Mais uma vez uma ação militar de Israel choca o mundo. Agora, porém, a brutalidade captada pelas câmeras de TV e a covardia demonstrada pelo exército israelense parecem ter ultrapassado todos os limites.
Na madrugada desse dia 31 de maio, segunda-feira, um comboio de ajuda humanitária com destino a Gaza, composto por seis navios que transportavam 750 pessoas e 10 toneladas de alimentos, foi atacado por Israel antes mesmo de entrar no território do país.
Os dados ainda são desencontrados, mas o número de tripulantes assassinados pode variar de 10 a 20, enquanto os feridos chegam a 60. O comboio pertencia à organização Gaza Freedom e era encabeçado por uma embarcação turca. O navio turco “Marvi Marmara” foi interceptado por três navios de guerra israelense. Helicópteros transportaram os soldados que invadiram a embarcação e abriram fogo contra os tripulantes.
“Isto não foi um confronto, foi um massacre!”, afirma nota do Gaza Freedom. Toda a ação foi captada pela TV turca.
O próprio governo de Israel reconheceu que o ataque ocorreu em águas internacionais. O governo de Benjamin Netayanhu, porém, se defendeu afirmando que os soldados que invadiram o navio haviam sido recebidos com tiros e que os tripulantes pertenciam à Al Qaeda e ao Hamas. Antes, já haviam declarado que o comboio de ajuda humanitária era uma “provocação política” contra Israel.
O comboio, porém, trazia pessoas de 60 nacionalidades diferentes, entre ativistas de ONG’s, parlamentares europeus e até mesmo uma premiada por um Nobel da Paz, a ativista irlandesa Mairead Corrigan Maguire, que recebeu o prêmio em 1976.
Os barcos de ajuda humanitária foram transportados ao sul de Israel e os ativistas estão sendo deportados aos seus países de origem. A imprensa não pode se aproximar do local e os presos estão incomunicáveis.
A ação brutal de Israel provocou uma onda de protestos em várias partes do mundo. Na Turquia, mais de 10 mil pessoas marcharam contra Israel. Manifestações de repúdio à brutalidade israelense também ocorrem em outras capitais, como Londres.
Num momento em que se discute o enriquecimento de urânio por parte do Irã, e que os EUA pressionam o Conselho de Segurança da ONU para impor sanções contra o país, Israel demonstra quem é de fato o estado terrorista do Oriente Médio.