O artista renascentista Leonardo da Vinci evitava a palheta e misturava as cores diretamente na tela, disseram pesquisadores italianos após reconstruírem seu trabalho passo a passo, "como se o estivessem observando enquanto pintava".
Usando um equipamento científico para analisar a obra "Madonna dei Fusi", os pesquisadores da Universidade de Florença disseram que foi possível vislumbrar praticamente cada pincelada feita pelo artista na famosa tela a óleo. "Este é o verdadeiro código Da Vinci", disse um dos responsáveis pelo estudo.
Os pesquisadores concluíram que, ao contrário de seus contemporâneos, Da Vinci não misturava as tintas na palheta, pois preferia aplicá-las em camadas diretamente sobre a tela, criando uma rica textura de cores sobrepostas.
"Que Leonardo usava a técnica da 'velatura' já se sabia, ele próprio escreveu isso num tratado, mas pela primeira vez conseguimos reconstruir sua obra passo a passo, como se o observássemos enquanto pintava", disse a pesquisadora Cecilia Frosinini.
"Conseguimos entender que tipo de materiais de pintura ele usou, quantas camadas de cores aplicou e em que espessura e sequência", disse Frosinini.
A pintura analisada pertence a uma coleção de Nova York, a chamada "Ex-Reford", uma das várias versões da mesma imagem atribuídas ao artista, segundo os pesquisadores.
Os especialistas usaram um equipamento chamado "acelerador nuclear", que lança partículas em alta velocidade, para decifrar a técnica de Da Vinci.
Autor de obras-primas como a "Mona Lisa" e a "A Última Ceia", Da Vinci é considerado um dos maiores pintores da história - e é também um dos mais imitados e copiados de todos os tempos.