A crise financeira do meio de comunicação mais tradicional se alastra pelo mundo. Os jornais nos Estados Unidos estão passando por um de seus piores momentos. O auge da imprensa online e a crise imobiliárias estão fazendo com os anunciantes saiam da tradicional mídia impressa, deixando os periódicos sem sua principal fonte de receitas.
A consequência imediata é a demissão de centenas de jornalistas da redações dos principais diários. Agora, foi a vez do The New York Times, que decidiu reduzir em 7,5% o número de funcionários.
A editora responsável pela publicação, obteve receitas publicitárias em seus diários 6,1% menores do que no ano anterior. A queda mais importante, porém, está no setor como um todo, que sofreu uma retração da ordem de 7%.
Este é o pior momento vivido pelos diários daquele país desde 2001, cujas receitas depedem 80% do investimento dos anunciantes.
O segundo grupo jornalístico dos Estados Unidos, o Tribune, também dá sinais de enfraquecimento, anunciando a saída de 250 jornalistas das redações do Chicago Tribune e do Los Angeles Times.
Já o USA Today cortou 8,8% de seu plantel através de um programa de demissões voluntárias. Por um outro prisma, a queda do setor também mostrou reflexos importantes na Bolsa de Valores.
Em 2002, as ações do The New York Times, por exemplo, estavam cotadas em US$ 52 enquanto, em janeiro desta ano, eram comercializadas por apenas US$ 15.
No Brasil, nenhum estudo digno de nota existe sobre o peso das novas mídias na queda da tiragem e, portanto, na rentabilidade dos jornais impressos e no número de postos de trabalho que se perderam nos últimos anos. O Pará, que já contou com três diários importantes, hoje conta com apenas dois, com redações cada vez menos numerosas. A retração é evidente.