O jornalista e escritor estadunidense Chris Anderson afirma, no livro A Cauda Longa, que “a era do tamanho único está chegando ao fim e em seu lugar está surgindo algo novo, o mercado de variedades”. Basta lembrar que, em 1960, o carro mais procurado nos Estados Unidos, o sedã Impala, da Chevrolet, vendia mais de um milhão, ou 13% de uma indústria que não oferecia mais do que 40 tipos diferentes de automóveis. Hoje, em um mercado dez vezes maior, há mais de 250 modelos de carro disponíveis — se adicionadas as variantes para cada um dos tipos, esse número sobe para mil. Mas menos de dez deles conseguem ultrapassar 400 mil unidades vendidas anualmente, ou 0,5% do mercado.
A internet intensifica essa tendência. Se antes era difícil trabalhar com um mercado de nicho, devido ao número restrito de consumidores, com a web o público-alvo passou a estar em qualquer lugar do planeta. Mesmo que a ideia surja em uma cidade perdida no interior do Brasil, terá chance de vingar e fazer muito sucesso. “O mundo hoje é ocupado por seis bilhões de indivíduos que não precisam mais seguir o rebanho para ser ouvidos. Por mais excêntricas que sejam suas escolhas, existem 100 mil pessoas que compartilham seu gosto por iaque tibetano no espeto”, escreve Mark Penn no livro Microtendências, para concluir: “O enfoque único e padronizado está ultrapassado”.