segunda-feira, março 21, 2011

Três perguntas impertinentes e uma conclusão peremptória à luz do noticiário internacional

1. Quem fornece armamento pesado (fuzis, metralhadoras, tanques) e alimenta (munição, água, medicamentos, víveres, abrigo) os chamados "rebeldes" que lutam, com apoio da ONU, para derrubar o governo da Líbia?
2. Estados Unidos, França e Grã-Bretanha, que hoje bombardeiam alvos civis na Líbia, não foram as mesmas nações que patrocinaram a desastrosa invasão do Iraque e do Afeganistão, em nome de encontrar e desmantelar supostas "armas de destruição em massas" que jamais foram encontradas?
3. Por que para os Estados Unidos o inimigo de hoje é sempre o amigo de ontem? Depois de anos de afastamento, Kadaffi buscou como nunca uma aproximação com a Casa Branca nos últimos anos, restabelecendo relações diplomáticas com os EUA em 2006, assinando um acordo contra a imigração ilegal para a Itália em 2008 e criando recentemente um regime de concessão das bacias petrolíferas para transnacionais como a British Petroleum (BP) e a ENI italiana. Então, por trás da ação das grandes potências não estaria a simples necessidade de trocar um ditador enfraquecido por um homem de sua inteira confiança na direção de um país rico em petróleo de excelente qualidade e em reservas de gás natural?

Não se iludam: o que acontece na Líbia não é a insurreição das massas contra um regime nacionalista decadente e sim a ofensiva imperialista ávida por petróleo e gás contra as parcas conquistas nacionalistas de um regime bonapartista agonizante.