Pode ser que muita gente já desconfiasse disso, mas uma pesquisa da Pear Analytics, empresa prestigiada e especializada em análise de dados, afirma cientificamente que 40,55% dos posts do Twitter é de material inútil, sem valor algum.
Durante duas semanas, a empresa analisou dois mil postagens do site, classificando-os em seis categorias: notícias, spam, auto-promoção, conversação, informações úteis e o grande vencedor: bobagem. Acredito que se fosse mais rigorosa, a análise da Pear Analytics chegaria a dados bem mais alarmantes, já que grande parte da auto-promoção e da conversação é... bobagem.
A idéia de ter "seguidores" é primitiva. Curiosamente se alastra como um pressuposto irracional e pós-moderno resultante da idéia de que todos temos que ser celebridades. Essa idéia, em si, é uma infâmia perniciosa que se espalha como uma epidemia e atinge, sobretudo, os mais jovens, levando-os aos guetos sociais que se formam na web.
A idiotice por trás desse raciocínio é evidente: uma sociedade de celebridades é uma improbabilidade estatística, para se dizer o mínimo e um desejo inviável, para usar a racionalidade. Não há eternidade alguma na fugacidade de ferramentas como Twitter, apenas mais um caça-níqueis a coletar e vender o registro de seus frequentadores.
O curioso é ter políticos, homens e mulheres pagos com dinheiro público para representar os nossos interesses, perdendo seu tempo e gastando nossa paciência com essa tolice adolescente que nos alerta para seus movimentos diários e seus pensamentos pueris como se isso ajudasse a edificar as suas biografias.
Um desses políticos tradicionais me confessou, orgulhoso, ter "mais de mil seguidores". Parabenizei o homem sem dizer a ele que, provavelmente, 999 desses "seguidores" são inimigos dele, catando as bobagens que larga no chão.