terça-feira, maio 11, 2010

Dilma, Serra e o cenário pré-eleitoral

Do ponto onde estou o que vejo são dois candidatos trabalhando com marketing político quando o momento já é de persuasão eleitoral. Marketing político trabalha com a razão e o convencimento; marketing eleitoral trabalha com a emoção e a vontade. Essa diferença de matéria-prima é toda a diferença possível entre duas áreas de conhecimento distintas. Tratar de números e da análise dos fatos frios é matéria do marketing político, que trabalha em longo prazo. Marketing eleitoral tem pressa; por isso apela para a emoção, para o lado oposto do cérebro, oferecendo esperança e futuro quando o que está na pauta é o agora e o ontem. Para os dois candidatos favoritos a pauta ainda é a contabilidade de tempos passados. O eleitor não está interessado nisso. Está olhando para frente. Não é quem fez, mas quem fará e o que fará. Se não fosse sectário e doutrinário, o PSOL de Plínio Arruda Sampaio poderia oferecer uma alternativa ao debate polarizado e surpreender, porque não está atrelado à teia do passado que enreda Dilma e Serra. Marina Silva não pode ser essa alternativa, não só porque tem como principal bandeira travar o desenvolvimento econômico do país, mas porque já assumiu abertamente sua simpatia por Serra e seu arrependimento por ter deixado o PSDB isolado na oposição, o que a torna intragável para a base social simpática a Lula, amplamente majoritária. Seguindo o andor percebe-se que Dilma está ditando o jogo. Espero, contudo, que tenha no banco de reservas craques mais criativos do que as planilhas Excel que vem exibindo até aqui em sua comunicação de TV.