Paquerar, ir ao banco, encontrar os amigos, almoçar, levar as crianças para brincar. São tantas as opções de lazer e serviços dentro dos shoppings centers, que o estudioso do mestrado em Psicologia pela Universidade de Brasília (UnB) Hugo Sandall levantou a dúvida: e as compras, como vão? Na observação feita com pouco mais de 44 mil pessoas em um shopping do Distrito Federal, uma média de apenas 14,8% dos clientes que olham as vitrines entraram nas lojas. “Pode ser que os shoppings não sejam mais procurados para a compra nas lojas, o que seria o motivo primeiro de ele existirem, passando a ser pontos de entretenimento e serviços”, sugere o pesquisador.
Sandall estudou o comportamento do consumidor diante de lojas de dois segmentos bastante visados, o da moda jovem e o da feminina. A idéia era entender a relação entre o fato de olhar para a vitrine e entrar na loja. Ao contrário do que muitos possam supor, os resultados mostraram que as lojas cujas vitrines chamam mais atenção dos consumidores não são as que mais recebem clientes. Os clientes olharam mais para as lojas femininas e entraram mais nas de moda jovem.
Segundo o especialista, que defendeu sua dissertação de mestrado em maio de 2007, apenas um novo estudo explicaria as razões desse comportamento, mas ele arrisca algumas hipóteses. “O ato de entrar ou não na loja é influenciado por muitas variáveis: se a porta é ampla, se a vitrine é vazada, o tipo de atendimento, e assim por diante”, explica.