Originalmente hackers (singular: hacker) denominava indivíduos que elaboram e modificam software e hardware de computadores, seja desenvolvendo funcionalidades novas, seja adaptando as antigas. O termo "hacker", é erradamente confundido com "cracker", que são peritos em informática que fazem o mau uso de seus conhecimentos, utilizando-o tanto para danificar componentes eletrônicos, como para roubo de dados, sejam pessoais ou não. Conceitualmente, portanto, Hackers seriam aqueles que usam seus conhecimentos para ajudar a aprimorar componentes de segurança.
No Brasil, por uma razão qualquer, o termo "hacker" passou a ser associado a um tipo de crime: a invasão de sistemas computadorizados para roubar ou alterar de modo criminoso informações confidenciais ou simplesmente derrubar os servidores que sustentam determinados sites ou portais. Essas pessoas não são hackers, são deliquentes comuns, ou seja, criminosos.
A imprensa internacional noticiou que um grupo desses delinqüentes digitais atacou na tarde desta quarta feira (22) o site da Petrobras, uma das maiores empresas petrolíferas do mundo, deixando-o fora do ar.
Um grupo italiano reivindicou a autoria do ato e de outros dois ataques que deixaram os sites “presidência.gov.br” e “brasil.gov.br” com o mesmo problema durante a madrugada de quinta-feira (23).
Responsáveis pela segurança de informações do governo brasileiro comprovaram que o ataque partiu de provedores italianos, mas os autores do crime podem estar em qualquer lugar do mundo.
O grupo que reivindicou autoria da ação criminosa usou um site de relacionamentos para se exibir, justificando o movimento contra a Petrobras diante do alto preço da gasolina.
O site do exército brasileiro também foi invadido no sábado e informações de senhas de acesso dos militares foram parar na internet. Segundo a corporação, não houve prejuízo às forças de segurança do país.
Autoridades brasileiras especulam que o ataque foi perpetrado por grupos de ultradireita, em represália à recusa do Brasil em entregar o exilado político Cesare Batisti, acusado pelo governo italiano e julgado à revelia por terrorismo. O ex-ativista de esquerda, condenado na Itália à prisão perpétua acusado de envolvimento em homicídios na década de 1970, estava preso no Brasil desde 2007. O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu libertar Battisti, negando recurso da Itália contra a decisão do executivo brasileiro de não extraditar o ex-ativista, a quem o governo havia concedido asilo político. A decisão irritou a direita italiana, conduzindo a ações de intolerância contra nosso país, seus cidadãos e seus símbolos.
No dia 15, uma dupla brasileira de jogadores enfrentou um grosseiro protesto político durante a partida no Campeonato Mundial de vôlei de praia, em Roma. Militantes de ultradireita, vestidos de negro como faziam os fascistas de Mussolini, atiraram laranjas na arena durante o confronto de Alison e Emanuel contra os dinamarqueses Soderberg e Hoyer.
A bravata da direita italiana é só isso: bravata. Abalada por uma profunda crise econômica e pela queda vertiginosa da posição do país no ranking das economias importantes, a Itália nada pode fazer contra o Brasil a não ser o vexame de atos criminosos, que desabonam ainda mais a imagem da bota perante o resto do mundo; imagem, aliás, já não é das melhores, abalada pela incompetência em combater o desemprego e a xenofobia e pelos escândalos de corrupção e de desvios de conduta de seus dirigentes.