quarta-feira, setembro 01, 2010

O último suspiro de José Serra

Cercado pelos fatos e pelas circunstâncias que levam o processo eleitoral para uma decisão definitiva em primeiro turno, revelando de maneira inequívoca o peso fundamental de Lula na alma brasileira de agora, o candidato José Serra (PSDB) resolve ir para o ataque.
Tudo indica, um ataque de nervos.
O porta-voz oficial da campanha tucana da GloboNews chama-se Gerson Camarotti, denominado pela emissora como "comentarista político", mas na verdade posicionado na barricada 45 desfechando pedregulhos com uma funda contra a campanha petista desde quando Dilma ainda era pré-candidata.
O vislumbrar da derrota, contudo, está levando Camarotti e seus parceiros de campanha à danação. O pedregulho da hora é a suposta quebra do sigilo fiscal de algumas pessoas ligadas ao esquema tucano que dá suporte à campanha de Serra.
Tudo indica que esse é o último suspiro da campanha tucana, que já está na TV e no rádio na fase da baixaria desenfreada, tentando criar o terror de sempre contra o PT, buscando reviver velhos medos contra petistas e requentando as denúncias feitas pela imprensa em 2005 e que tinham por objetivo armar um golpe de estado contra o governo Lula.
Considera Camarotti que a quebra do sigilo fiscal de tucanos será o novo 11 de setembro. Terá, afirma o comentarista, "um efeito bombástico" na campanha de Dilma, com "evidentes prejuízos" para a candidata petista. A situação seria tão grave que Dilma teria "fugido" da questão, enquanto Serra teria "demonstrado toda a sua indignação" na patética entrevista que deu ao Jornal da Globo, na noite de ontem, onde, mais uma vez, o ex-governador de São Paulo perdeu uma grande oportunidade de demonstrar equlíbrio mental e emocional ao eleitorado brasileiro.
A tentativa de levar essa questão da Receita Federal para o âmbito eleitoral é mais uma bobagem que revela a fragilidade dos nervos dos condutores da campanha de Serra. Qualquer pessoa minimante informada sabe que esse factóide passará como um navio na noite e, no extremo, não tiraria um único voto da candidata apoiada pela liderança política mais influente do país.
Dilma caminha para o Planalto. Enquanto a matilha faz barulho. O povo assiste ao desespero tucano, por assim dizer, "de camarote".