terça-feira, dezembro 13, 2011

Uma lição às avessas

Os uniformes dos alunos de educação básica da rede estadual de ensino, em Alagoas, devem passar a contar com logomarcas de empresas a partir de 2012. É o que indica a lei nº 7.288, publicada no Diário Oficial do Estado na última semana. A lei, sancionada pelo governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), foi, com razão, criticada por educadores.
Segundo a lei aprovada, as empresas devem pagar pelos uniformes e fazer melhorias nas unidades de ensino. Assim, como fazendeiros que marcam o gado do pasto que conservam, elas terão direito a estampar sua marca nas roupas dos estudantes.
É a danação do capitalismo e, a um só tempo, a falência do estado. Quando empresas se oferecem para sujar uniformes escolares com suas marcas e o Estado usa esse desvario para aceitar que esses entes privados "reformem unidades escolares" está na hora de decretar falência.
Teotônio Vilela Filho deveria renunciar. A oposição a ele deveria pedir seu lugar. Quem não tem capacidade sequer de reformar unidades escolares e oferecer uniformes limpos aos alunos tem que pegar o chapéu e desocupar o lugar.
Para a vice-presidente do Sinteal (Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas), Consuelo Correia, a lei não irá salvar a educação pública alagoana do caos em que se encontra. "A categoria rejeita esta ideia de transformar alunos em outdoors ambulantes, porque, na verdade, o que o Estado pretende com isso é se livrar das obrigações que tem para com a educação em Alagoas, quem sabe já pensando numa tentativa de privatização do ensino público”, disse a educadora.
O governador e os deputados de Alagoas fazem escola. Às avessas.