terça-feira, outubro 02, 2007

Uma nação de crentes

Os brasileiros encabeçam um ranking das nacionalidades que mais acreditam em publicidade, entre 47 países pesquisados pela consultoria Nielsen.
Dois em cada três brasileiros (67%) disseram confiar em propagandas - mesmo percentual de filipinos e pouco mais que de mexicanos (66%).
Na outra ponta da lista, os dinamarqueses se mostraram os mais desconfiados em relação a anúncios (apenas 28% confiam), seguidos pelos italianos (32%), lituânios (34%) e alemães (35%).
A pesquisa, feita por internet com cerca de 24,5 mil pessoas, teve como objetivo medir a credibilidade de cada meio utilizado para fins publicitários.
O levantamento mostrou que existe um "jeitinho brasileiro" de confiar em anúncios. Por exemplo: brasileiros confiam mais em anúncios de jornais que no velho boca-a-boca (83% contra 81%).
No ranking geral, essa relação é inversa, e o boca-a-boca supera o jornal como a primeira fonte de informação em que consumidores mais confiam (78% a 63%).
A modalidade tradicional de publicidade é apreciada principalmente nos países asiáticos, com destaque para Hong Kong (93%), Taiwan (91%) e Indonésia (89%).
Os tradicionais anúncios em revistas ganham a confiança de 80% dos brasileiros, e de apenas 56% da média das nacionalidades.
Entretanto, os brasileiros ocuparam o topo do ranking entre as nacionalidades que mais crêem em uma novidade tecnológica: as newsletters de emails.
A confiança desta modalidade chega a 79% entre os brasileiros, contra apenas 49% da média geral.
A publicidade em rádio é crível para 75% dos brasileiros, e para 54% da média das nacionalidades.
Pelos números da pesquisa, os brasileiros confiam tanto em anúncios em grandes portais de internet como em anúncios de TV (74%). A média geral para essas duas mídias é, respectivamente, 60% e 56%.
Outra diferença dos brasileiros em relação à média geral é a confiança dada a mídias geradas por consumidores, como comentários online e blogs.
Esta foi a terceira fonte de informação mais confiada pela média das nacionalidades (66%), mas uma das últimas na lista dos brasileiros (55%).
"Embora as novas tecnologias e mídias estejam desempenhando um papel importante na sociedade 'globalizada', muitas decisões de compra ainda são baseadas em atitudes culturais e nacionais adotadas com firmeza", disse o diretor gerente de Relação com o Consumidor da Nielsen, David McCallum.
Segundo ele, embora novas mídias comecem a tomar espaço das tradicionais em alguns países, o boca-a-boca continua sendo a melhor maneira de divulgar um produto.
"Nada viaja mais rápido que as más notícias. Há estimativas que calculam que as más experiências são cinco vezes mais contadas que as boas", afirmou McCallum.


Fonte: BBC Brasil.