O slogan ainda é um item fundamental em qualquer campanha eleitoral, principalmente as candidaturas proporcionais, que têm a difícil tarefa de se diferenciar de centenas de concorrentes. Um bom slogan deve ser capaz de sintetizar a candidatura e a imagem do candidato em quatro ou cinco palavras fortes.
“A repetição exaustiva de quatro ou cinco palavras ‘quentes’, como por exemplo um adjetivo forte, em tudo que estiver relacionado ao candidato – discursos ou malas-diretas -, levam o eleitor a, inconscientemente, identificá-lo com elas… O slogan deve conter o contraste que favoreça o candidato” , afirma Rick Ridder, consultor do Partido Democrata dos Estados Unidos.
Vejamos a campanha de Barack Obama. Com o óbvio e pouco criativo “Yes, we can” (Sim, nós podemos), conseguiu traduzir o espírito de transformação que a sociedade americana desejava após oito anos de Bush, injetando auto-confiança em uma sociedade que padecia de queda da auto-estima com a perda de poder da outrora super-potência absoluta do planeta. O “change” (mudança) é ainda mais óbvio, mas abria-se uma avenida de significados quando acompanhava as principais peças publicitárias da campanha e reforçava a latente rejeição ao continuísmo representado pela candidatura de McCain. O mesmo slogan ("mudança") foi a peça de resistência da campanha de Ana Júlia Carepa ao governo do Pará em 2006, servindo de escada para a superação de 12 anos consecutivos de hegemonia tucana no estado.
O slogan é peça chave no “mix de marketing político” e deve ser condizente com a estratégia da campanha. Por exemplo, se um candidato a deputado estadual segmenta a sua candidatura geograficamente e escolhe uma cidade como seu principal reduto eleitoral, evidentemente que o seu slogan deve fazer referência a esta estratégia ou às demandadas dessa cidade. Se for uma região, a mesma coisa. Se for uma categoria profissional, idem.
Além disso, o slogan serve para classificar rapidamente a identidade de um candidato. Imaginemos um eleitor, vendo uma faixa de campanha de um deputado estadual com o seguinte slogan: Em defesa da Amazônia. Obviamente, o eleitor que não conhecia tal candidato, passará agora – no mínimo – a identificar a síntese da campanha, que estrategicamente tem a defesa da região e do meio ambiente como seu principal foco.
É necessário entender a cabeça do eleitor e o excesso de informações a que ele está exposto. Uma campanha eleitoral envolve centenas de candidaturas, com milhares de peças de propaganda, nos mais variados meios. E toda e qualquer peça publicitária de sua campanha deve ter o objetivo de identificar e gravar o nome e o número do candidato na cabeça do eleitor, fazendo prevalecer a sua mensagem, cuja síntese é o slogan.