segunda-feira, março 08, 2010

Veja

Veja, revista humorística de circulação nacional, acaba de inocentar Kassab, o prefeito de São Paulo. "Todas as doações recebidas por Kassab foram legais", sentencia a revista.
Para quem não lembra, acusado de receber doações ilegais na campanha de 2008, Kassab foi cassado por ter recebido mais de 20% do total arrecadado pela campanha de fonte considerada vedada pelo juiz. Entre as mencionadas fontes de doação encontram-se a Associação Imobiliária Brasileira (AIB) e outras empresas concessionárias de serviços públicos. Por lei elas são impedidas de colaborar com campanhas eleitorais. O prefeito do DEM retornou ao cargo por força de liminar.
Para Veja, todas as acusações são infundadas e o culpado de tudo é o juiz que proferiu a sentença, que tornou-se alvo de ataques morais desfechados pela revista.
Há crentes para os quais a imprensa diz a verdade e tem por função nos revelar o caminho da luz, como uma espécie de religião. Balela. Basta ler de olhos abertos para perceber que os conglomerados de comunicação não estão militando a serviço da verdade, mas sim da garantia de seus lucros e de seu espaço de poder. É isso que explica também o desespero da grande imprensa quando se fala no Brasil em controle social da mídia, coisa que existe em países como Suíça, Suécia, Canadá e França, por exemplo. Para bem executar sua atividade de plantar mentiras a serviço de seus interesses, a imprensa tupiniquim não quer que a sociedade deite os olhos sobre ela. Afinal, ver pode ser fatal.
Veja, por exemplo, só vê o que quer. Basta observar o comportamento editorial da revista amarela, que intepreta todas as acusações contra o PT como verdadeiras, ainda que improváveis. E todas as acusações ou provas contra o bloco direitista PSDB-DEM como falsas, ainda que os fatos gritem.
Um amigo diz que Veja vê, mas não ouve nada. Eu diria que ela vê, mas ouve só aquilo que quer.