O Fundo Monetário Internacional (FMI) manteve as previsões sobre o desempenho da economia brasileira este ano, que deve sofrer uma pequena contração de 1,3%, mas revisou para cima a expectativa de crescimento para 2010, que passou de 2,2% para 2,5%.
Segundo a entidade, a recessão na América Latina será maior que a prevista inicialmente, devido, principalmente, à queda do comércio internacional, o que fará o PIB regional sofrer uma contração de 2,6% em 2009.
Quem mais vai sofrer é o México, já que a economia local deverá encolher 7,3% este ano, quase o dobro do previsto em abril (3,7%), quando surgiu o foco de gripe suína no país.
No entanto, o Fundo está mais otimista em relação ao ano que vem, quando crê que o México crescerá 3%, dois pontos percentuais a mais que o previsto há três meses.
Ainda de acordo com os dados do FMI, a América Latina está se beneficiando de uma alta nos preços das matérias-primas. Por isso, o organismo elevou em 0,7 ponto percentual, para 2,3%, suas previsões de crescimento para 2010.
Na comparação com o resto do mundo, no entanto, a recuperação da região será mais lenta, haja vista que as previsões são de que a economia mundial sofrerá uma expansão de 2,5% no ano que vem, bem maior que a calculada em abril (1,9%).
Os cálculos referentes aos Estados Unidos também são animadores. Em vez de um crescimento zero no ano que vem, a economia americana deverá crescer 0,8%.
"Passamos pelo pior e a recuperação está chegando", disse em entrevista coletiva Olivier Blanchard, o economista-chefe do FMI. O especialista, porém, destacou que a volta ao crescimento positivo será "frágil".
A razão para o tom mais otimista do organismo é a melhora do sistema financeiro, decorrente das intervenções públicas nos países desenvolvidos, que ajudaram a salvar bancos que estavam na corda bamba.
Ainda assim, a crise fará o PIB global encolher 1,4% este ano, a maior recessão já registrada desde a Segunda Guerra Mundial.
Para a América Latina, 2009 será um ano especialmente difícil. Em abril, o FMI tinha previsto que a economia regional sofreria uma contração de 1,5%. Mas, nos últimos nove meses, a produção regional foi muito afetada pela queda de 20% nas exportações.
A contração de 2,6% prevista para este ano pelo FMI é bem mais pessimista que a apresentada há um mês pela Comissão Econômica Para a América Latina e o Caribe (Cepal), que prevê uma redução de 1,7% no PIB.
No entanto, em relação a 2010, o Fundo se mostrou mais otimista. No que diz respeito ao México, os cálculos indicam uma expansão de 3% no PIB, que será puxada pela melhora da situação nos EUA.
O México também sentirá o impacto positivo da alta do preço do petróleo, que subirá 23% em 2010, segundo as previsões apresentadas.
Para este ano, no entanto, o FMI prevê que o preço do barril despencará 38% na comparação com 2008, quando atingiu níveis recordes.
As outras matérias-primas perderão quase 24% de seu valor em 2009, mas subirão 2,2% em 2010, de acordo com as novas estimativas. EFE