sábado, maio 28, 2011

Reduzindo a diletância

Reuniões, todos sabem, nem sempre são produtivas. O pior é quando elas são improdutivas e demoradas, alongando-se em assuntos paralelos e consumindo o tempo que poderia estar sendo dedicado a resolução de problemas. Uma empresa brasileira especializada em TI desenvolveu um método para tornar as reuniões mais rápidas e produtivas e para isso não precisou usar nenhuma ferramenta de alta tecnologia. A empresa, que se chama Simples, decidiu desde o ano passado abolir as cadeiras das reuniões. Todos, inclusive o presidente, passaram a conversar em pé. As reuniões, que eram semanais, se tornaram diárias e duram no máximo 20 minutos. "De pé as pessoas tendem as ser mais objetivas, evitando assuntos de pouca relevância para o momento", destaca Érico Andrei, presidente da empresa. "O número de tarefas concluídas antes do prazo aumentou para 30%", destaca. As casas legislativas e os tribunais superiores bem que poderiam adotar o método.

Na cama com Madonna

"Deitamos um ao lado do outro com nossos BlackBerrys debaixo do travesseiro". A frase é da pop-star Madonna, revelando que ela e o marido costumam dividir a cama com a tecnologia.

Siga aquele Bluetooth!

Vassilis Kostakos, da Universidade de Bath, na Inglaterra, foi o responsável por uma interessante pesquisa que prova ser possível identificar hábitos de donos de aparelho celular a partir do rastro que seu Bluetooth deixa quando ativado em tempo integral. O pesquisador instalou receptores em locais estratégicos e, após quatro meses, 10 mil aparelhos foram rastreados. Debruçado sobre a massa de dados gerada a partir daí, foi possível identificar itinerários e locais que os donos dos aparelhos freqüentaram, como bares, lojas e motéis. O pesquisador defende-se quando é acusado de invasão de privacidade: "Não se trata disso, mas de encontrar vias simples e baratas para identificar hábitos de consumo", afirma.

Foco: um banco só para mulheres

Para quem ainda duvida que marketing é, antes de tudo, foco, o mundo está cheio de lições para dar.
Um exemplo vem do México, que mesmo no período mais agudo da maior crise econômica desde 1932, viu um de seus bancos crescer de maneira vertiginosa, embora aplicando taxas de juros bem menores que a concorrência. O banco Compartamos teve sua base de clientes ampliada em 25%, aumentando para 2,5 milhões de pessoas operando em sua carteira. Receitas e lucros aumentaram 30% e o valor de suas ações dobrou. O que chama mais atenção, para além de números tão expressivos, é a principal característica e marca da instituição: o Compartamos só empresta dinheiro para mulheres, que devem estar agrupadas em unidades de negócios com pelo menos 12 e no máximo 50 pessoas. A fórmula deu certo ao ponto da instituição já fazer planos para chegar a outros países, inclusive o Brasil.

sábado, maio 14, 2011

Frase

"O fracasso ensina mais que o sucesso, mas você tem que falhar rápido, sem gastar muito; e não errar duas vezes". Alan G. Lafley, presidente mundial da Procter&Gamble.

terça-feira, maio 10, 2011

Carinhoso? De novo?

Sinceramente, deveria ser proibido usar a música "Carinhoso" como jingle. Feita para expressar uma emoção, a música está se banalizando com o uso abusivo que a propaganda sem imaginação dá a ela. A música já foi usada para vender exames cardíacos, chocolates, roupas infantis, fraldas geriátricas, planos de saúde, iogurte, etc, etc, etc. Se você tem um produto e não tem uma idéia, dá-lhe "Carinhoso". Nos países de língua inglesa costuma-se dizer que, se você não tiver uma idéia, é só lançar mão de uma canção dos Beatles, colocar qualquer imagem de fundo e pronto, terá um comercial elogiável. Aqui, penso, querem fazer o mesmo com "Carinhoso". Não cola. Os Beatles têm centenas de canções como opção. "Carinhoso" é uma só. Já deu.

e-Guerrilha: emails que acertam no alvo

Nossos clientes nos relatam os resultados excelentes em suas campanhas de e-Guerrilha com seguindo algumas regras básicas e importantes.

Confira:

1. INVISTA EM SUA BASE DE E-MAILS:

De nada vale ter uma listagem enorme e irrelevante para o negócio. "Já tivemos mailing de 25 mil e-mails e não sabía-mos nem o nome das pessoas", diz Maurício Renner, editor de site de tecnologia da informação. "Depois de constatar que muitas mensagens não eram sequer abertas, fizemos uma campanha de recadastramento e temos hoje uma base consistente de 8.700 assinantes."

2. ABRA UM CANAL PARA OPT-OUT:

Em todos os e-mails que enviar, disponibilize um link para descadastramento, caso contrário, a sua empresa corre o risco de ficar associada ao desrespeito e à prática de spam.

3. ACERTE NA FREQUÊNCIA:

A não ser que tenha autorização do cadastrado para envios mais frequentes, atenha-se aos e-mails quinzenais ou no máximo semanais. O excesso de e-mails pode gerar uma imagem negativa.

4. SEJA RELEVANTE:

Analise os links clicados pelos destinatários para identificar grupos de interesse. Se houver tribos bem distintas, segmente sua base de contatos, de modo a criar e-mails efetivamente relevantes para quem recebe.

5. POSSIBILITE A TROCA:

Não se restrinja a enviar mensagens. Apresente para o destinatário um canal de aprofundamento e interação, seja por e-mail, fone, site ou blog. Em sites e blogs, disponibilize formulários de cadastro e apresente a possibilidade de indicar amigos.

6. DOSE O TAMANHO DOS ARQUIVOS:

Não carregue os e-mails com imagens ou anexos pesados. Caso queira disponibilizar arquivos grandes para o destinatário, gere um link que conduza a eles.

7. SEJA OBJETIVO:

Tenha títulos e mensagens objetivas. Seu e-mail concorre com várias outras mensagens, você tem poucos segundos para atrair quem lê.

8. DRIBLE O ANTI-SPAM:

Antes de liberadas pelos provedores, as mensagens passam por filtros anti-spam. Existem palavras ranqueadas em mecanismos específicos, se uma delas atinge certa pontuação, é interpretada como lixo. Palavras como: "Sexo", "Viagra", "Clique Aqui" e links para o Orkut, por exemplo, alcançam muitos pontos. Em períodos de programa Big Brother Brasil, "BBB" é um termo que também assusta. Antes de disparar várias mensagens eletrônicas convém testar o envio para endereços de provedores distintos. Uma vez aprovadas, tudo OK para o restante do grupo.

9. INVISTA NO ENVIO:

Há empresas especializadas em envio de e-mail. Elas têm pacotes econômicos para envios reduzidos, como mil mensagens mensais. O disparo "doméstico" costuma ser barrado pelos provedores.

10. MENSURE OS RETORNOS:

e-Guerrilha não é mero instrumento para divulgação. Trata-se de um modo de conhecer melhor o cliente e identificar suas preferências. Tome as mensurações feitas por empresas de marketing como formas para incrementar seu negócio. Você pode inclusive fazer testes, enviando diferentes mensagens para dois grupos e comparando os retornos obtidos.

segunda-feira, maio 09, 2011

As lições de Rupert Murdoch

Rupert Murdoch, o magnata da mídia dono da News Corp, atraiu milhares de leitores para sua edição on-line do Times londrino para, de uma hora para a outra, decidir fechar a porteira e limitar o acesso apenas a assinantes.
Cerca de 150 mil leitores aceitaram registrar-se no site do Times, pouco mais de 12% do número de leitores on-line durante o período gratuito. Desses, somente 15 mil aceitaram pagar pelo acesso ao conteúdo. Ou seja, Murdoch conseguiu perder 98,8% dos leitores do site do Times ao passar a cobrar pelo acesso aos textos do jornal. Um fracasso retumbante.
Poderia, simplesmente, ampliar as possibilidades de publicidade no site, vendendo sua audiência como público-alvo para anunciantes e com isso garantir a rentabilidade do empreendimento.
No entanto, o cidadão Kane do século XXI acredita liderar uma cruzada em defesa dos direitos autorais, outra utopia burguesa ferida de morte pela internet. Acusa as ferramentas de busca de "plagiarem" o conteúdo de seus jornais. “São as pessoas que simplesmente pegam tudo e saem correndo, que roubam nossas matérias, que as pegam sem pagar. É o Google, é a Microsoft, é o Ask.com, um monte de pessoas”, indigna-se o barão da imprensa.
Com a medida, Murdoch queria impedir o que chama de plágio - na verdade, a difusão, a propagação da notícia por outras ferramentas - e obrigar os leitores de seu site a pagar pelo material consumido. Para ler, você precisa pagar.
Não deu certo. Não poderia dar. Seria como tentar cobrar de quem ouve uma piada e proibi-la de passar a piada adiante. Parece uma boa idéia, mas é impossível de operacionalizar o controle e a cobrança. Mais ainda: é impossível contar com a aceitação passiva das pessoas a isso.
Como a longa agonia da indústria fonográfica demonstra, a fórmula analógica não serve para lidar com os conteúdos digitais.
Os veículos de Murduch não são a única fonte de informação e a maioria absoluta das outras fontes está disponível gratuitamente.
Simplesmente querer cobrar pelo ar não obriga ninguém a pagar para poder respirar.

Frase

“Para nós o terrorismo é inadmissível. Essa prática minimiza o papel das massas em sua própria consciência; as faz aceitar sua impotência e voltar seus olhos e esperanças para o grande vingador e libertador que algum dia virá para cumprir sua missão.”

Leon Trotski, "Escritos sobre o terrorismo"

quinta-feira, maio 05, 2011

Fina ironia

“Depois de dez anos, duas guerras, 919.967 mortes e 1,188 trilhão de dólares gastos, conseguimos matar uma pessoa.”

Michael Moore, cineasta.

terça-feira, maio 03, 2011

A CIA criou Bin Laden

Bin Laden e a sua rede terrorista, a Al Qaeda, foram criados pelos serviços secretos norte-americanos, a CIA, durante os anos oitenta do século passado.
A tese é defendida pelo historiador Norm Dixon num artigo dedicado a alguns aspectos da guerra dos mujahidines afegãos contra as tropas soviéticas no Afeganistão durante os anos oitenta.
Segundo o artigo, em 1986, o chefe da Central Intelligence Agency (CIA), William Casey, autorizou uma proposta de recrutamento mundial de fundamentalistas islâmicos para se juntarem à “Jihad” (Guerra Santa) no Afeganistão contra as tropas da União Soviética que tinham invadido o país em 1979.
Cerca de 100 mil militantes islâmicos deslocaram-se então para o Paquistão até ao ano de 1992. Cerca de 40 mil foram mobilizados para os combates e os restantes 60 mil frequentaram escolas corânicas para reforçarem as suas convicções e os seus conhecimentos religiosos.
Alguns dos operacionais foram recrutados pelo Centro de Refugiados de Kifah em Brooklin (Nova Iorque) no âmbito da chamada “Operação Ciclone”, de acordo com o jornal “Independente” citado pelo autor do artigo. Os fundamentalistas islâmicos recrutados receberam dinheiro e equipamento distribuídos no Paquistão através da organização Maktab al Khidamar (MAK – Escritório de Serviços), um ramo dos serviços secretos paquistaneses (ISI). O ISI era o principal canal para onde eram encaminhados os apoios secretos da CIA e da Arábia Saudita aos chamados “contras” afegãos.
Ussama Bin Laden, membro de uma abastada família saudita bem relacionada com a família real, era um dos administradores do MAK. Em 1989 tornou-se o único gestor desse organismo.
As actividades de Bin Laden no Paquistão e Afeganistão realizavam-se com o conhecimento e o apoio do regime saudita e da CIA. Milt Bearden, chefe de antena da CIA no Paquistão de 1986 a 1989 admitiu em 2000 ao jornal “New Yorker” que embora nunca tenha encontrado Bin Laden pessoalmente conhecia as suas actividades à frente do MAK.
O artigo de Norm Dixon cita também um antigo soldado britânico que se juntou secretamente aos mujahidines, Tom Carew, segundo o qual militares norte-americanos treinaram os fundamentalistas islâmicos em actividades de terrorismo urbano, designadamente carros-bomba, para actuar contra as tropas soviéticas nas maiores cidades afegãs.
Em 1987-88, Bin Laden concentrou a gestão dos campos de treino e das operações dos mujahidines numa organização que designou Al Qaeda (A Rede), uma holding capitalista criada com apoio dos serviços secretos paquistaneses, norte-americanos e sauditas.
Os mercenários desta organização, directamente recrutados e pagos por Bin Laden, foram armados pela CIA. Os militares que os treinavam foram destacados pelo Paquistão, pelos Estados Unidos e pela Grã-Bretanha.
O objectivo principal destas actividades no Afeganistão era combater e expulsar as tropas da União Soviética, que o presidente dos Estados Unidos, então Ronald Reagan, qualificara como “o império do mal”. “Movimentos de libertação erguem-se e afirmam-se por si próprios em todos os continentes povoados pelo homem”, declarou Reagan em 8 de Março de 1985. “Isso acontece nas colinas do Afeganistão, em Angola, no Cambodja, na América Central. (…) Eles são os combatentes da liberdade”.
Ussama Bin Laden chefiava os “combatentes da liberdade” actuando no Afeganistão, Depois da derrota soviética no Afeganistão e em virtude da guerra civil que deflagrou neste país entre os mujahidines, Bin Laden transferiu depois o seu apoio para os Talibã.
De acordo com Norm Dixon, Bin Laden apenas passou a ser considerado “terrorista” pelos Estados Unidos quando se pronunciou contra a presença de 540 mil soldados norte-americanos na Arábia Saudita a partir da Guerra do Golfo em 1990-91.
No entanto, existe controvérsia quanto ao momento em que aconteceu esta viragem. Segundo o jornal francês “Le Fígaro”, Bin Laden teria sido visitado pelo chefe de antena da CIA num hospital do Dubai, onde estava em tratamento, emJulho de 2001, a dois meses do atentado de 11 de Setembro contra as torres gémeas de Nova Iorque.

segunda-feira, maio 02, 2011

Obama, Osama e o elogio à barbárie

Nas ruas dos Estados Unidos, a histeria generalizada se espraia. Populares, governo e órgãos de imprensa comemoram com fogos e festa o suposto assassinato de Osama Bin Laden. Digo suposto autorizado pela ausência de provas. Afinal, somente a palavra do governo dos Estados Unidos não vale um vintém.
Uma nação que arrota democracia mas engole Guantánamo está doente da alma. Guantánamo, para quem não sabe, é um campo de concentração ao estilo nazista patrocinado pelo governo estadunidense onde presos são mantidos sem direito a defesa alguma, submetidos a tortura física e psicológica, motivo de indignação internacional e alvo de duras críticas das organizações de direitos humanos.
O discurso contraditório com a prática é parte da história do Império, que tem uma longa folha corrida de ações rotineiras de violação aos direitos humanos.
Osama era culpado do atentado às Torres Gêmeas? Possivelmente sim, mas era preciso usar para provar essa culpa os métodos do estado de direito. Como pode um país e um povo que se diz partidário da democracia comemorar o vilipêndio de cadáver, a execução sumária de quem quer que seja? Como pode um país que quer hegemonizar culturalmente o mundo dar aos povos o exemplo de que o justiçamento ilegal é o meio correto de fazer justiça? Em nome dessa vingança milhares e milhares de civis inocentes foram mortos no Iraque, no Afeganistão e nas prisões ilegais mantidas secretamente pelos órgãos de inteligência dos Estados Unidos em diversos países limítrofes a esses palcos de guerra.
Osama, que pela barbárie colocou na mídia sua organização terrorista e Obama, que com esse ato midiático se cacifa eleitoralmente em um momento em que seu governo precisa dizer ao que veio, se irmanam em método e doutrina: o desprezo ao que é humano. Lamentavelmente, porque Obama se elegeu com um discurso anti-Bush, rejeitando a guerra preventiva e com uma plataforma de reforço à legalidade e de respeito à autonomia dos povos. Era o discurso. Na prática, o presidente Obama está desautorizando o candidato Obama. O conservadorismo de direita, impregnado à prática política e às normas de governo da Casa Branca, enterram dia após dia o sonho de um governo estadunidense que não pense apenas em si mas se situe no planeta.
O "olho por olho, dente por dente" não é uma lição que a humanidade precise voltar a recitar para se tornar melhor. Ao contrário. É o caminho mais curto para a selvageria.