tiveram a mesma despesa por voto: R$ 15.
As informações foram publicadas pelo jornal O Estado de São Paulo que ignorou olimpicamente as eleições em Belém e Manaus, ambas vencidas pelo PSDB.

quarta-feira, novembro 07, 2012

O impacto da vitória de Obama no mercado publicitário

Com direito a mais quatro anos de poder na Casa Branca, o governo Barack Obama representa algumas diretrizes que podem impactar a publicidade no maior mercado do mundo.
A primeira deverá afetar as atuais deduções de impostos para custos de publicidade nos Estados Unidos. No primeiro mandato, Obama não discutiu o assunto, mas nesta campanha os dois candidatos tocaram no assunto. Dan Jaffe, executivo da Association of National Advertisers (ANA) afirmou recentemente que as agências de publicidade não devem pensar que estão imunes a essa possibilidade.
Outra questão que precisa estar aos olhos das agências é a privacidade online. William Rice, presidente da Web Marketing Association (WMA) se diz certo que o segundo mandato deverá resultar em um controle mais rígido sobre o colhimento de informações pessoais na internet. “Regulamentações sobre o que os anunciantes podem coletar dos sites serão severamente restritas”, apontou. Coincidentemente, a capacidade da campanha de Barack Obama de colher dados foi um elemento chave na vitória.
O marketing voltado ao público infantil deverá ter mudanças também. No primeiro mandato, a administração Obama fez restrições às publicidades de alimentos para este público. Margo Wootan, diretora de políticas de nutrição do Center for Science in the Public Interest, afirma esperar para breve um estudo da Federal Trade Commission (FTC) sobre o impacto da autorregulamentação dos mercados de alimentos e bebidas. Os dados devem realimentar os debates e Obama deve apresentar novidades.
No Congresso, que mantém maioria republicana, a expectativa é para um olhar mais próximo sobre as deduções que o mercado de publicidade possui. “As deduções em todos os mercados estão sendo olhadas pelos dois partidos. A reforma tributária e a redução do déficit são questão importantes, independente de quem ganhasse”, aponta Rita Cohen, da Magazine Publishers of America. Além disso, espera-se grande disputa sobre a questão dos dados da internet, com um lado defendendo uma regulamentação e o outro contra o aperto.

Com informações do Advertising Age

Leia mais aqui: http://www.meioemensagem.com.br/home/comunicacao/noticias/2012/11/07/O-impacto-da-reeleicao-de-Obama-na-publicidade#ixzz2BZceAfTr

terça-feira, maio 15, 2012

Redes sociais chegam a 1 bi de pessoas

O número de pessoas que usam vários serviços de mídias sociais constantemente ultrapassou 1 bilhão de indivíduos em todo o mundo, segundo o relatório “Tendências de Reformas em Telecomunicações”, elaborado pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), entidade que regula os serviços de telecomunicações globais e propõe padrões para essa indústria como os protocolos de WiFi, velocidade média de banda larga, especificidades da 4G móvel, entre outras orientações. 
Dentre essas redes, a mais populosa é o Facebook, que recentemente anunciou ter chegado a 901 milhões de usuários. Segundo o site TechCrunch, na comparação, outras redes de apelo massivo estão longe do patamar do Facebook, como o Twitter, que tem mais de 200 milhões de usuários, e o LinkedIn, com uma base entre 120 milhões e 150 milhões de usuários. E, muito abaixo desses patamares, as redes sociais são mais regionalizadas. É o caso do QQ, na China, vkontakte, da Rússia, Mixi, do Japão, e Orkut, cuja popularidade maior está no Brasil, Índia e Paraguai.
De acordo com o relatório da UTI, as redes sociais, de uma forma geral, tornam-se, cada vez mais, um alvo das autoridades reguladoras de telecomunicações porque não apenas estão cada vez mais presentes como também empresas como o Facebook são meios de comunicação, por direito próprio, com ofertas de voz e de texto ponta-a-ponta, assim como os serviços de operadoras de telefonia convencionais. 
Outro destaque do relatório é que a modalidade móvel se torna rapidamente a principal forma de acessar as redes sociais. Isso é explicado pelo fato de que, embora a banda larga continue a se expandir mundialmente, ainda está longe de ser acessível para a maior parte das pessoas. Nos últimos cinco anos, segundo a UIT, o número de assinantes de banda larga fixa dobrou no mundo e chegou a 591 milhões, ou seja, pouco menos da metade de usuários de redes sociais. Alguns analistas indicam que o uso móvel nas redes sociais já supera o acesso fixo.


Sérgio Damasceno, Meio & Mensagem

segunda-feira, abril 23, 2012

Cleta da Silva Cavalcante


Eu preparo uma canção
em que minha mãe se reconheça,
todas as mães se reconheçam,
e que fale como dois olhos.

Caminho por uma rua
que passa em muitos países.
Se não se vêem, eu vejo
e saúdo velhos amigos.

Eu distribuo um segredo
como quem anda ou sorri.
No jeito mais natural
dois carinhos se procuram.

Minha vida, nossas vidas
formam um só diamante.
Aprendi novas palavras
e tornei outras mais belas.

Eu preparo uma canção
que faça acordar os homens
e adormecer as crianças.

"Canção Amiga", poema de Carlos Drummond de Andrade, virou canção na voz de Milton Nascimento. Eu era muito jovem quando toquei e cantei essa canção para minha mãe. Ela sorriu e disse "É linda. Cante de novo". Domingo, 22 de abril, às quatro da manhã minha mãe silenciou. Não terei mais seu sorriso. A canção amiga em que ela se reconheceu calou. Seu silêncio, um grito eterno ecoando dentro de mim. A morte de minha mãe é, em minha vida, um gigantesco desastre natural. O planeta não é mais o mesmo. Eu sou um dinossauro que viu o meteoro gigante se aproximar da terra e explodir no chão, produzindo um ruído tão alto, tão intenso, que se fez silêncio. Sobrevivente a isso, sei que nada será igual depois que esse silêncio ensurdecedor passou a imperar. Cleta da Silva Cavalcante, minha mãe, me ensinou quase tudo de bom que eu aprendi na vida. Se com meu pai aprendi o valor do trabalho, do companheirismo, da ética, do compromisso à palavra, com ela aprendi o respeito às diferenças, a virtude da ajuda, a solidariedade, o apiedamento aos necessitados, a indignação contra a injustiça, o cuidado com as crianças, a lágrima fácil diante das coisas. Ela foi mãe afetuosa, esposa amorosa, amiga dedicada, avó atenciosa, mantendo-se sempre serena, tranquila, alegre, confiante. Quando fui enquadrado na Lei de Segurança Nacional pela ditadura militar, meus pais não entendiam direito como um menino como eu, que só queria justiça, podia ser perseguido pelo Estado. Mas me apoiaram. Ela me disse "seja lá o que você fez, deve ter sido para ajudar os outros". Esta é a imagem dela que fica: a confiança protetora, a mão acolhedora, que protege e que abraça. Eu a beijei pela última vez naquele domingo cor de chumbo, antes que seu corpo frágil descesse ao túmulo para repousar ao lado do meu pai, que se foi em 2002. Desde 2005 minha mãe enfrentava com dignidade incomum uma batalha tenaz contra o Mal de Alzheimer, uma terrível doença degenerativa incurável que afeta vorazmente o cérebro e a memória. Em que pese o avanço da doença, ela preservou meu nome como um tesouro em sua mente. E o repetia, para que eu soubesse ainda estar ali o seu afeto. Viveu e morreu dignificando a vida. E será eternamente amada.

quinta-feira, abril 12, 2012

Comida pra cachorro

O mercado de nutrição animal movimentou R$ 4 bilhões em 2011, de acordo com o Sindicato da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações). O valor representa um crescimento de 4,2% em relação a 2010 e, segundo a organização, foi resultado da queda do preço do milho, da soja e de outros ingredientes como farinha de carne e vísceras. A expectativa é que a produção do setor atinja o total de 48 milhões de toneladas fabricadas até o fim de 2012.
O hábito de criar animais domésticos e de alimentá-los com comida industrializada parece ser uma tendência de economias que avançam seu padrão de consumo. Em países subdesenvolvidos o hábito de criar animais domésticos existe, mas a alimentação desses animais é subproduto da alimentação da família. Cães e gatos são alimentados com restos e pássaros são alimentados com frutas. Em outros países esses animais são, eles próprios, incorporados ao cardápio humano, dada a carência de proteína animal disponível.

Classe C sustenta consumo


O crescimento da classe média parece ser a grande resposta para manter o ritmo de consumo em alta, tanto no Brasil como no mundo. De acordo com o presidente do conselho do Provar (Programa de Administração de Varejo) da FIA (Fundação Instituto de Pesquisa), Claudio Felisoni de Angelo, o consumo global está desacelerando e em ritmo bastante acentuado, no entanto, é justamente por conta do aumento da classe C que o consumo permanece avançando.
“Apesar das condições adversas no quadro econômico internacional, a melhor distribuição de renda – que reflete no aumento da classe C e a redução dos impostos em importantes categorias, como linha branca, permite que o consumo se sustente”, afirmou Angelo, durante apresentação da Pesquisa Trimestral de Intenção de Compra no Varejo.

Desaceleração do consumo
De acordo com os dados da pesquisa, o consumo global cresceu 15% entre dezembro de 2009 e o mesmo mês de 2010. Um ano depois, entre dezembro de 2010 e o último mês de 2011, o crescimento foi de 4,3%.
Analisando o volume de pessoas que pertencem à classe C no Brasil (que possuem renda mensal entre R$ 1.750 e R$ 7.500), temos que em 2003 eram 65,9 milhões, passando para 105,4 milhões em 2011, alta de quase 60%. Para 2014, esse número deverá chegar a 118 milhões.
O presidente explica que o aumento dessa classe, somado ao fato de que o nível de desemprego no País está baixo, e a massa salarial, principalmente da indústria, está crescendo, faz com que o consumo no Brasil continue avançando.
A classe C inclusive será responsável por não deixar que aconteça uma queda muito acentuada no PIB (Produto Interno Bruto) no final deste ano. Angelo ainda observa que a redução dos impostos nos itens de linha branca, uma das categorias mais importantes para a classe C, é uma importante ferramenta para impulsionar o consumo.

Cresce o acesso a sites de notícias


De acordo com dados divulgados pela revista Meio & Mensagem, a internet vem crecendo em importância quando o assunto é a obtenção de notícias. Aumentou também o uso de celulares, smartphones e outras plataformas móveis para isso. O mais recente estudo sobre audiência na web divulgado pelo Instituto Verificador de Circulação (IVC), divulgado pela revista, mostrou que, no ano passado, a audiência dos portais e sites de notícias filiados ao instituto cresceu 29% em comparação ao ano de 2010.
A região responsável por puxar esses números foi o Nordeste, que registrou um aumento de acessos de 50% em comparação com o ano anterior. O Centro-Oeste aparece na segunda colocação entre as regiões, com crescimento de 38%, seguida pelos internautas da região Norte (com 33%) de crescimento. Sudeste e Sul aparecem na sequência, com expansões de 30% e 21%, respectivamente. O acesso a computadores e a plataformas móveis e o aumento das vendas dos aparelhos são as justificativas para esses números.
Outro ponto que chama bastante atenção no relatório do IVC é o crescimento da participação das mídias móveis. A quantidade de pessoas que acessam sites de noticias de seus celulares, smartphones ou tablets foi 400% maior em 2011 do que em 2010. Com esse aumento, a participação dos acessos à web via plataforma mobile subiu de 0,6% para 2,4%. Embora pequena em termos de share, é uma expansão significativa considerado o potencial de consumo que o mercado nacional ainda possui.
De acordo com o IVC, os tablets são os grandes responsáveis por esse salto do acesso móvel. Em 2011, a quantidade de pessoas que acessaram sites noticiosos via iPad, Galaxy, ou outros tipos de tablets cresceu 563% - percentual, obviamente, relacionado ao aumento das vendas desse tipo de aparelho no País. Os acessos via smartphone também aumentaram consideravelmente: 321% mais do que em 2010.

quarta-feira, abril 11, 2012

Cresce número de brasileiros online


O número total de brasileiros com acesso à internet em qualquer ambiente (domicílios, trabalho, escolas, lan houses ou outros locais) atingiu 79,9 milhões no quarto trimestre de 2011, segundo o IBOPE Nielsen Online. O crescimento foi de 2% sobre o trimestre anterior, de 8% sobre o mesmo período de 2010 e de 19% em relação a 2009.
Os ambientes casa e trabalho foram os principais responsáveis pela expansão do total de internautas no Brasil em 2011. Evolução do número de pessoas com acesso à internet em qualquer ambiente, Brasil – quarto trimestre de 2009, quarto trimestre de 2010 e quarto trimestre de 2011

Acesso em domicílios ou no trabalho

O uso da internet em casa ou no local de trabalho também se manteve em crescimento em 2012. No primeiro trimestre, o acesso em casa ou no trabalho atingiu 66 milhões de pessoas. Dessas pessoas com acesso, 48,7 milhões foram usuários ativos em fevereiro, o que significou um crescimento de 2,5% sobre o mês de janeiro, de 18% sobre os 41,4 milhões de fevereiro de 2011 e de 33% sobre 36,7 milhões de fevereiro de 2010.

Acesso em domicílios

Considerando somente o acesso em casa, o total de pessoas que moram em residências em que há a presença de computador com internet chegou a 62,6 milhões. Dessas pessoas com acesso domiciliar, 39,7 milhões foram usuários ativos em fevereiro de 2012. O crescimento foi de 18% sobre os 33,7 milhões de fevereiro de 2011 e de 40% sobre os 28,6 milhões de fevereiro de 2010.
O maior uso da internet em casa vem sendo motivado pela expansão do número de pessoas com mais banda larga. Em dois anos, a quantidade de usuários ativos com mais de 2 Mb cresceu mais de 300% no Brasil, segundo a metodologia de aferição de velocidade de conexão utilizada pela Nielsen em oito países.

Categorias no trabalho ou em domicílios

As categorias com maior crescimento mensal do número de usuários únicos em fevereiro foram Informações Corporativas, com crescimento de 3,3%, e Educação e Carreiras, com evolução de 3,1%. Em Educação e Carreiras, cresceu o uso de sites de empregos e, principalmente, a procura por sites de pesquisa escolar.

terça-feira, abril 03, 2012

Brasileiros ficam cada vez mais tempo no Facebook


Estudo da empresa de métricas comScore apresenta um balanço da internet no Brasil. Os dados do Facebook mostram um grande desempenho da rede social no país em 2011. A pesquisa mostrou que o tempo médio gasto pelos usuários cresceu quase 680% e os acessos únicos aumentaram em 190%.
Em dezembro do ano passado, o Facebook alcançou 36,1 milhões de visitantes únicos, colocando-o à frente do Orkut. No mesmo mês, o usuário da rede gastava cerca de 4,8 horas no site, sendo que, em 2010, a média era de 37 minutos.
Foi levado em consideração o comportamento de usuários de 15 anos ou mais que entraram no site em casa ou no trabalho.
Os dados também mostraram que o Brasil se tornou o sétimo maior mercado de internet no mundo em relação a usuários conectados. São 46,2 milhões de usuários, representando um crescimento de 16% em relação ao ano anterior. A China é o líder mundial, com 331,4 milhões de usuários.

Twitter lidera no Brasil


Um infográfico publicado pelo site Techtudo mostra uma comparação dos números usuários de Facebook e Twitter. No Brasil, o microblog ainda tem mais usuários do que a rede social de Mark Zucherberg, com 46,3 milhões de internautas.
Outros dados, porém, mostram que o Twitter não é dominante em outros aspectos no Brasil. De acordo com o site de O Globo, quando se discute a atividade da rede no mundo, os usuários do Facebook possuem maior número de acessos diários. São 845 milhões de usuários da rede social, dos quais 50% fazem login todos os dias. Dos 500 milhões usuários do Twitter, somente 30% acessam a conta diariamente.

sexta-feira, março 30, 2012

Laptops e TV perdem espaço para smartphones


Novo estudo da empresa de pesquisa de mercado GFK confirma que smartphones já estão à frente de laptops e TVs. Os aparelhos móveis responderam por 18% da receita mundial em eletrônicos no ano de 2011, enquanto laptops (14%) e TVs (15%) ficaram atrás. Já os celulares tradicionais representaram 10% do total.
Segundo a revista Exame, em 2010 os smartphones estavam em quarto lugar com 12%. Laptops e TVs representavam 15% cada um, ao lado de 10% dos celulares comuns. Na receita mundial, a GfK projeta para 2012 participação desses produtos. Smartphones representariam 22%; laptops 14%; TVs 14% e celulares comuns 8%.
No Brasil há estimativa de que a venda de smartphones em 2011 aumentou em 112% em comparação com 2010. Os smartphones responderam por 17% dos aparelhos móveis vendidos no Brasil em 2011, participando em 38% da receita.
Destaque para o crescimento de participação dos aparelhos com entrada de mais de um SIMcard. Enquanto em 2010 eles representavam 2%, em 2011 saltaram para 17% nas vendas de telefones no Brasil.

quinta-feira, março 29, 2012

O impacto econômico da internet

Um novo estudo do Boston Consulting Group (BCG) revelou dado e fez uma análise global e local do impacto da internet no G-20. A pesquisa verificou, por exemplo, que, até 2016, o tamanho total da economia da internet do G-20 será de mais de 4 trilhões de dólares.
Em análise voltada para o Brasil, o estudo, intitulado "The $4.2 Trillion Opportunity: The Internet Economy in the G-20", mostrou que se a internet fosse um setor no país, seria quase tão grande quanto o setor da mineração. No Brasil, a economia da internet chegou a R$ 81 bilhões em 2010 (2,2% do PIB). Para 2016, a previsão é que esse número chegue a R$ 158 bilhões (2,4% do PIB).
"A Internet oferece uma das maiores histórias de crescimento econômico já vistas", disse Paul Zwillenberg, sócio do BCG em Londres e co-autor do estudo.
A pesquisa em questão é resultado de três anos de estudos feitos pelo BCG e é o relatório mais abrangente já publicado sobre o impacto econômico da internet no mundo todo.

quarta-feira, março 28, 2012

Queda no consumo de refrigerantes

A categoria de refrigerantes acusou, em 2011, a sétima retração consecutiva no mercado dos Estados Unidos. As bebidas gasosas sem álcool tiveram o volume de vendas reduzido em 1%, o que levou o indicador para níveis próximos dos registrados em 1996. De acordo com a Beverage Digest, apenas as marcas Dr Pepper, Sprite, Diet Mtn Dew e Fanta anunciaram crescimento no ano passado. A crise econômica e a mudança de hábitos alimentares, como a ingestão de sucos, são fatores considerados na origem dessa regressão no consumo.
Dentre as Top 10, a Fanta foi a que registrou mais crescimento em volume de vendas: 3%. A alta contribuiu para que o rótulo passasse a Diet Dr Pepper no ranking. A Fanta tem recebido bastante atenção da Coca-Cola, que em 2011 investiu em um campanha global para a marca.
Na disputa mais interessante, a Diet Coke manteve a vice-liderança, segurando a Pepsi na terceira posição. As duas marcas, no entanto, enfrentaram quedas consideráveis de 4% e 4,8%, respectivamente. A líder Coca-Cola também registrou queda de 1% no volume de vendas. A maior retração entre as top 10 foi da Diet Pepsi, que apontou uma queda de 8,2% em volume.
Um porta-voz da PepsiCo afirmou que “Pepsi e Diet Pepsi tiveram bom desempenho em canais de varejo, onde os consumidores têm a opção (de escolher as marcas)”. As estatísticas da Beverage Digest incluem as vendas das máquinas de refrigerantes, uma área sob o domínio da Coca-Cola.
“A Coca tem aproximadamente 70% do mercado americano de máquinas de refrigerantes, o que aumenta consideravelmente a participação da companhia no volume geral de todos os canais, em comparação com os números do varejo apenas”, afirmou John Sicher, publisher e editor da Beverage Digest.

A partir de informações by Advertising Age

terça-feira, março 27, 2012

Jovens brasileiros são os mais vaidosos

Cuidar do corpo não é tarefa fácil na adolescência, época de transformações, de combate às famigeradas espinhas etc., mas os brasileiros nessa faixa etária vão à batalha e são, em toda América Latina, os mais vaidosos.
É o que atesta a pesquisa “Lateenos”, da Kantar World Panel que incluiu 15 países da região. No ano passado, os adolescentes eram 151 milhões, representando 27% da população da América Latina (e a estimativa é de que em 2015 esse percentual caia para 23%). O Brasil sozinho tem 51% dos adolescentes da região.
A maioria dos “lateenos” (56%) gasta o dinheiro que recebe dos pais, ou conquista trabalhando, em roupas e acessórios. No caso do Brasil o percentual sobe para 66%. Em segundo lugar vêm os gastos em alimentos, 45% para ambos, e o terceiro item varia. Na América Latina é o gasto com Transporte (36%) e no Brasil está o Cuidado Pessoal (39% das respostas), confirmando a nossa propensão à vaidade desde cedo. “A brasileira especialmente vive uma pressão para ser perfeita. Há um padrão de beleza mais exacerbado aqui e nos cobramos uma perfeição que não existe em outros países. E isso acaba se refletindo no bolso e até para os adolescentes, está no nosso DNA e também é estimulado pela mídia”, avalia Patricia Menezes, gerente de marketing da Kantar Worldpanel.
Com o quarto item no Brasil sendo o Transporte e na região os Cuidados Pessoais, o quinto lugar ficou com gastos em telefonia (24% na região e 20% no Brasil).
Para o adolescente brasileiro, no quesito Cuidados Pessoais, as cinco principais preocupações são: Dentes (43%), Cabelos (36%), Acne (31%), Excesso de Peso (23%) e Estrias (20%).

Hábitos de compra

O estudo avaliou também o grau de proatividade dos teens na hora de buscar os produtos que gostam de consumir. Na região, a maioria 54% declararam ser grandinhos e ir às compras do que necessita, mas o segundo maior percentual (19%) é formado pelo grupo para quem vale o que já tiver em casa, comprado pelos pais. Depois deles, vêm 18% que pedem aos pais para comprar o que querem e, finalmente, 8% dos adolescentes disseram confiar na escolha dos pais.
Sem especificar dados, o estudo afirma, ainda, que as meninas são maioria entre aqueles que vão eles próprios comprar os produtos de que precisam.
A gerente da Kantar destaca que, além das companhias do setor têxtil, outras empresas passaram a dar mais atenção ao público adolescente, mas ainda é um movimento recente e ela considera haver ainda grandes oportunidades, particularmente para as áreas de cuidados pessoais (que ainda foca muito nas meninas), alimentos e telecom.
O estudo acaba sendo uma chance para avaliar o tamanho desse mercado e o que os adolescentes desejam. “O consumidor, especialmente no Brasil, está mais poderoso e o adolescente é o consumidor do futuro. Eles são os desafios que as empresas terão amanhã”, destaca Patricia.

Roseani Rocha, Meio & Mensagem

Aumenta investimento online


Os clientes das agências de publicidade vão gastar mais com anúncios em redes sociais este ano, segundo a eMarketer. A pesquisa Percepções do Anunciante mostra que as empresas ainda estão aprendendo a usar mídias sociais para alcançar os objetivos de marketing online e têm confiando mais na ferramenta.
Mais da metade (59%) dos comerciantes norte-americanos e as agências possuem planos para aumentar seus meios de comunicação social e vão apresentar maiores gastos com publicidade em sites como o Facebook nos próximos 12 meses, diz o estudo. Em comparação, menos de um terço (31%) planeja aumentar os investimentos de exibição de anúncios em propaganda display na internet e apenas 29% esperam anunciar em sites de veículos.


De acordo com a eMarketer, os gastos com publicidade online nos Estados Unidos vão crescer 24,1% neste ano para US $ 15,4 bilhões. Esta estimativa inclui os gastos com banners, rich media, patrocínios e vídeo comprado em todos os principais provedores de inventário de anúncios de exibição (por exemplo, sites de editoras, redes, bolsas, DSPs, etc), bem como redes sociais e mobile.
O crescimento na rede social e os gastos com publicidade em dispositivos móveis serão mais acentuados. O investimento em publicidade paga em sites de redes sociais, jogos e aplicativos deve subir 43% este ano. Em aparelhos móveis o salto é de 80%. 

A ressurreição da imprensa


Um estudo do instituto americano Pew informa: “Um número crescente de executivos prevê que dentro de cinco anos muitos jornais circularão em papel somente aos domingos.”
Nos outros dias servirão aos leitores em edições eletrônicas.
É impossível prever o futuro dos meios impressos, mas talvez esteja aí uma boa pista. Em 2007, Arthur Sulzberger, dono do “The New York Times”, disse o seguinte: “Eu não sei se daqui a cinco anos estaremos imprimindo o ‘Times’. Quer saber? Não me importo com isso.”
Passaram-se os cinco anos, ele investiu na versão do jornal na internet, e hoje a empresa, que controla também o “Boston Globe” e o “Herald Tribune”, tem 406 mil assinantes eletrônicos.
Surpreendentemente, no ano passado a carteira de assinantes do “Times” dominical impresso subiu 0,2%, depois de cinco anos de queda. Está em 992 mil exemplares. Atribui-se esse movimento ao fato de a assinatura de papel da edição de domingo dar pleno direito à eletrônica, sem custo adicional.
Mais uma vez, o “Times” sinaliza o futuro. Seu conteúdo não está blindado. O público tem direito a dez artigos mensais, e, diariamente, suas principais notícias estão acessíveis na rede. Além disso, está aberto o acesso a textos cujos links foram colocados em redes sociais.
A má notícia vem da Pew: para cada US$ 10 que o mercado americano de publicidade no papel perdeu, só ganhou US$ 1 no mundo eletrônico. Como as edições dominicais são as mais gordas e versáteis para a publicidade, o gradual desaparecimento das edições impressas nos dias de semana não seria o fim do mundo.

Elio Gaspari, O Globo

sexta-feira, março 16, 2012

Faça como Jobs


Dias atrás, assisti a uma das piores séries de slides de PowerPoint da minha vida (e olha que já vi muitas). Por isso, quando li o sobre “Os segredos das apresentações de Steve Jobs”, decidi traduzir, resumir e deixar tudo mastigadinho para você que faz ou vai fazer um show de slides.
O material foi publicado no excelente blog LifeHacker, que colocou os links para uma apresentação e um vídeo produzidos pelo autor do livro "Os segredos das apresentações de Steve Jobs", Carmine Gallo, que é também colunista da revista Businessweek. A seguir, você confere a apresentação na íntegra em inglês e também um resumo com as principais dicas dadas por Gallo, separadas em três atos.

Três atos:
Ato 1 - Crie uma história
Ato 2 - Entregue uma experiência
Ato 3 - Refine e ensaie

“Ato I”
1 - Encontre algo que você ama
Para convencer o público de algo, é preciso convencer a si mesmo. O tom “messiânico” de Jobs só não soa ridículo, porque ele realmente acredita no que diz. Para justificar o trecho, Carmine Gallo usa a seguinte frase de Jobs: “Você deve encontrar o que você ama. O que realmente importa é ir para a cama de noite dizendo 'Fiz alguma coisa maravilhosa"

2 – Planeje
Antes de abrir o PowerPoint pegue um papel e rabisque suas idéias. Planeje como será a apresentação. Os especialistas recomendam que você divida seu tempo privilegiando as ideias: coletando dados, organizando eles e rabiscando uma história.

3 – Crie sempre um vilão
Todas as apresentações de Jobs são baseadas no modelo de herói contra vilão, em que o produto da Apple é a solução para uma situação antagônica ou um concorrente. Em 1984, por exemplo, o papel coube a IBM.

“Ato II”
1 – “Simplicidade é o máximo da sofisticação”
A frase acima, também de Steve Jobs, resume esse passo que indica: jamais use bullets, quando puder imagens ao invés de texto e cada slide deve ter, no máximo, 40 caracteres.

2 – Não use jargão
Jobs pouco fala de gigabytes. Ele prefere dizer que “no iPod cabem mil músicas”. Faça o mesmo, simplificando os termos técnicos sem usar definições abstratas.

“Ato III”
1 - Presença de Palco
Olho nos olhos da platéia, tenha uma postura aberta e com autoridade e saiba se expressar usando as mãos. Como fazer tudo isso? Use o próximo passo como mantra.

2 – Treine
Um repórter da revista BussinessWeek que acompanhou Steve Jobs escreveu que ele “treina sua naturalidade por muitas horas, por muitos dias”. Os treinos do CEO se intensificam nas 48 horas antes do keynote. É quando ele pede feedback da equipe.

3 – Se divirta
Durante um problema na MacWorld de 2007, Jobs aproveitou para contar uma piada sobre os velhos tempos da Apple. Assim, minimizou a falha na apresentação e mostrou confiança. A lição é que é importante entreter o público sempre.

Juliano Barreto, INFO

quarta-feira, março 07, 2012

Uma conversa sobre marketing político


Entrevista concedida a Ronald Meiguins, aluno de publicidade e propaganda da Feapa, em novembro de 2011, como base para seu Trabalho de Conclusão de Curso.

Fale um pouco sobre a sua formação e de sua trajetória no marketing político, como tudo começou?

Chico Cavalcante - Minha entrada no mundo das polêmicas publicas, das análises de conjuntura e das ações de comunicação política, se deu pela porta esquerda. Eu era militante de uma organização marxista de oposição ao regime militar o que me obrigava a falar e pensar política, a persuadir, a argumentar, a discursar para públicos diversos e, sobretudo, a escrever muito. Naquele período eu estudava Filosofia e Letras na UFPA, mas já atuava em órgãos de imprensa como o Jornal Resistência, da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos. Na metade dos anos 80, após ser enquadrado na Lei de Segurança Nacional por atividade subversiva (conspirar contra o regime militar) decidi cursar Marketing Político em São Paulo. Quando retornei a Belém fui trabalhar com publicidade na Agência da Casa (Globo/TV Liberal) para, em seguida, ser contratado pela Griffo, agência que já atuava em marketing político. Também trabalhei na Mendes e na Galvão, grandes escolas. Em 1992 fundei minha própria agência, a Vanguarda. Minha agência, tocada a quatro mãos com meu irmão Alcindo Cavalcante, nasceu com foco na comunicação política, mas só passamos a atuar com eleições em 1994, quando assumi minha primeira campanha, de Valdir Ganzer para o governo do Pará e Edmilson Rodrigues para o senado. A campanha foi derrotada eleitoralmente, mas vitoriosa politicamente, porque pela primeira vez o PT rompeu o seu limite histórico de votos, entre 3 e 5%, obtendo 18% dos votos no Estado e mais de 20% dos votos na capital. Edmilson, o candidato ao senado, obteve quase 300 mil votos, basicamente na capital, o que o cacifou a se candidatar a prefeito na eleição seguinte.

Quanto tempo o Sr° está no ramo do marketing político?

Chico Cavalcante - Se contarmos o tempo em que trabalhei na Griffo, estou fazendo campanhas eleitorais profissionalmente há 27 anos e atuo em publicidade há 30 anos, tanto como redator e diretor de arte quanto como estrategista de marketing comercial e político.

Quais os candidatos e partidos para quem o Sr° já trabalhou em Belém?

Chico Cavalcante - Sou um homem de esquerda, ou seja, tenho uma formação humanista a partir de uma perspectiva marxista. Isso me levou a atuar em marketing político com legendas de esquerda, como PT, PCdoB, PSOL, PSB ou de centro-esquerda, como PV e PDT. Isso não significa que eu não trabalharia para outras legendas, desde que a candidatura mostrasse um histórico convincente e um projeto de governo que respondesse a pelo menos algumas das minhas expectativas como cidadão. Para a prefeitura de Belém, que penso ser o foco de sua pergunta, eu fiz três campanhas: Edmilson Rodrigues (PT) em 1996, Edmilson Rodrigues, reeleição, em 2000 e Ana Júlia (PT) em 2004. Em 2008 eu estava fazendo outras campanhas, como a de Flávio Dino (PCdoB) em São Luiz, quando fui chamado aqui na reta final da campanha de Mário Cardoso (PT), com tarefas específicas, que era elevar a votação de Mário - que não passava dos 7% - combater a candidatura adversária que ocupava o segundo lugar e naquele exibia 26% de intenção de votos. A elevação de Mário foi prodigiosa e ele não foi ao segundo turno por apenas 4 mil votos, sua diferença para Priante, do PMDB, que disputou a segunda volta contra Duciomar Costa.

O que traz mais resultado para o candidato que quer se eleger, marketing político ou marketing eleitoral?

Chico Cavalcante - São duas coisas distintas embora sejam usadas como sinônimo no Brasil. Marketing político é toda atividade de marketing que se propõe a vender uma idéia política. Assim, o Greenpeace, por exemplo, faz marketing político. A propaganda institucional de governos é uma modalidade de marketing político. Essa atividade é permanente e sistêmica, por ser estratégica, ou seja, estar relacionada aos objetivos de longo prazo. Por sua vez o marketing eleitoral é tático e temporal. Está circunscrito ao tempo exato em que uma eleição transcorre.  Há quem diga que o marketing político é um esforço planejado para se cultivar a atenção, o interesse e a preferência de um mercado de eleitores, e que é o caminho seguro para o sucesso de quem deseja vencer na política. Não é verdade. Em política o caminho seguro é construído e nunca se dá previamente. Em política não há destino, há estratégia.  Por isso eu gosto da definição que diz que o marketing político é uma estratégia permanente de aproximação do partido e do candidato com o cidadão em geral, enquanto que o eleitoral é uma estratégia voltada para o eleitor, com o objetivo de fazer o partido ou candidato vencer uma determinada eleição.

O candidato é como um produto a venda? Que pontos ele deve privilegiar?

Chico Cavalcante - Essa história do candidato ser “um sabonete” começou em com a primeira campanha feita por uma agência de propaganda, a BBDO. Foi em 1952, nos Estados Unidos, quando o general Dwight Eisenhower se converteu no primeiro candidato presidencial em apelar aos serviços de uma agência, para que assumissem sua campanha televisiva. Nos Estados Unidos foi onde a rápida expansão dos meios de comunicação semeou o terreno fértil para um desenvolvimento progressivo e constante do marketing político. Anos mais tarde, na televisão, as campanhas eleitorais norte-americanas lançaram mão dos debates televisivos de candidatos, como os do John Kennedy e Richard Nixon (1960), multiplicando o alcance de um comício ou debate para além do aqui e agora das campanhas circunscritas geograficamente. O candidato pode ser chamado de “produto” apenas por um exercício retórico, mas ele não é um produto no sentido em que a indústria e a sociedade industrial entendem vir a ser um produto, já que um candidato tem história de vida, família, relações públicas e privadas, vida pública e privada, opinião que pode ter variado ao longo da vida, etc enquanto um produto é um elemento inerte, que pode ser conduzido sem qualquer ingerência de vontade. Tente lidar com Lula ou mesmo com Simão Jatene e colocá-lo onde ele não quer estar para você ver se ele vai. Não vai, a não ser que esteja convencido e nisso todo ser humano se diferencia de um produto. O ponto a se destacar depende da conjuntura em que a eleição se dá. Não existe uma fórmula pronta. O que será privilegiado na próxima eleição pode não ter sido relevante na eleição anterior.

Quais as estratégias políticas que o Sr° acha mais eficaz em relação a custo-benefício?

Chico Cavalcante - Como eu disse, não há uma fórmula pronta e acabada. Cada caso é um caso. O que pode ser bem-sucedido em uma determinado cenário pode se tornar ineficiente em outro aparentemente similar. As variáveis são infinitas e o único segredo para empreender campanhas bem sucedidas e que tem aplicação universal é conhecer bem as forças e fraquezas do seu candidato e as forças e fraquezas do adversário. Ter em mãos esse conhecimento não garante a vitória mas é um bom começo.

Por menor que seja a verba que o candidato tenha disponível, qual a mídia que o Sr° acha que ele nunca poderia deixar de usa-lá? Por que?

Chico Cavalcante - Toda mídia é decisiva porque uma campanha é, em última instância, em essência, comunicação. Nas democracias, não há campanha eleitoral sem mídia. Como chegar às massas, sem meios de comunicação de massas? Afora a mídia impressa e a internet, a mídia de massas é gratuita para as campanhas, porque é disponibilizada aos candidatos, partidos e coligações de maneira proporcional pelos Tribunais Eleitorais de acordo com a legislação vigente. No entanto, isso não significa que não exista um custo altíssimo com comunicação de rádio e tevê. Não há campanha política sem custos de comunicação, que inclui estratégia, criação, profissionais de suporte, estruturas de produção, impressão de material de divulgação e todo o aparato de conhecimento do humor do eleitor, como pesquisas qualitativas e quantitativas. Isso tudo custa dinheiro. E cada vez custa mais. Quando você vê uma campanha de fora, não tem ideia de que aquela máquina é movida por centenas de pessoas que estão dedicadas em tempo integral àquilo. Essas pessoas precisam ter os equipamentos necessários, ser remuneradas, alimentadas, deslocadas. Todo esse custo em uma campanha é contabilizado como “comunicação” porque responde a logística da comunicação e marketing, sem a qual a comunicação pode até acontecer. Por exemplo, num estado como o Pará, com mais de 300 repetidoras de TV distribuídas por um estado com estradas precárias se você precisar trocar comerciais diariamente só poderá fazê-lo se tiver a sua disposição um up-link de satélite. Como no marketing comercial, há o custo para pensar o produto, produzir o produto e para distribuir o produto para os pontos de venda.

O Sr° diz que " O peso do corpo-a-corpo é inversamente proporcional ao tamanho do colégio eleitoral". Através de que meios pode-se inverter essa situação?

Chico Cavalcante - O peso do corpo a corpo em uma cidade com 20 mil habitantes é alto, porque você pode, com mil cabos eleitorais ou militantes, cobrir todas as casas e chegar a todos os eleitores. Mas isso não é possível em uma cidade como Belém ou São Paulo. Aí aumenta a importância da mídia de massas, que diminui a distância entre a campanha e eleitor. Não há como inverter esse cenário. O próprio marketing da forma como o conhecemos hoje – e o marketing político como decorrência – são resultantes de uma mudança no modo de produção e distribuição de mercadorias. As cidades, os aglomerados urbanos, geraram a necessidade de meios de comunicação de largo alcance que produziram, historicamente, os meios de comunicação de massas, primeiro o rádio (que decorreu do telégrafo e do telefone como meios de comunicação à distância) e depois a tevê, que decorreu dos meios de transmissão à distância do rádio e da imagem em movimento que surgiu com o cinema. Não há sociedades de massas sem meios de comunicação de massas e essa é uma tendência que jamais se inverterá.

No decorrer de sua trajetória no Marketing Político houve muitas mudanças nas estratégias de comunicação tradicionais com as de hoje, como o Sr° vê isso?

Chico Cavalcante - O marketing político evoluiu muito em 30 anos, do mesmo que evoluíram os meios de comunicação e as formas de representação política. Surgido nos Estados Unidos, primeiro era visto com desconfiança, especialmente pelas lideranças políticas que viam nos consultores uma espécie de intrusos nas campanhas eleitorais, um meio ambiente que o político imagina dominar. Hoje o marketing político e os consultores de marketing político já são reconhecidos como ferramenta útil. Essa evolução passou, no Brasil, basicamente por três momentos que foram proporcionados pela redemocratização do país: as campanhas de Fernando Collor (1989), Lula (2002) e Dilma (2010) mostraram a importância crucial do marketing político para o posicionamento de imagem e para a conquista da preferência do eleitor. Em termos de novas técnicas, a principal assimilação recente veio de onde o marketing político nasceu - os Estados Unidos. Foi o uso dos meios digitais, que se tornaram relevantes a partir da campanha de Barack Obama em 2008, candidato a presidente dos Estados Unidos que, em sua campanha, utilizou largamente as ferramentas on-line inclusive para recolher fundos.

Cite um diferencial de sua campanha em relação a campanhas de outras agências?

Chico Cavalcante - A primeira questão é que temos princípios: não fazemos campanha para causas ou pessoas nas quais não acreditamos. Não há dinheiro que pague a consciência da gente. Emprestamos nossa inteligência e nosso preparo para alavancar alguém a uma posição de poder e isso exige responsabilidade. Além do uso do argumento como centro da atividade de convencimento eleitoral e da emoção verdadeira, autêntica, como amálgama desses argumentos, o diferencial metodológico das campanhas que fazemos é o que conceituei como “comunicação militante”, um conjunto de ferramentas que desenvolvi a partir do ano 2000 e que consiste no uso de redes reais (e não apenas virtuais) para criar uma cadeia de difusão de mensagens que possa se propagar para além do espaço da mídia convencional. Essa prática prevê a formação de agentes de comunicação militante, que organizam o debate político e a organização de simpatizantes em ruas, bairros, associações de moradores, sindicatos, etc. A comunicação militante usa uma composição entre as formas de organização militante desenvolvidas pelas organizações de esquerda ao longo dos anos contra a ditadura, combinado com ferramentas de marketing de guerrilha – ações de baixo custo e alto impacto que inclui intervenções em mídias sociais, atividades de rua e mídia exterior diferenciada.

O Sr° pode citar uma campanha política sua de sucesso e quais foram os pontos fortes, e se houve alguma que não deu certo, quais foram os pontos fracos?

Chico Cavalcante - Aqui há que distinguir o que se entende por sucesso ou fracasso. Por exemplo, em 2002 fizemos a campanha de Maria do Carmo Martins, ou simplesmente Maria, que era candidata a governadora pelo PT. Maria nem aparecia nas pesquisas. Deputada estadual por Santarém, era completamente desconhecida em Belém. Ela disputou a eleição contra pesos pesados da política local, como Hildegardo Nunes e Simão Jatene, este apoiado pelo governador mais bem avaliado da história recente, Almir Gabriel. Maria não apenas foi para o segundo turno como perdeu a eleição por apenas 1,3% dos votos, tornando-se uma personalidade política estadual, vindo a vencer depois duas eleições para prefeita em sua cidade natal, Santarém. Ou seja, Maria perdeu a eleição, mas ganhou politicamente uma dimensão que não tinha. Essa é a função do marketing político bem feito: fazer com que o candidato saia de uma eleição melhor do que entrou. Ganhar ou perder depende de outras variáveis e não apenas do marketing político. Fiz a campanha de Camilo Capiberibe no Amapá, que hoje é governador do Estado, o mais jovem já eleito no Brasil. Fizemos uma campanha barata, com recursos modestos, mas com um discurso focado, dentre outros itens, no desperdício de recursos que a corrupção provoca. No meio da campanha, uma ação da Polícia Federal colocou atrás das grandes dois dos adversários e fez com que nossa pauta se tornasse a pauta de todos. É óbvio que isso nos ajudou a vencer, embora essa ação da PF estivesse fora de nossa governabilidade. Essa foi uma das variáveis que nos levou à vitória e que não dependeu do marketing, embora o marketing tenha se beneficiado disso.
Para falar de êxito eleitoral, posso dar três exemplos:
Em 1996, em Belém, vencemos a eleição para a prefeitura de Belém a partir de uma disputa em que o nosso candidato, Edmilson Rodrigues, aparecia nas pesquisas em quinto lugar, com risíveis 2% de intenção. Cresceu de maneira avassaladora e quase vence o pleito no primeiro turno, sagrando-se vencedor com quase 20% de diferença para o candidato da situação, apoiado pelo então prefeito Hélio Gueiros.
Em 2006, Ana Júlia foi candidata ao governo contra Almir Gabriel, o governador mais bem avaliado do século XX, que já acumulava em seu currículo a prefeitura de Belém, dois mandatos como senador, dois mandatos de governador e o feito extraordinário de ter conseguido eleger governador ao seu auxiliar Simão Jatene, que havia servido durante anos a Jader Barbalho e se notabilizou como um quadro da burocracia partidária, sem nenhuma experiência eleitoral anterior. Contra esse gigante - naquele momento Almir era um gigante - postou-se Ana Júlia, que vinha de uma derrota eleitoral para Duciomar, em 2004. Nossa estratégia foi de uma simplicidade franciscana: sabedores que a campanha tucana viria com uma exibição rotunda de obras (90% delas feitas durante o mandato de Almir, com quem o presidente Fernando Henrique nutria amizade pessoal), resolvemos ignorar a pauta da situação e criar outra: a do déficit social que se nutriu à margem das grandes obras. Nosso discurso foi bem sucedido e sem fazer qualquer promessa mirabolante, Ana Júlia destacou-se e venceu o pleito com cerca de 10% de diferença para o ex-governador. Em que pese o bom desempenho de 2006, em 2010, por razões que até hoje desconheço, não fui chamado para a campanha de reeleição da governadora.
Em 2008, Maria do Carmo, prefeita de Santarém, foi candidata a reeleição, mas apresentava índices de aprovação baixíssimos, devido fundamentalmente a duas questões: uma crise com os órgãos de imprensa, que passaram a atacar fortemente sua administração e uma carência de recursos ocasionada pelo discurso de oposição que manteve contra o governo do Estado. Assim, em 2008, o ex-prefeito por dois mandatos, Lira Maia, o adversário de Maria entrou no pleito com 36% de vantagens sobre a prefeita do PT. Aproveitando o tempo de TV para fazer um minucioso balanço da administração, fizemos do vazio de informação o elemento surpresa. As pessoas diziam “Eu não sabia que ela tinha feito tanta coisa”. No segundo momento, exibimos testemunhais verdadeiros de gente que havia sido diretamente beneficiado pelas ações de Maria, como as crianças das comunidades Quilombolas que agora podiam estudar na própria comunidade e antes viajavam quilômetros para poder assistir às aulas. Maria venceu com 14% de diferença, o que significa que cresceu apenas no período da campanha mais de 40%.

Com tantos casos de corrupção no governo, como um candidato poderia criar uma imagem política sem ser comprometida pela atual discredibilidade política vigente?

Chico Cavalcante - Antes de tudo é preciso enfatizar que a falta de credibilidade da política e dos políticos é nociva para a democracia. É perniciosa, porque induz setores da popular a crer que outra forma de poder, que exclui a política pelo voto e os políticos eleitos, pode ser melhor. Essa é a raiz das ditaduras e do autoritarismo. Resgatar a política e fazer dela uma ferramenta de cidadania é fundamental para a democracia. Entregue apenas aos políticos profissionais e ao achaque dos interesses privados, a política perde seu caráter de bem-comum e passa a responder a vontades inconfessáveis.
Em seguida, é preciso limpar o terreno: não é verdade que vivemos o período de maior corrupção no país. A verdade é que desde 2002 as denúncias de corrupção são amplamente informadas, não há censura; são apuradas, a polícia federal e o ministério público podem atuar, e os corruptos estão sendo repelidos do governo federal, porque não existe acoitamento do governo para com práticas antiéticas, como havia em governos anteriores. O caso mais notório é o das privatizações levadas a cabo pelos governos Fernando Henrique (PSDB), um escândalo internacional, assim como o da construção da ponte Rio-Niteroi e da Transmazônica durante a ditadura, ou mesmo a construção de Brasília, cujo valor inicial ultrapassou em 100 vezes o valor final da obra. Mas eram outros tempos e o silêncio vigorou. Diferente de agora, quando um caso de um funcionário dos Correios embolsando R$ 3 mil quase derruba um governo inteiro (2005).
Esse arejamento é bom para o país. Na verdade, a atividade política não é bem vista pela população em lugar nenhum do mundo, e não apenas no Brasil e em grande medida isso tem a ver com duas coisas: a) a população não sabe como a política funciona e nem qual o papel exato de cada instância de poder, por isso cobra soluções da prefeitura que cabem ao governo do estado e do governo federal o que cabe à prefeitura, por exemplo; b) a população brasileira acredita que a corrupção é um mal do Brasil e que pode ser combatida apenas com medidas punitivas, quando deveria ser combatida com ampliação do espaço democrático de participação, com o ingresso de cidadãos comuns na vida pública, com financiamento público de campanha, com voto distrital e com o fortalecimento dos partidos. A corrupção é um mal que precisa ser combatido em todo o mundo. “A corrupção política compromete as esperanças de prosperidade e estabilidade dos países pobres e prejudica a economia global”, já disse o grupo Transparência Internacional (TI) em seu relatório anual 2010. Este ano, o TI investigou os efeitos nocivos da corrupção política, em parte para destacar novos acordos internacionais, com a Convenção da ONU contra a Corrupção, para coibir tais práticas, e elaborou uma lista com os políticos mais corruptos de todos os tempos. No topo do ranking está o ex-ditador da Indonésia Suharto, acusado de desviar entre US$ 15 bilhões e US$ 35 bilhões nos 31 anos em que ficou no poder (1967 a 1998). "O abuso do poder político para ganhos privados priva os mais necessitados de serviços públicos vitais, criando um nível de desespero que gera conflitos e violência", disse o presidente do IT, Peter Eigen. "Isso também afeta o bolso dos contribuintes e acionários em todo o mundo. O problema deve ser enfrentado em nível nacional e internacional", disse. O relatório revela ainda que sete dos 10 países com índices de corrupção política relativamente altos são da América Latina - Argentina, Bolívia, Equador, Guatemala, Haiti, Honduras, Panamá e Paraguai. O Brasil não figura nessa lista. Eu diria que o denuncismo e a condenação sumária são tão ruins quanto a corrupção, porque minam a credibilidade política, levando a população a acreditar que toda forma de fazer política é suja e que todos os que lidam com política também o são. Uma vez, em uma palestra para 300 estudantes de comunicação em uma faculdade local, eu sugeri que eles analisassem seriamente a possibilidade de atuar marketing político. Uma parte dos presentes me vaiou. "Como assim atuar nessa coisa suja que é a política", me indagou um exaltado. Assim como os caçadores de bruxa da idade média, que achavam que a pronúncia de uma palavra trazia em si o mal que a palavra descreve, há pessoas que acham que fazer política, falar de política e atuar em eleições é, em si, algo ruim, eivado do mal que supõem ser intrínseco da política. Estão errados. A política não suja. São as pessoas sujas que sujam a política, que é a atividade humana mais produtiva que existe porque sem ela não haveria estado, democracia, justiça, direitos humanos e economia global. Foi a política, a prática política, que moldou o mundo como conhecemos, para o bem e para o mal. Abandonar a política e condená-la não ajuda o mundo a progredir, mas apenas entrega o destino de todos nas mãos de alguns poucos. Quantos mais de nós atuamos, mais a vida de todos pode ser melhor. Atuar em política é atuar com um produto nobre: a vida social e o futuro das gerações presentes.

A ética é um grande mote eleitoral?

Chico Cavalcante - É um erro fazer do discurso ético ou da retórica moral, uma plataforma eleitoral. As eleições discutem o presente e o futuro imediato - as práticas de estado e a gestão da coisa pública - enquanto a ética se preocupa com as normas de conduta atemporais, com a influência que o código moral estabelecido exerce sobre a nossa subjetividade e a moral discute os costumes. A ética deveria, então, nortear o ensino, a educação, a vida cotidiana, as relações familiares e não apenas a política no seu sentido corrente. Diferente da moral, que se fundamenta na obediência às normas de condutas, tabus e costumes pré-concebidos, a ética é a base do bem viver social. e tem a ver com a reflexão sobre o valor humano das ações sociais consideradas tanto no âmbito coletivo como no âmbito individual. Os que querem fazer da ética uma plataforma eleitoral pensam que a função da política é vigiar a política. Não é. A função da política é ética em si, porque objetiva trabalhar para o bem comum. A política reflete a ética social de dada época e de dada sociedade. Para mudar a política é preciso revisitar a ética daquela sociedade. Pessoas que furam fila, que atropelam e não socorrem, que param em fila dupla, que agridem mulheres e crianças, que desrespeitam o bem público, que fogem da participação e da solução dos problemas coletivos, que dão mal exemplo aos filhos, essas pessoas votam em políticos que refletem esse comportamento, que se identificam com sua ética. Não adianta tapar o sol com a peneira. Para mudar a política é preciso mudar os eleitores e eles mudarão a qualidade dos políticos que conduzem aos mandatos. Em uma sociedade organizada a tarefa de vigiar a política e os políticos cabe ao Ministério Público, à Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU), além, é claro, da imprensa. A ética, portanto, tem que ser uma pratica de vida. Tem que estar nas casas, nas ruas, nas escolas, para chegar ao parlamento, aos palácios de governos, aos órgãos públicos. Digo sempre aos meus clientes que para se diferenciar dos corruptos não é preciso fazer muito esforço, basta não roubar, basta ser transparente, basta não ser conivente com as práticas ancestrais da pilhagem da coisa pública. Mas esse não é um conselho que o marketing se obriga a dar. Ou é uma prática do postulante ao cargo ou não é. Isso não nasce na política, nasce na vida e então se espalha para os aparelhos de poder e para os mandatários. Quando entro em uma campanha estou fazendo uma escolha ética. Se confio no político e conheço sua biografia, eu trabalho pra ele. Se não confio, declino. O dinheiro pode muito. Mas não pode nos dar um sono tranquilo se não estamos bem com a nossa consciência.