Se o país dos horrores que o PSDB mostra em seus programas de TV existisse de fato, não haveria explicação racional para os altos índices de aprovação do governo e do presidente Lula. Teríamos que procurar, então, uma explicação mágica.
Um país onde nada está certo, tudo está errado e tudo o que dá errado é culpa do governo "incompetente" é uma fantasia ultra reacionária que o PSDB insiste em repetir ano após ano, enquanto reduz seu tamanho a cada eleição. É o marketing político do isolamento, que prova que a máxima de Leon Trotski continua valendo: a política é circular; em algum momento, a ultra-direita tangenciará a ultra-esquerda.
Com uma arrogância típica de burgueses decaídos, os dirigentes do PSDB não cansam de atacar a auto-estima do brasileiro, ousando comparar o Brasil, um país laico e plural, com a Índia, um país divido em castas e onde os índices de pobreza e concentração de renda são extremos.
Ou seja, os tucanos preferem o sistema de castas, que perpetua a pobreza, à política de distribuição de renda e inclusão social que se pratica no país desde 2002 e que está na raiz da aprovação recorde de Lula e seu governo.
Atacar o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) é outro atalho equivocado, que tenta alcançar "lateralmente" a Ministra Dilma Roussef. Encontrar meia dúzia ou uma centena de obras do PAC que estejam atrasadas ou paradas não desqualifica o programa, apenas demonstra, uma vez mais, sua importância.
Um partido nadando contra a maré da história e perdendo o fôlego a cada braçada, é o que vi no tempo de antena da força política que dirigiu o país por longos e sofridos oito anos de submissão ao FMI e de desrespeito aos movimentos sociais e suas demandas.
Não é por acaso que o senador Ricardo Azeredo, do PSDB, é o autor de um projeto de lei que, de acordo com a revista Carta Capital, está sendo chamado de "o AI-5 da internet", propondo a censura no uso do meio de comunicação mais plural e democrático que existe. Não se entra na contra-mão da história impunemente.